terça-feira, 19 de maio de 2009

AMAZÔNIA - Pecuária se expande baseada em grilagem e desmatamento, diz estudo do Amigos da Terra.

Acima de 1.500ha o que se garante são os privilêgios para os desmatadores.

Propõem fechar a tornera de regular terras públicas,

Segundo Amigos da Terra pela escacez de uma política de créditos e tecnológica que favoreça aos pequenos, os produtores estão fadados a vender suas propriedades e assim se inicia, novamente o círculo vicioso do desmatamento.

Pesquisa da ONG Amigos da Terra traz perfil do setor na Amazônia.

Frigoríficos receberam R$ 6 bi de investimentos públicos em 2008.

As áreas de pasto na Amazônia triplicaram nos últimos 30 anos, ocupando hoje uma área superior à soma dos estados da Bahia e Rio de Janeiro. Segundo um estudo publicado nesta quarta-feira (22) pela ONG Amigos da Terra – Amazônia Brasileira, a expansão da pecuária só foi possível graças à invasão de terras públicas e desrespeito às leis ambientais.

Ao mesmo tempo em que aponta esse problema, a pesquisa indica que, em 2008, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) liberou R$ 5,9 bilhões para a indústria frigorífica, o equivalente a 49,1% dos empréstimos à área industrial realizado pelo banco. A maior parte desses recursos foi direcionado a quatro grandes empresas com forte atuação na Amazônia. Na última semana, o ministro da Economia, Guido Mantega, anunciou a liberação de mais R$ 10 bilhões para socorro a empresas da área.




Números do relatório 'A hora da conta'

As áreas de pasto na Amazônia saltaram de 203 mil km², em 1975, para 616 mil km², em 2006. A área supera a soma dos estados da Bahia com o Rio de Janeiro.

Num período de 10 anos (1997 a 2007), o rebanho bovino dos estados que compõem a Amazônia Legal cresceu 77,4%, frente ao crescimento de 23,7% do rebanho brasileiro.

Enquanto em Barretos, no interior de São Paulo, um hectare de terra custa em média R$ 15 mil, no estado do Amazonas a mesma área sai por R$ 300.

O número de cabeças de gado na Amazônia atingiu seu pico em 2005, quando havia 74.589.450 animais na região, o equivalente a 36% do rebanho brasileiro.

Os maiores compradores estrangeiros de carne in natura dos estados da Amazônia Legal em 2008 foram, na ordem, Rússia, Venezuela, Irã, Argélia, Egito e Líbia.

Na Amazônia, a média é de 1,08 cabeça de gado por hectare. Isso significa que, em uma área equivalente à cidade de São Paulo, são criados 152 mil animais.

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