RBRASÍLIA - Quando cheguei a Nova York em 1988 e passava 90% do
meu tempo fazendo a cobertura jornalística da crise da dívida externa
para a Folha, logo conclui que o
Brasil é o país do curto prazo. Sofre
com uma incapacidade atávica de
planejar seu futuro.
Naquela época, faltava dinheiro
para os compromissos internacionais de curto prazo -o que vencia
em até 12 meses. Vivia-se em "moratória branca". Um "calote cordial",
diria Sérgio Buarque de Holanda. O governo Sarney não admitia a
moratória. Simplesmente não
pagava. E seguia enrolando.
Hoje existe um cenário oposto,
mas a maldição do curto prazo permanece. Embora o Brasil já não tenha o menor problema com seus
débitos a vencer nos próximos 12
meses, ninguém tampouco tem a
mais remota ideia de como estará o
país em 5 anos, no médio prazo, ou
em 20 anos, no longo prazo.
Há sinais amarelos na economia.
Até biquínis são importados da China. Em 2010, o Brasil teve um deficit
de US$ 33,5 bilhões na sua balança
comercial de produtos manufaturados. Neste ano, o buraco deve passar de US$ 50 bilhões.
Os pobres, a classe média e os ricos podem adorar comprar tudo a
preço de banana. Mas quem pensa
alguns segundos perceberá o alto
grau de insustentabilidade do modelo baseado em exportar matéria-prima e trazer produtos industrializados do exterior.
Não é uma questão de se, e, sim,
de quando e de como essa farra acabará. A presidente Dilma Rousseff
entra agora no seu 8º mês de mandato. Ainda não tomou grandes
medidas para corrigir os principais
gargalos da economia. A nova política industrial a ser lançada na
quarta-feira não ficou pronta. Todos parecem esperar o desfecho da
crise da dívida nos EUA para só então pensar no curto prazo.
Esse é o desafio de Dilma: romper essa lógica que impede os brasileiros de terem um pouco mais de
certeza sobre o futuro.
Amazônia, meio ambiente, ecologia, biodiversidade, desenvolvimento sustentável, ciência e tecnologia, incubadoras e parques tecnológicos, política nacional e internacional - Amazonia, the environment, ecology, biodiversity, sustainable development, science and technology, incubators and technology parks, national and international policy
sábado, 30 de julho de 2011
Dilma na guerrilha (Fernando de Barros e Silva, da Folha)
SÃO PAULO - Lula acomoda, Dilma confronta; Lula contemporiza,
Dilma peita; Lula negocia, Dilma
perde ou ganha. A diferença na maneira de atuar entre um e outro já
foi bastante comentada.
Marcos Nobre, professor de filosofia da Unicamp, batizou esse novo estilo de "política da queda de braço". O artigo que publicou no jornal "O Estado de S. Paulo" avança em relação ao que tem sido dito.
Dilma, ele escreve, "mobiliza e canaliza a seu favor a legítima ojeriza da sociedade à desfaçatez do sistema político. Como se ela própria não estivesse metida até o pescoço nesse mesmo sistema político que combate de dentro. Com isso, projeta a imagem de uma presidente que não se mistura à baixaria, que se mantém a salvo da contaminação".
Segundo essa lógica da "antinegociação", eventuais derrotas se transformam em "vitórias morais" da presidente. Mas se os políticos e a política são colocados, em bloco, no papel de vilões, o feitiço pode se voltar contra a feiticeira.
Tome-se o que disse nesta semana Paulinho, da Força Sindical: "Se esse tratamento valer para toda crise, teremos que tratar Dilma dessa mesma forma quando houver uma denúncia que envolva a presidente". O notório deputado é do PDT, mas tomou as dores do PR -ou dos "vilões" vistos em conjunto. Em geral, esse tipo de chantagem se esgota por aí, mas já é um sintoma, como diz Nobre, "do clima de permanente tensão produzido pelo modus operandi da presidente".
Dilma procura moralizar, ou reduzir o grau de bandalheira nos Transportes, o que ninguém de boa-fé ousaria dizer que é inócuo.
Mas sua ação saneadora não altera a estrutura fundamental da política brasileira, da qual ela é refém no atacado, ainda que a combata no varejo. O PT nasceu há mais de 30 anos com a veleidade de enfrentar essa velha política, de que é hoje o maior fiador. Dilma se vê novamente no papel de guerrilheira. Mas o inimigo desta batalha perdida agora são os seus aliados.
Marcos Nobre, professor de filosofia da Unicamp, batizou esse novo estilo de "política da queda de braço". O artigo que publicou no jornal "O Estado de S. Paulo" avança em relação ao que tem sido dito.
Dilma, ele escreve, "mobiliza e canaliza a seu favor a legítima ojeriza da sociedade à desfaçatez do sistema político. Como se ela própria não estivesse metida até o pescoço nesse mesmo sistema político que combate de dentro. Com isso, projeta a imagem de uma presidente que não se mistura à baixaria, que se mantém a salvo da contaminação".
