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quarta-feira, 2 de outubro de 2013

Mudança climática ameaça a diminuição dos índices de fome no mundo

Criança sudanesa desnutrida é vista em 
campo de refugiados de Yida, no Sudão do Sul


Pouco a pouco, a insegurança alimentar vai recuando no mundo, segundo os últimos números da FAO (Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura), publicados na última terça-feira (1º). No período de 2011-2013, 842 milhões de pessoas sofreram de fome crônica, ou seja, 26 milhões a menos que entre 2010 e 2012. Desde o início dos anos 1990, o número de subnutridos caiu 17%.

Mas não há por que comemorar vitória. A mudança climática poderia apagar esses progressos. A elevação do nível dos oceanos, as secas e as enchentes estão modificando as condições da agricultura. Por isso é tão importante para os países e para a pesquisa agronômica ter um acesso mais amplo possível aos recursos genéticos vegetais do mundo a fim de poder desenvolver variedades adaptadas ao aquecimento global.

Foi nesse espírito que o tratado internacional sobre os recursos fitogenéticos para a alimentação e a agricultura foi adotado em 2001. Ele entrou em vigor em 2007 e se baseia na noção de "bem comum" e instaura uma exceção à convenção sobre a biodiversidade, que privilegia a soberania nacional. Por falta de recursos e de vontade política, esse "tratado das plantas" está longe de dar os resultados esperados.

Os 129 países que ratificaram se reuniram entre 24 e 28 de setembro em Mascate (Omã) para tentar salvar o texto. Eles só conseguiram lhe dar uma extensão de dois anos, tempo de ver se é possível relançar essa mecânica emperrada.

O tratado prevê que os países-membros coloquem suas coleções de sementes em um banco comum de onde cada ator da pesquisa possa tirar para criar variedades melhoradas. Paralelamente, ele instaura um fundo para financiar projetos que tratem da conservação ou do uso sustentável dos recursos fitogenéticos.




Le Monde, Gilles van Kote, Em Mascate (Omã)


domingo, 8 de janeiro de 2012

Africanos e palestinos são "não-pessoas", e aquecimento global é um "não-problema"



Noam Chomsky

Em 15 de junho, três meses após o início do bombardeio da Otan na Líbia, a União Africana apresentou ao Conselho de Segurança da ONU sua posição em relação ao ataque –na verdade, um bombardeio por seus agressores imperialistas tradicionais: França e Reino Unido, com participação dos Estados Unidos, que inicialmente coordenaram o ataque, e marginalmente alguns outros países.


É preciso lembrar que ocorreram duas intervenções. A primeira, sob a Resolução 1973 do Conselho de Segurança da ONU, adotada em 17 de março, pedia uma zona de exclusão aérea, um cessar-fogo e medidas para proteção dos civis. Após poucos meses, essa intervenção foi deixada de lado assim que o triunvirato imperialista se uniu ao exército rebelde, atuando como sua força aérea.

No início do bombardeio, a União Africana pediu por esforços diplomáticos e negociações para impedir uma provável catástrofe humanitária na Líbia. Em um mês, os Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) e outros se uniram à UA, incluindo um importante país membro da Otan, a Turquia.

De fato, o triunvirato ficou um bocado isolado em seus ataques –visando eliminar um tirano caprichoso a quem apoiaram quando foi vantajoso. A esperança era de um regime mais flexível às exigências ocidentais de controle sobre os ricos recursos da Líbia e, talvez, que oferecesse uma base africana para o Comando dos Estados Unidos para a África, Africom, até o momento confinado a Stuttgart.

Ninguém sabe se os esforços relativamente pacíficos pedidos pela Resolução 1973 da ONU, apoiada por grande parte do mundo, teria tido sucesso em impedir a perda terrível de vidas e a destruição que se seguiu na Líbia.

Em 15 de junho, a UA informou ao Conselho de Segurança que “ignorar a UA por três meses e prosseguir com os bombardeios contra o território sagrado da África era despótico, arrogante e provocador”. A UA apresentou um plano para negociações e policiamento dentro da Líbia por forças da UA, juntamente com outras medidas de reconciliação –sem sucesso.

