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segunda-feira, 6 de julho de 2009
MUDANÇA CLIMÁTICA - AINDA TEM QUEM NEGUE QUE EXISTA
Paul Krugman
Então a Câmara aprovou a legislação Waxman-Markey referente à mudança climática. Em termos políticos, foi uma façanha notável. Mas 212 deputados votaram contra. Alguns dos votos contrários foram de deputados que consideravam a legislação muito fraca, mas a maioria a rejeitou por negar completamente a ideia de que os seres humanos sejam responsáveis pela produção de gases causadores do efeito estufa. Quando vi essas pessoas apresentando os seus argumentos, não tive como não achar que estava presenciando uma forma de traição - uma traição contra o planeta.Para que se compreenda integralmente a irresponsabilidade e a imoralidade representadas pela negação da mudança climática, é necessário conhecer a mudança sombria dos resultados das mais recentes pesquisas climáticas. O fato é que o planeta está mudando mais rapidamente do que esperavam até mesmo aqueles indivíduos mais pessimistas: as calotas de gelo estão encolhendo, e a área das zonas áridas aumentando, em um ritmo aterrador. E, segundo vários estudos recentes, uma catástrofe - uma elevação da temperatura tão grande que é quase inimaginável - não pode mais ser considerada uma mera possibilidade. Pelo contrário, ela é o resultado mais provável caso continuemos na rota atual. Assim, pesquisadores do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), que anteriormente previam uma elevação da temperatura de pouco mais de quatro graus até o final deste século, preveem agora um aumento de mais de nove graus. Por que? As emissões de gases causadores do efeito estufa estão crescendo mais rapidamente do que o esperado. Alguns fatores mitigadores, como a absorção de dióxido de carbono pelos oceanos, estão revelando-se mais discretos do que se esperava. E há indicações crescentes de que a alteração climática se auto-reforça. Por exemplo, a elevação das temperaturas provocará o derretimento de parte da tundra ártica, o que aumentará ainda mais a quantidade de dióxido de carbono na atmosfera.
Aqui na íntegra
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