Segundo essa lógica da "antinegociação", eventuais derrotas se transformam em "vitórias morais" da presidente. Mas se os políticos e a política são colocados, em bloco, no papel de vilões, o feitiço pode se voltar contra a feiticeira.
Tome-se o que disse nesta semana Paulinho, da Força Sindical: "Se esse tratamento valer para toda crise, teremos que tratar Dilma dessa mesma forma quando houver uma denúncia que envolva a presidente". O notório deputado é do PDT, mas tomou as dores do PR -ou dos "vilões" vistos em conjunto. Em geral, esse tipo de chantagem se esgota por aí, mas já é um sintoma, como diz Nobre, "do clima de permanente tensão produzido pelo modus operandi da presidente".
Dilma procura moralizar, ou reduzir o grau de bandalheira nos Transportes, o que ninguém de boa-fé ousaria dizer que é inócuo.
Mas sua ação saneadora não altera a estrutura fundamental da política brasileira, da qual ela é refém no atacado, ainda que a combata no varejo. O PT nasceu há mais de 30 anos com a veleidade de enfrentar essa velha política, de que é hoje o maior fiador. Dilma se vê novamente no papel de guerrilheira. Mas o inimigo desta batalha perdida agora são os seus aliados.
sexta-feira, 29 de julho de 2011
MP denuncia empresa por estudo ambiental enganoso
O Ministério Público do Estado (MPE) em Santarém denunciou a Consultoria
Paulista de Estudos Ambientais Ltda. (CPEA) e seu diretor-presidente,
Sérgio Luís Pompéia, pela elaboração e apresentação de estudo ambiental
parcialmente enganoso, crime previsto na lei de crimes ambientais. O
documento questionado é relativo aos impactos no meio ambiente, causados
pela construção do terminal fluvial de granéis sólidos da empresa
Cargill S.A no município.
Com base no apurado em depoimentos e documentos constantes no inquérito policial e no procedimento administrativo instaurado na promotoria de Santarém, o MPE verificou que os dados fornecidos pelo Estudo de Impacto Ambiental (EIA), apresentado pela empresa CPEA, não condizem com a realidade, com elementos discrepantes e que tornam obscuras as informações extraídas de estudos de diversos autores.
“Assim, o Estudo de Impacto Ambiental confeccionado pelos denunciados se constitui, pois, peça que retrata uma realidade dos fatos mais benéfica a empresa Cargill S.A. A conclusão apontada pelo referido EIA induz em erro o Órgão Licenciador, a sociedade e prejudica sobremaneira a análise judicial dos fatos que se encontram em plena discussão processual”, afirma o Ministério Público de Santarém na denúncia.
Segundo o documento da promotoria, ao inserir conclusões não correspondentes a verdadeira idéia dos autores citados na bibliografia e não ressaltar que os dados estatísticos colhidos não tinham como base os anos anteriores a instalação e efetivo funcionamento da empresa Cargill, a CPEA cometeu o ilícito previsto na lei de crimes ambientais.
“Os denunciados agiram de forma negligente e omissa na elaboração da informação central, tornando obscuro e parcialmente inverídico o Estudo de Impacto Ambiental, documento de fundamental importância para o procedimento de Licenciamento Ambiental da empresa Cargill. a cargo da Secretaria Estadual de Meio Ambiente”, ressalta a denúncia do MPE.
Pela forma negligente e omissa na elaboração e apresentação de estudo ambiental parcialmente enganoso, a pena prevista para o crime é de detenção, de um a três anos.
O Ministério Público não ofereceu denúncia contra os representantes legais da empresa Cargill, pois entende que houve celebração de contrato com a empresa denunciada para que elaborasse o estudo de impacto ambiental, que é de exclusiva responsabilidade da CPEA, não podendo a Cargill ser responsabilizada objetivamente na seara criminal, pelas incorreções e negligências da contratada. (MPE/PA)
Com base no apurado em depoimentos e documentos constantes no inquérito policial e no procedimento administrativo instaurado na promotoria de Santarém, o MPE verificou que os dados fornecidos pelo Estudo de Impacto Ambiental (EIA), apresentado pela empresa CPEA, não condizem com a realidade, com elementos discrepantes e que tornam obscuras as informações extraídas de estudos de diversos autores.
“Assim, o Estudo de Impacto Ambiental confeccionado pelos denunciados se constitui, pois, peça que retrata uma realidade dos fatos mais benéfica a empresa Cargill S.A. A conclusão apontada pelo referido EIA induz em erro o Órgão Licenciador, a sociedade e prejudica sobremaneira a análise judicial dos fatos que se encontram em plena discussão processual”, afirma o Ministério Público de Santarém na denúncia.
Segundo o documento da promotoria, ao inserir conclusões não correspondentes a verdadeira idéia dos autores citados na bibliografia e não ressaltar que os dados estatísticos colhidos não tinham como base os anos anteriores a instalação e efetivo funcionamento da empresa Cargill, a CPEA cometeu o ilícito previsto na lei de crimes ambientais.