O pedido da UA ao Conselho de Segurança também apresentava o fundamento para suas preocupações: “A soberania tem sido uma ferramenta de emancipação para os povos da África que estão começando a traçar caminhos transformadores para a maioria dos países africanos, após séculos de comércio de escravos, colonialismo e neocolonialismo predatórios. Ataques negligentes contra a soberania dos países africanos são, portanto, o equivalente a infligir novas feridas contra o destino dos povos africanos”.

O apelo africano pode ser encontrado no jornal indiano “Frontline”, mas foi praticamente ignorado no Ocidente. Isso não causa surpresa: os africanos são “não-pessoas”, usando o termo de George Orwell para aqueles inaptos a entrar na história.

Em 12 de março, a Liga Árabe ganhou o status de pessoas ao apoiar a Resolução 1973 da ONU. Mas a aprovação logo desapareceu, quando a Liga não apoiou o bombardeio subsequente contra a Líbia pelo Ocidente.

E em 10 de abril, a Liga Árabe voltou a ser não-pessoa ao pedir à ONU que também impusesse uma zona de exclusão aérea sobre Gaza e suspendesse o bloqueio israelense, sendo virtualmente ignorada.

Isso faz sentido. Os palestinos são um modelo de não-pessoas, como vemos regularmente. Considere a edição de novembro/dezembro da “Foreign Affairs”, que abriu com dois artigos sobre o conflito entre israelenses e palestinos.

O primeiro, escrito pelas autoridades israelenses Yosef Kuperwasser e Shalom Lipner, atribui aos palestinos a culpa pela continuidade do conflito, ao se recusarem a reconhecer Israel como um Estado judeu (de acordo com a norma diplomática: Estados são reconhecidos, mas não setores privilegiados dentro deles).

O segundo, pelo acadêmico americano Ronald R. Krebs, atribui o problema à ocupação israelense; o artigo é intitulado: “Como a Ocupação está Destruindo a Nação”. Que nação? Israel, é claro, prejudicado por manter suas botas no pescoço das não-pessoas.

Outra ilustração: em outubro, manchetes anunciavam a libertação de Gilad Shalit, o soldado israelense que foi capturado pelo Hamas. O artigo na “The New York Times Magazine” foi dedicado ao sofrimento de sua família. Shalit foi libertado em troca de centenas de não-pessoas, sobre as quais sabemos pouco, fora o debate sobre se a libertação delas pode prejudicar Israel.

Nós também não sabemos nada sobre as centenas de outros detidos em prisões israelenses, por longos períodos sem uma acusação.

Entre os prisioneiros não mencionados estão os irmãos Osama e Mustafa Abu Muamar, civis sequestrados pelas forças israelenses que atacaram a Cidade de Gaza em 24 de junho de 2006 –um dia antes da captura de Shalit. Os irmãos então “desapareceram” dentro do sistema carcerário de Israel.

Independente do que alguém pense a respeito da captura de um soldado de um exército inimigo, o sequestro de civis é um crime muito mais sério –a menos, é claro, que eles sejam meras não-pessoas.

Certamente esses crimes não se comparam a muitos outros, entre eles os crescentes ataques contra os cidadãos beduínos de Israel, que vivem em Negev, no sul do país.

Eles estão sendo expulsos sob um novo programa que visa destruir dezenas de aldeias beduínas para as quais eles foram expulsos anteriormente. Por razões benignas, é claro. O Gabinete israelense explicou que 10 assentamentos judeus seriam fundados lá “para atrair uma nova população para Negev” –isto é, substituir não-pessoas por pessoas legítimas. Quem faria objeção a isso?

A estranha raça de não-pessoas pode ser encontrada em toda parte, inclusive nos Estados Unidos: nas prisões que são um escândalo internacional, nas cozinhas, nas favelas e cortiços.

Mas os exemplos são enganadores. A população mundial como um todo está à beira de um buraco negro.

Nós vemos lembretes diários, mesmo em incidentes pequenos –por exemplo, no mês passado, quando os republicanos na Câmara dos Deputados americana barraram uma reorganização virtualmente sem custo para investigação das causas dos eventos climáticos extremos de 2011 e fornecimento de previsões melhores.

