segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

BRASIL, AMAZÔNIA, PARÁ - Empresa da Indonésia quer produzir biodiesel no Pará - Perusahaan Indonesia atau produksi biodiesel di Pará


A governadora Ana Júlia Carepa recebeu nesta quarta-feira 11, o embaixador da Indonésia no Brasil, Bali Moniaga que estava acompanhado do cônsul da Indonésia em São Paulo, Paulo Camiz de Fonseca e do diretor do Salim Group, Ossy Tirta, que anunciou o interesse do grupo empresarial, o maior da Indonésia na produção de alimentos, de investir no plantio e beneficiamento da palma (dendê) por meio da subsidiária Indofood Agri Resource Ltda.

A escolha do Pará, segundo a comitiva, é por sua localização estratégica e proximidade com a Linha do Equador, assim como a Indonésia, que junto com a Malásia são os maiores produtores de palma do mundo. Moniaga disse que seu país quer ampliar a produção de óleo de palmas, tanto para a indústria de alimentos como para o biodiesel, por isso escolheu o Pará pela semelhança com a Indonésia, sobretudo de clima. A idéia é instalar uma refinaria para a produção de alimentos, como margarina e outros derivados da palma.

Embora em valores totais a Indonésia tenha quase o tamanho do Brasil, com uma população de 240 milhões de habitantes, o país possui pouco mais de 25% de terras contínuas. O país possui 17 mil ilhas, daí a dificuldade de expandir a produção da palma.

De acordo com Ossy Tirta, o projeto pretendido pela Indo Agri, apenas para a produção de palma é de 500 mil hectares. A idéia é iniciar o investimento com o plantio de 200 mil hectares e investimentos de U$ 1 bilhão em um período de cinco anos, quando a palmácea começa a produzir.
Geração de empregos - A governadora explicou que a legislação brasileira não permite a concentração de um volume de terras como este nas mãos de uma única pessoa ou empresa, e sugeriu que seja adotado o modelo de produção em parceria com agricultores de pequeno porte.

O embaixador disse que seu país já adota esse sistema, beneficiando 50 mil pequenas propriedades, e que a idéia e utilizá-lo também no Brasil. Segundo ele, uma das principais vantagens dessa parceria é a geração de centenas de empregos.
O investidor se compromete a pagar ao produtor envolvido todos os custos de manutenção da lavoura até o início da produção, que se dá a partir do quinto ano.
A governadora deixou claro que nenhum investidor pode derrubar floresta para produzir palma, mas apontou que o Pará possui inúmeras áreas degradadas, concentradas na borda leste do estado, indicadas para esse tipo de investimento. Ela citou o programa Um Bilhão de Árvores para a Amazônia, que fomenta a restauração florestal com viés econômico, com o plantio de floresta para geração de energia, celulose, biodiesel, alimento e outros.

A governadora relacionou ainda os incentivos financeiros e fiscais destinados aos investidores, mediante critérios como a preservação ambiental, geração de emprego, inovação tecnológica e fortalecimento da economia local.

A comitiva se reuniu ainda com representantes das secretarias de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia, Meio Ambiente, Agricultura e Instituto de Terra do Pará. O grupo empresarial pretende iniciar nos próximos dias pesquisas de solo e clima em algumas áreas possíveis para receber o investimento.

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