“Os denunciados agiram de forma negligente e omissa na elaboração da informação central, tornando obscuro e parcialmente inverídico o Estudo de Impacto Ambiental, documento de fundamental importância para o procedimento de Licenciamento Ambiental da empresa Cargill. a cargo da Secretaria Estadual de Meio Ambiente”, ressalta a denúncia do MPE.
Pela forma negligente e omissa na elaboração e apresentação de estudo ambiental parcialmente enganoso, a pena prevista para o crime é de detenção, de um a três anos.
O Ministério Público não ofereceu denúncia contra os representantes legais da empresa Cargill, pois entende que houve celebração de contrato com a empresa denunciada para que elaborasse o estudo de impacto ambiental, que é de exclusiva responsabilidade da CPEA, não podendo a Cargill ser responsabilizada objetivamente na seara criminal, pelas incorreções e negligências da contratada. (MPE/PA)
Para Lula, oposição torce para a volta da inflação. Fala com o discurso de autoridade, de quem acabou com a inflação, implantou o Real e deu estabilidade à economia.
RIO - O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que a oposição “torce para que a coisa não dê certo”. Em palestra na ESG, Lula disse que a oposição está “torcendo” para a inflação voltar e o desemprego aumentar. “Esse negócio de que a oposição vai contribuir, não acreditem. A oposição é quem um jogador que está no banco de reservas. Você pensa que ele é amigo do que está jogando, mas ele está doidinho para o outro se contudir”, disse Lula.
Depois da palestra, Lula conversou com jornalistas e ponderou que o papel da oposição é “ficar procurando coisas para falar”.
“É ótimo que faça crítica. O papel da oposição é esse mesmo”, disse.
(Rafael Rosas / Valor)
Lula chama de “bobagem” declaração de Jesus.
O ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva interpretou, nesta quinta-feira, uma famosa passagem bíblica onde Jesus diz: “Bem-aventurados os pobres de espírito, porque deles é o reino dos céus”. Em Salvador, ele disse que é “bobagem” o que o Novo Testamento apregoa sobre a promessa de que o reino dos céus é para os pobres. Ele discursou de manhã para uma plateia formada em sua maioria por pequenos agricultores.
— Bobagem, essa coisa que inventaram que os pobres vão ganhar o reino dos céus. Nós queremos o reino agora, aqui na Terra. Para nós inventaram um slogan que tudo tá no futuro. É mais fácil um camelo passar no fundo de uma agulha do que um rico ir para o céu . O rico já está no céu, aqui. Porque um cara que levanta de manhã todo o dia, come do bom e do melhor, viaja para onde quer, janta do bom e do melhor, passeia, esse já está no céu. Agora o coitado que levanta de manhã, de sol a sol, no cabo de uma enxada, não tem uma maquininha para trabalhar, tem que cavar cada covinha, colocar lá e pisar com pé, depois não tem água para irrigar, quando ele colhe não tem preço. Esse vai pro inferno — discursou Lula, para delírio das cerca de mil pessoas que lotavam o auditório de um hotel de Salvador.
Vejamos que a Bíblia fala sobre isso: “Quem crê Nele não é condenado; mas quem não crê já está condenado, porquanto não crê nome do unigênito Filho de Deus.” ( João 3:18)
quinta-feira, 28 de julho de 2011
Tucano que teria como subordinado um idiota.
Apesar do esperneio público de dirigentes como André Vargas, parte da cúpula do PT fez leitura um pouco mais amena da declaração de voto de Nelson Jobim (Defesa): a de que, embora haja constrangimento a Dilma Rousseff, só um ingênuo desconfiaria de qual botão o ministro apertara em outubro.
Até porque Jobim nunca teria feito segredo de sua preferência, internamente. Em meio ao desencontro das manifestações públicas e privadas, petistas lembravam um incômodo extra, esse relacionado ao "militante histórico" José Genoino. Assessor especial da Defesa desde março, é subordinado diretamente a um agora declarado eleitor de José Serra.
RANIER BRAGON(interino) - painel@uol.com.br
Mais da Folha.
Petistas reagem a Jobim, e Planalto tenta conter crise
Deputados fazem críticas ao ministro da Defesa, que declarou ter votado em Serra contra Dilma em 2010
Para secretário do PT, aliado se acha a "última bolacha do pacotinho'; tucano agradece e diz que também o nomearia
O Século da Biotecnologia. Oportunidades, dificuldades e riscos tecnológicos e econômicos
O Século da Biotecnologia (em espanhol)
Nunca antes en la historia ha estado la humanidad
tan mal preparada para las nuevas oportunidades, dificultades y riesgos
tecnológicos y económicos que se ven en el horizonte. Es probable que sean más
fundamentales los cambios de nuestra forma de vida en las próximas décadas que
en los mil años anteriores. Hacia el año 2025 viviremos, nosotros y nuestros
hijos, en un mundo sumamente diferente de todo lo que los seres humanos hayan
experimentado en el pasado.
