Contribuções de HERMAN DALY para o Banco Mundial servir melhor ao objetivo de um desenvolvimento sustentável através de suas políticas e ações. (Artigo escrito em 1994).
Por Clóvis Cavalcanti
Pesquisador da Fundação Joaquim Nabuco,
professor da UFPe
e fundador da Eco-Eco.
1. Suspender a contagem do consumo do capital natural como renda. “Subentende-
que devemos manter nossa capacidade produtiva intacta com o passar do tempo. Mas esta capacidade produtiva tem sido tradicionalmente vista como capital feito pelo homem apenas, excluindo-se o capital natural”. O capital natural é considerado como um bem gratuito. Isso pode ter feito algum sentido no mundo vazio de antigamente, mas no planeta “cheio” de hoje, é claramente antieconômico.
2. Tributar menos o fator trabalho e a renda, e mais o fluxo (throughput) de recursos. “O sistema atual incentiva as empresas a diminuir o número de empregados, e usar tanto mais capital e fluxo de recursos quanto possível. Seria melhor economizar no fluxo dos recursos, pelo alto custo externo do seu próprio esgotamento e da poluição gerada, e ao mesmo tempo, utilizar mais mão-deobra, pelos benefícios sociais decorrentes da redução do desemprego. Ao mudar-se a base de impostos em direção ao fluxo de recursos, está-se induzindo maior eficiência nesse fluxo, e também internalizando, ainda que grosseiramente, as externalidades da exaustão dos recursos e da poluição”.
Essa mudança deveria ser uma peça chave nos ajustes estruturais do FMI e Banco Mundial, mas deveria, antes de tudo, ser iniciada nos países do Norte. “De fato, o próprio desenvolvimento sustentável deveria ser estabelecido nesses países em primeiro lugar. É um absurdo esperar qualquer sacrifício em direção à sustentabilidade no Sul, se medidas similares não tiverem sido tomadas no Norte. A maior fraqueza do Banco em propalar o desenvolvimento sustentável é que ele só tem influência no Sul, não no Norte.
Deve-se achar alguma forma de atingir o Norte também. Os países nórdicos e a Holanda já começaram a fazer isso”.
3. Maximizar a produtividade do capital natural no curto prazo e investir no aumento de seu suprimento no longo prazo. “Para recursos renováveis e não-renováveis, é necessário investimento para fortalecer a produtividade do fluxo (throughput) de recursos.
4. “Abandonar a ideologia de integração econômica global pelo livre comércio, livre mobilidade de capital e crescimento baseado na exportação – em favor de uma orientação mais nacionalista, que procure desenvolver produção doméstica para mercados internos como primeira opção, recorrendo ao comércio internacional quando claramente muito mais eficiente.
Veja artigo na integra no Boletin da ECOECO dedicado a HERMAN - AQUI
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