Os republicanos temiam que ela poderia ser uma abertura para “propaganda” sobre o aquecimento global, um não-problema segundo o catecismo recitado pelos pré-candidatos daquele que, anos atrás, costumava ser um partido político autêntico.

Pobre espécie triste.
Tradução: George El Khouri Andolfato

quarta-feira, 30 de março de 2011

Novos países surgem como os principais "Players" no mundo científico


 A ciência dos países em desenvolvimento é destaque no relatório produzido pela Royal Society, a academia de ciências do Reino Unido, e divulgado na segunda-feira (28).

De acordo com o documento, Brasil, China, Índia e Coreia do Sul estão "emergindo como atores principais no mundo científico para rivalizar com as superpotências tradicionais" - Estados Unidos, Europa Ocidental e Japão.

Na China, o investimento em pesquisa e desenvolvimento tem crescido a uma média de 20% ao ano desde 1999, chegando aos US$ 100 bilhões (ou 1,44% do PIB) em 2007. E o país pretende investir ainda mais, alcançando um investimento no setor de 2,5% do PIB até 2020.

"O crescimento da China é sem dúvida o mais impressionante, mas Brasil, Índia e Coreia do Sul estão rapidamente no mesmo caminho e (com base na simples extrapolação de tendências existentes) poderão ultrapassar a produção [científica] da França e do Japão no início da próxima década", disse o relatório.

"O Brasil, na linha de sua aspiração de se tornar uma 'economia do conhecimento natural', com base em seus recursos naturais e ambientais, está trabalhando para aumentar o investimento em pesquisa de 1,4% do PIB, em 2007, para 2,5%, em 2022", apontou o relatório - segundo dados do Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT), o País aplicou 1,1% do PIB em ciência em 2007.

O documento também identifica outros países que estão se destacando no cenário internacional, ainda que não tenham uma sólida base no setor, como Cingapura, Irã, Tunísia e Turquia.

"O mundo científico está mudando e novos atores estão surgindo rapidamente. Além da emergência da China, notamos evoluções no Sudeste Asiático, no Oriente Médio e no norte da África, entre outros. O aumento da pesquisa e da colaboração científica, que pode nos ajudar a encontrar soluções para os desafios globais, é muito bem-vindo", disse Sir Chris Llewellyn Smith, que presidiu o grupo consultor do estudo.

"Os dados do relatório da Royal Society são interessantes e registram o progresso que o Brasil vem tendo nos últimos 20 anos no aumento de sua produção científica. Alguma cautela deve ser adotada, entretanto, pois, após 2008, com a crise econômica mundial, pode ter havido mudanças nas tendências extrapoladas. Além disso, o relatório parece ter se baseado muito em fontes secundárias em vez de usar as fontes primárias de dados, que seriam mais confiáveis", disse Carlos Henrique de Brito Cruz, diretor científico da Fapesp.

Artigos publicados - Uma grande variedade de dados foi analisada para o levantamento, incluindo tendências no número de publicações científicas produzidas por todos os países.

Os dados de publicações e citações foram produzidos e analisados em colaboração da Royal Society com a Elsevier, utilizando a base Scopus e resumos da literatura científica global analisada por pares.

Os dados indicam mudanças na autoria dos artigos científicos entre os períodos de 1993-2003 e 2004-2008. Embora os Estados Unidos ainda continuem na liderança, sua parcela na produção científica mundial caiu de 26% para 21% entre os períodos. A China, por sua vez, passou de sexto para o segundo lugar, pulando de 4,4% para 10,2% do total. O Reino Unido continua em terceiro, mas com queda de 7,1% para 6,5%.



Leia o relatório completo no sitio da "the Royal Society" Aqui

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Empresas sustentáveis - OXFAM

Depois da mias de 15 anos de realizar pesquisas, consultorias e atuar na área da sustentabilidade na Amazônia, tenho conhecido inumeras experiências de empresas preocupadas com a sustentabilidade da Amazônia. 

Quando começamos o nosso trabalho de valorização das cadeias produtivas da biodiversidade, como uma janela de oportunidade para a construção de um novo modelo para a Amazônia, foram poucos os que acreditavam. Hoje vemos resultados concretos. 