En poco más de una generación nuestra definición
de la vida y del significado de la existencia se habrá alterado de forma radical;
habrá seguramente que reconsiderar muchos supuestos sobre la naturaleza,
incluida nuestra propia naturaleza humana, que desde hace mucho se dan por
sentados. Puede ...que muchas viejas prácticas relativas a la sexualidad, la
reproducción, el nacimiento y la paternidad se abandonen en parte. También es
probable que las ideas sobre la igualdad y la democracia, o las que nos hacemos
del significado de expresiones como «libre albedrío» y «progreso», se
redefinan. Seguramente cambiará la percepción que tenemos de nuestra identidad
y de la sociedad igual que el espíritu del primer Renacimiento modificó la de la Europa medieval hace más de
setecientos años.
Hay muchas fuerzas convergentes que están
juntándose para crear esta nueva y poderosa corriente social. En el epicentro
está una revolución tecnológica sin parangón en toda la historia, que tiene el
poder de rehacemos y de rehacer nuestras instituciones y nuestro mundo. Los
científicos empiezan a reorganizar la vida a nivel genético. Los nuevos
instrumentos de la biología abren oportunidades para la remodelación de la vida
en la Tierra a
la vez que clausuran opciones que han existido a lo largo de los milenios de la
historia de la
evolución. Ante nuestros ojos se extiende un nuevo paisaje,
sin mapas aún, que se ha conformado en miles de laboratorios biotecnológicos de
universidades, organismos gubernamentales y empresas de distintas regiones del
mundo. Con que se cumpliese parte de lo que se está anunciando acerca de la
nueva ciencia, las consecuencias para la sociedad y las generaciones futuras
serían seguramente enormes. He aquí unos ejemplos de lo que podría suceder en
los próximos veinticinco años:
Un puñado de empresas multinacionales, institutos
de investigación y gobiernos podría poseer las patentes de prácticamente cada
uno de los 100.000 genes que constituyen los planos del género humano y de las
células, órganos y tejidos que el cuerpo humano comprende. Igualmente podrían
tener patentes similares de las decenas de millares de microorganismos, plantas
y anima les que existen, de tal modo que poseerían el poder sin precedentes de
dictar cómo viviríamos, nosotros y las generaciones futuras, nuestras vidas.
La agricultura de todo el planeta podría verse en medio de una gran transición de la historia mundial, con un volumen creciente de alimentos y fibra cultivados en interiores, en gigantescos baños bacterianos, a un precio que sería una fracción de lo que cuesta cultivar en la tierra. El paso a la agricultura de interiores presagiaría el ocaso de la era agrícola, que empezó hace unos diez mil años con la revolución neolítica y se ha prolongado hasta la revolución verde de la segunda mitad del siglo xx.
La agricultura de todo el planeta podría verse en medio de una gran transición de la historia mundial, con un volumen creciente de alimentos y fibra cultivados en interiores, en gigantescos baños bacterianos, a un precio que sería una fracción de lo que cuesta cultivar en la tierra. El paso a la agricultura de interiores presagiaría el ocaso de la era agrícola, que empezó hace unos diez mil años con la revolución neolítica y se ha prolongado hasta la revolución verde de la segunda mitad del siglo xx.
La agricultura de interiores
podría suponer unos precios más baratos y una oferta de alimentos más abundante,
pero millones de campesinos, tanto del mundo desarrollado como de los países en
vías de desarrollo, serían quizá arrancados de sus tierras; se desencadenaría
una de las grandes perturbaciones sociales de la historia.
Podrían liberarse en el medio ambiente decenas de miles de nuevos virus, bacterias, plantas y animales transgénicos con fines comerciales, de la «biodepuración» a la producción de combustibles alternativos. Pero algunas de estas sueltas podrían sembrar la desolación en la biosfera del planeta y diseminar una contaminación genética desestabilizadora, letal incluso, por el mundo. Los usos militares de la nueva tecnología podrían igualmente tener efectos devastadores sobre la Tierra y sus habitantes. Los agentes de guerra biológica creados mediante ingeniería genética podrían suponer en el siglo que viene una amenaza tan seria a la seguridad mundial como las armas nucleares en la actualidad.
La clonación de animales y seres humanos podría llegar a ser algo corriente, y la «replicación» reemplazaría en parte a la «reproducción» por vez primera en la historia. Podrían emplearse clones de animales, diseñados genéticamente por encargo y producidos en serie, como fábricas químicas que segreguen --en su sangre y leche- volúmenes grandes de abaratadas sustancias químicas y fármaco s de uso humano. Podríamos incluso ver la creación de una gama de nuevos animales quiméricos, incluidos híbridos de animal y persona. Podría, por ejemplo, llegar a ser realidad un ser chimpumano, medio chimpancé, medio ser humano. Podrían utilizarse ampliamente los híbridos de animal y ser humano como sujetos experimentales en las investigaciones médicas y como «donantes» de órganos para xenotrasplantes. La creación artificial y la propagación de animales clonados, quiméricos y transgénicos podría suponer el fin de la vida salvaje, sustituida por un mundo bioindustrial.
Habrá padres que prefieran concebir sus hijos en tubos de ensayo y gestarlos en vientres artificiales, fuera del cuerpo humano, para librarse de las molestias del embarazo y garantizar un entorno seguro, transparente, donde pueda vigilarse el desarrollo de su hijo antes de nacer. Se podrían hacer cambio genéticos en los fetos humanos dentro del seno materno para corregir anomalías y enfermedades mortales, y para mejorar el carácter, la conducta, la inteligencia y los rasgos físicos.
Los padres podrían diseñar algunas características de sus hijos, alterando decisivamente la noción de paternidad. Los niños «a gusto del cliente» prepararían el camino al nacimiento de una sociedad eugenésica en el siglo XXI.
Millones de personas podrían obtener una lectura genética detallada de sí mismas, y así vislumbrarían su futuro biológico. La información genética les daría el poder de predecir y planificar sus vidas de acuerdo con unas pautas que nunca antes han sido posibles. Pero escuelas, patronos, compañías de seguros y gobiernos podrían usar esa misma «información genética» para determinar el curso de la educación de una persona y sus perspectivas de empleo, cuotas de seguros y vencimientos; se generaría una nueva forma de descriminación, basada en el perfil genético. Podrían transformarse nuestras nociones de sociabilidad y equidad. La meritocracia daría paso a la geneticocracia, donde individuos, grupos étnicos y razas serían clasificados y encasillados, cada vez más, conforme a su genotipo, impulsando en todo el mundo un sistema informal de castas biológicas.
El siglo de la biotecnología podría introducir algunos de estos cambios, o puede incluso que la mayoría de ellos, y muchos más en nuestra vida cotidiana; nuestra consciencia individual y colectiva, el futuro de la civilización y de la misma biosfera quedarían profundamente afectados. Los beneficios y los peligros de lo que algunos llaman «la última frontera tecnológica» son a la vez apasionantes y escalofriantes. No obstante, pese al potencial formidable y las sombras ominosas de esta revolución técnica extraordinaria, hasta ahora se ha prestado mucha más atención pública a la otra gran revolución técnica del siglo XXI: los ordenadores y las telecomunicaciones. Eso está a punto de cambiar.
Podrían liberarse en el medio ambiente decenas de miles de nuevos virus, bacterias, plantas y animales transgénicos con fines comerciales, de la «biodepuración» a la producción de combustibles alternativos. Pero algunas de estas sueltas podrían sembrar la desolación en la biosfera del planeta y diseminar una contaminación genética desestabilizadora, letal incluso, por el mundo. Los usos militares de la nueva tecnología podrían igualmente tener efectos devastadores sobre la Tierra y sus habitantes. Los agentes de guerra biológica creados mediante ingeniería genética podrían suponer en el siglo que viene una amenaza tan seria a la seguridad mundial como las armas nucleares en la actualidad.
La clonación de animales y seres humanos podría llegar a ser algo corriente, y la «replicación» reemplazaría en parte a la «reproducción» por vez primera en la historia. Podrían emplearse clones de animales, diseñados genéticamente por encargo y producidos en serie, como fábricas químicas que segreguen --en su sangre y leche- volúmenes grandes de abaratadas sustancias químicas y fármaco s de uso humano. Podríamos incluso ver la creación de una gama de nuevos animales quiméricos, incluidos híbridos de animal y persona. Podría, por ejemplo, llegar a ser realidad un ser chimpumano, medio chimpancé, medio ser humano. Podrían utilizarse ampliamente los híbridos de animal y ser humano como sujetos experimentales en las investigaciones médicas y como «donantes» de órganos para xenotrasplantes. La creación artificial y la propagación de animales clonados, quiméricos y transgénicos podría suponer el fin de la vida salvaje, sustituida por un mundo bioindustrial.
Habrá padres que prefieran concebir sus hijos en tubos de ensayo y gestarlos en vientres artificiales, fuera del cuerpo humano, para librarse de las molestias del embarazo y garantizar un entorno seguro, transparente, donde pueda vigilarse el desarrollo de su hijo antes de nacer. Se podrían hacer cambio genéticos en los fetos humanos dentro del seno materno para corregir anomalías y enfermedades mortales, y para mejorar el carácter, la conducta, la inteligencia y los rasgos físicos.
Los padres podrían diseñar algunas características de sus hijos, alterando decisivamente la noción de paternidad. Los niños «a gusto del cliente» prepararían el camino al nacimiento de una sociedad eugenésica en el siglo XXI.
Millones de personas podrían obtener una lectura genética detallada de sí mismas, y así vislumbrarían su futuro biológico. La información genética les daría el poder de predecir y planificar sus vidas de acuerdo con unas pautas que nunca antes han sido posibles. Pero escuelas, patronos, compañías de seguros y gobiernos podrían usar esa misma «información genética» para determinar el curso de la educación de una persona y sus perspectivas de empleo, cuotas de seguros y vencimientos; se generaría una nueva forma de descriminación, basada en el perfil genético. Podrían transformarse nuestras nociones de sociabilidad y equidad. La meritocracia daría paso a la geneticocracia, donde individuos, grupos étnicos y razas serían clasificados y encasillados, cada vez más, conforme a su genotipo, impulsando en todo el mundo un sistema informal de castas biológicas.