São muitas as empresas, projetos e experiências de empreendimentos que acreditam que a Amazônia poder represertar uma nova oportunidade de um modelo baseado no aproveitamento dos recursos naturais, sem a destruição do seu ecossistema. 

Alguns dos exemplos de pequenas, medias e grandes empresas que usam a biodiversidade como insumos para elaborar seus produtos, principalmente para a indústria de cosméticos, são já conhecidos no Brasil e no exterior. 

Uma das pioneiras pequenas empresas, a CHAMMA da Amazônia, Brasmazon, Juruá, Chocolates da Amazônia e outras, nascidas na Incubadora da Universidade Federal do Pará, contribuiram para que muitas empresas nacionais e internacionais se deslocassem para a Região para explorar a biodiversidade com uma visão de sustentabilidade. Das empresas nacionais a que tem destacado, sem dúvida, é a NATURA, que conta com uma extensa linha de produtos que usam insumos da biodiversidade. 

Hoje gostaria mostrar a empresa Oxfam, italiana que atua na África e na Amazônia. 


 Conheça um pouco de uma empresa que prega a sustentabilidade ambiental. 


A postura da empresa  frente a exploração de petróleo na Amazônia equatoriana. 


Chevron vai pagar 8,6 bilhões por danos ambientais na Amazônia: A gigante do petróleo tenha sido condenado por um tribunal, no Equador. É uma compensação por danos ambientais a maior da história. Os juízes estavam certos aos 30.000 indígenas e colonos na província equatoriana de Sucumbios que denunciou a empresa e reconheceu que a Texaco (Chevron agora) tem derramado em mais de 68 bilhões de litros (18 bilhões de galões) de resíduos tóxicos nos rios e abandonados na floresta amazônica, pelo menos, 900 tanques cheios de restos de extração de petróleo.
 
Nossa posição tem sido sempre a apoiar, sempre que possível, as comunidades contra empresas petrolíferas.

O caso que mais me foi cometida apoio para a comunidade de Playas de Cuyabeno, quando Petroecuador é a perfurar a entrada no seu território.

Foi o que aconteceu, nas palavras de Andrea Cianferoni, coordenador do projeto da Oxfam sobre a Reserva Cuyabeno.

Em 18 agosto de 2006 houve um derramamento de petróleo de um oleoduto da Petroecuador na estrada de Puerto del Carmen, na província de Sucumbíos, na fronteira com a Reserva Cuyabeno. O óleo derramado em um rio que flui para o sistema lagunar que constitui uma das peças mais relevantes da Fauna Cuyabeno de reserva de produção, área considerada uma das maiores do mundo por suas características naturais e da biodiversidade.







Vittoria e Pierfrancesco per l’Africa 

 Il film "La vita facile" porta sotto i riflettori l'impegno di Vittoria Puccini e Pierfrancesco Favino al nostro fianco



Vanessa, Carole, Johny e 1.200.000 pessoas do Haiti, muito obrigado


Conheça mais sobre a empresa Oxfam 

 AQUI

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Se eleita, primeira viagem de Dilma será à África

Se eleita no domingo, a candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, já tem montada uma agenda de viagens internacionais em que desfilará de braços dados com o presidente Lula.

O comando da campanha dilmista começou a esboçar seus primeiros passos após a eleição. A tendência é que ela vá com a comitiva presidencial a Moçambique, África, em 9 de novembro, conhecer a fábrica brasileira de antiretrovirais.

A viagem começaria após os seis dias de férias que ela pretende tirar a partir do dia 2, caso seja eleita. Dilma encerra a campanha em Belo Horizonte, no sábado. No domingo, vota em Porto Alegre e deve acompanhar a apuração no Palácio da Alvorada, em Brasília, com Lula e ministros.

Na noite de domingo, a petista fará um pronunciamento em um hotel da cidade. Caso vença, segue para uma festa e concede entrevista na segunda. Segundo integrantes do QG dilmista e interlocutores de Lula, a ideia original era que o primeiro compromisso como eleita fosse a viagem a Seul, para a reunião do G-20. Dilma, porém, irá na comitiva de Lula que agendou a passagem por Maputo no caminho para a Coreia do Sul. A Presidência negocia a participação de Dilma no G-20.

Folha.