El siglo de la biotecnología podría introducir algunos de estos cambios, o puede incluso que la mayoría de ellos, y muchos más en nuestra vida cotidiana; nuestra consciencia individual y colectiva, el futuro de la civilización y de la misma biosfera quedarían profundamente afectados. Los beneficios y los peligros de lo que algunos llaman «la última frontera tecnológica» son a la vez apasionantes y escalofriantes. No obstante, pese al potencial formidable y las sombras ominosas de esta revolución técnica extraordinaria, hasta ahora se ha prestado mucha más atención pública a la otra gran revolución técnica del siglo XXI: los ordenadores y las telecomunicaciones. Eso está a punto de cambiar.
Tras más de cuarenta años de seguir sendas paralelas, las ciencias de la
información y de la vida están empezando a fundirse, lentamente, en una sola
fuerza tecnológica y económica.
El ordenador se usa cada vea nás para
descifrar, gestionar y organizar la vasta información genética que es la
materia prima de la naciente economía biotecnológica. Los científicos que
trabajan en el nuevo campo de la «bioinformática» están extrayendo la información
genética de millones de años de evolución, y así están creando un nuevo y
potente tipo de «bancos de datos biológicos». La rica información genética que
se guarda en ellos sirve a los investigadores para rehacer el mundo natural.
El maridaje de los ordenadores y los genes altera para siempre nuestra realidad, hasta los niveles más profundos de la experiencia humana. Para empezar a comprender la dimensión del cambio que está teniendo lugar en la civilización humana conviene dar un paso atrás y entender mejor la naturaleza histórica de los muchos cambios que están ocurriendo a nuestro alrededor tan cerca ya del nuevo siglo. Estos cambios suponen un giro de la civilización. Estamos en las agonías del parto de una de las grandes transformaciones de la historia mundial. (...)
El maridaje de los ordenadores y los genes altera para siempre nuestra realidad, hasta los niveles más profundos de la experiencia humana. Para empezar a comprender la dimensión del cambio que está teniendo lugar en la civilización humana conviene dar un paso atrás y entender mejor la naturaleza histórica de los muchos cambios que están ocurriendo a nuestro alrededor tan cerca ya del nuevo siglo. Estos cambios suponen un giro de la civilización. Estamos en las agonías del parto de una de las grandes transformaciones de la historia mundial. (...)
Jeremy Rifkin El siglo de la Biotecnología. El
comercio genético y el nacimiento de un mundo feliz,
Crítica/Marcombo, Barcelona, 1999, p. 19.
quarta-feira, 27 de julho de 2011
Zona de turbulência (Painel da Folha)
O governo fez circular ontem a versão de que não gostou da exigência da
Fifa de fechar o aeroporto Santos Dumont (RJ) por quatro horas no
sábado, durante
o sorteio das eliminatórias da Copa-2014 na Marina da
Glória. Segundo assessores, Orlando Silva (Esporte)
submeteu o pedido à área de segurança do Comitê Organizador da Copa, que
o avalizou.
Mas Dilma Rousseff e o núcleo do Planalto só teriam ficado sabendo anteontem, o que resultou no recado geral de que querem ser informados com antecedência sobre pedidos com impacto na rotina das cidades. Os organizadores afirmam que o tráfego aéreo poderia interferir nas transmissões dos mais de 400 veículos internacionais credenciados para o evento.
In loco Além do marketing, assessores do Planalto dizem que Dilma quer que Pelé, nomeado ontem embaixador honorário para o torneio, funcione como uma espécie de "olheiro" na organização do evento. O ex-jogador, que já fez críticas ao planejamento da Copa, tem relação instável com o presidente do comitê organizador, Ricardo Teixeira.
Jogo da forca Após uma primeira avaliação, Dilma decidiu que, por ora, não dará início a nenhuma "faxina" na ANP, agência alvo de reportagem que apontou suposta corrupção no órgão.
Passos Antes de entregar a carta de demissão, Luiz Antonio Pagot disse a interlocutores que faria uma visita ao TCU e que estudava voltar a trabalhar com navegação fluvial e de cabotagem; ou com plantio de arroz.
Saldo Alfredo Nascimento (PR-AM), que prepara o discurso de retorno ao Senado, diz a amigos se sentir traído pelo governo, jogado em um "limbo político" ameaçador à sua candidatura ao governo do Amazonas.
Sem recibo Dilma não esboçou reação às piadas que Guido Mantega (Fazenda) fez ontem, no Conselhão, para tentar desmontar análises na imprensa com críticas aos rumos da economia.
Autoridade... Na esteira do anúncio da queda de homicídios em SP, o secretário Antonio Ferreira Pinto (Segurança) ganhará plenos poderes na reestruturação da Polícia Civil. Projeto em gestação no governo lhe confere mais autonomia para a nomeação de delegados de classe especial, além de acelerar as promoções.
...máxima Na prática, Ferreira Pinto, que já controla a investigação de atos de corrupção na corporação, recebe nova chancela do Bandeirantes para imprimir seu perfil ao primeiro escalão. Não à toa cresce o lobby na Assembleia pela votação do projeto que tira a corregedoria de seu gabinete.
Sinal amarelo A despeito do interesse de Gabriel Chalita (PMDB) em aliar-se ao DEM na disputa pela prefeitura paulistana, o acordo não tem aval de Geraldo Alckmin. O tucano, que reorganizou seu primeiro escalão para abrigar os "demos", defende pacto da sigla com o PSDB já no primeiro turno.
Quem avisa... O PT trabalha para derrubar o veto de Alckmin às emendas regionais da LDO argumentando que outros Estados, inclusive Minas, adotaram a prática. A oposição acena com o risco que um embate com as 15 bancadas que subscreveram o aditivo traria à pauta do governo na Casa.
Visita à Folha Ricardo Renzo Brentani, presidente da fundação mantenedora do Hospital A.C. Camargo, visitou ontem a Folha. Estava acompanhado de Irlau Machado Filho, CEO do hospital, e Paulo Alves, assessor de imprensa.
com LETÍCIA SANDER e FABIO ZAMBELI
Mas Dilma Rousseff e o núcleo do Planalto só teriam ficado sabendo anteontem, o que resultou no recado geral de que querem ser informados com antecedência sobre pedidos com impacto na rotina das cidades. Os organizadores afirmam que o tráfego aéreo poderia interferir nas transmissões dos mais de 400 veículos internacionais credenciados para o evento.
In loco Além do marketing, assessores do Planalto dizem que Dilma quer que Pelé, nomeado ontem embaixador honorário para o torneio, funcione como uma espécie de "olheiro" na organização do evento. O ex-jogador, que já fez críticas ao planejamento da Copa, tem relação instável com o presidente do comitê organizador, Ricardo Teixeira.
Jogo da forca Após uma primeira avaliação, Dilma decidiu que, por ora, não dará início a nenhuma "faxina" na ANP, agência alvo de reportagem que apontou suposta corrupção no órgão.
Passos Antes de entregar a carta de demissão, Luiz Antonio Pagot disse a interlocutores que faria uma visita ao TCU e que estudava voltar a trabalhar com navegação fluvial e de cabotagem; ou com plantio de arroz.
Saldo Alfredo Nascimento (PR-AM), que prepara o discurso de retorno ao Senado, diz a amigos se sentir traído pelo governo, jogado em um "limbo político" ameaçador à sua candidatura ao governo do Amazonas.
Sem recibo Dilma não esboçou reação às piadas que Guido Mantega (Fazenda) fez ontem, no Conselhão, para tentar desmontar análises na imprensa com críticas aos rumos da economia.
Autoridade... Na esteira do anúncio da queda de homicídios em SP, o secretário Antonio Ferreira Pinto (Segurança) ganhará plenos poderes na reestruturação da Polícia Civil. Projeto em gestação no governo lhe confere mais autonomia para a nomeação de delegados de classe especial, além de acelerar as promoções.
...máxima Na prática, Ferreira Pinto, que já controla a investigação de atos de corrupção na corporação, recebe nova chancela do Bandeirantes para imprimir seu perfil ao primeiro escalão. Não à toa cresce o lobby na Assembleia pela votação do projeto que tira a corregedoria de seu gabinete.
Sinal amarelo A despeito do interesse de Gabriel Chalita (PMDB) em aliar-se ao DEM na disputa pela prefeitura paulistana, o acordo não tem aval de Geraldo Alckmin. O tucano, que reorganizou seu primeiro escalão para abrigar os "demos", defende pacto da sigla com o PSDB já no primeiro turno.
Quem avisa... O PT trabalha para derrubar o veto de Alckmin às emendas regionais da LDO argumentando que outros Estados, inclusive Minas, adotaram a prática. A oposição acena com o risco que um embate com as 15 bancadas que subscreveram o aditivo traria à pauta do governo na Casa.
Visita à Folha Ricardo Renzo Brentani, presidente da fundação mantenedora do Hospital A.C. Camargo, visitou ontem a Folha. Estava acompanhado de Irlau Machado Filho, CEO do hospital, e Paulo Alves, assessor de imprensa.
com LETÍCIA SANDER e FABIO ZAMBELI
PT e PMDB (cada vez mais parecidos) avaliam que Lula será candidato em 2014
Algumas
das principais lideranças do PT e do PMDB, os dois sócios majoritários
da aliança governista, avaliam que Lula tentará voltar à Presidência em
2014.
Nos últimos cinco dias, o blog conversou reservadamente com cinco políticos de expressão –três pemedebês e dois petês.
Manifestaram
em privado opiniões que não ousam verbalizar em público. Ressalvadas
sibilinas diferenças quanto à enfase, todos enxergam em Lula um
candidato.
Apenas
um dos entrevistados, integrante da direção do PT federal, condicionou a
re-re-recandidatura de Lula ao desempenho de Dilma.
Os demais disseram crer que o patrono de Dilma irá às urnas em qualquer cenário. Escoraram a aposta na movimentação de Lula.
“Típica
de candidato”, disse um ex-ministro, filiado ao PMDB. “Voltou à cena
mais cedo do que todos previam”, ecoou um senador do mesmo partido.
Um petista que priva da intimidade de Lula contou que, mesmo nas conversas mais íntimas, o amigo não se declara candidato.
Ao
contrário, Lula repisa a tese segundo a qual não faz sentido sonegar a
Dilma o “direito” de disputar a reeleição. O problema é que ninguém –ou
“pouca gente”— o leva a sério.
Um
governador do PT mencionou ao repórter o que chama de “efeito etário”.
Lembrou que Lula fará aniversário de 66 anos em outubro.
“Em 2014, terá 69. E não parece razoável que ele se disponha a esperar até 2018, quando fará 73 anos”.
Outro
entrevistado disse que a volta de Lula começa a ser desejada também
pelos partidos que o apoiaram e que agora dão suporte a Dilma.
Por
quê? Diferentemente de Lula, um “animal politico”, Dilma trata seus
aliados “na base da ameaça”. Algo que, imagina, “não vai acabar bem”.
Entre todas as legendas, avalia o autor do raciocínio, a que mais deseja a volta de Lula é o próprio PT.
Disseminou-se
no condomínio governista a avaliação de que Dilma exagerou na faxina do
Ministério dos Transportes. Sobretudo no método.
Como
que receosos de receberem da presidente um tratamento à moda do PR, os
aliados acham que ela portou-se de modo precipitado e injusto.
De
acordo com a visão majoritária, Dilma teria afastado pessoas contra as
quais pesavam fundadas suspeitas e também servidores cuja culpa não está
provada.
Menciona-se,
de resto, o fato de Dilma ter sido a gerente da Casa Civil de Lula, sob
cuja gestão já vicejavam os malfeitos dos Transportes.
“Ela
joga pra platéia”, disse o ex-ministro pemedebê de Lula. “Pode ficar
bem nas pesquisas, mas gera uma instabilidade política desnecessária no
início do governo.”
Dito
de outro modo: ao saciar a fome ética da opinião pública, Dilma ateou
pânico entre os aliados, que passaram a ter saudades inauditas do estilo
acomodatício de Lula.
Ministro de Dilma, Jobim alardeia: ‘Eu votei no Serra’
Não
se trata propriamente de uma revelação. O voto de Nelson Jobim na
eleição presidencial do ano passado era um segredo de polichinelo.
Ainda assim, a explicitação da preferência do ministro da Defesa de Dilma Rousseff tem um quê de inusitado.
Em entrevista ao repórter Fernando Rodrigues, Jobim sapecou: “Eu votei no Serra.” Segundo disse, Dilma sabia.
Azedou a relação?, indagou o repórter. E Jobim: "Azeda quando você esconde. Eu não costumo fazer dissimulações, então não tenho dificuldades."
Passada a eleição, disse ele, o tema foi mandado ao esquecimento: “Não se toca no assunto.”
Na fase de composição de seu governo, Dilma cogitou livrar-se de Jobim. Ela o manteve na Esplanada a pedido de Lula.
Ministro
da gestão passada, Jobim esquivara-se de fazer campanha em favor de
Dilma. Em outubro de 2010, explicara a razão durante viagem a
Washington:
"Disse
ao presidente Lula que tinha impedimentos de natureza pessoal,
inamovíveis, de fazer campanha contra o governador [Serra]...”
“Ele
respondeu: ‘então não se meta nesse assunto, fique de fora’." Na nova
entrevista, Jobim contou que seu diálogo com Lula se deu numa reunião da
coordenação de governo.
Os
“impedimentos inamovíveis” de que falava Jobim eram a amizade de 30
anos que o une a Serra e o fato de o tucano ser seu padrinho de
casamento.
Há
um mês, discursando em homenagem ao grão-tucano FHC, que fazia 80 anos,
o pemedebê Jobim levou ao microfone uma frase que suscitou polêmica.
Evocando Nelson Rodrigues, declarou: "Ele dizia que, no seu tempo, os idiotas chegavam devagar e ficavam quietos…”
“…O que se percebe hoje, Fernando, é que os idiotas perderam a modéstia. E nós temos de ter tolerância [...] com os idiotas.”
Como
Jobim servira à gestão tucana no Ministério da Justiça, ficou-se com a
impressão de que ele comparava as duas administrações. E enxergava
“idiotas”na atual.
Houve mal-estar no Planalto. Compelido a explicar-se, Jobim alegou que se referia aos “reporteres”, não ao governo que integra.
Fernando Rodrigues perguntou-lhe se Dilma reclamou do comentário. "Não, não. Ela até riu", disse Jobim.
O
repórter também mencionou na conversa um rumor encontradiço nos
subterrâneos de Brasília. À boca miúda, diz-se que Jobim pode deixar o
governo antes do final.
Verdade? Dessa vez, o ministro escorou-se em Zeca Pagodinho: “Deixa a vida me levar.”
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