quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

A FRENTE PARLAMENTAR AMBIENTALISTA E O QUE DEVE E NÃO DEVE SER FEITO PARA A SUSTENTABILIDADE DA AMAZÔNIA

A Frente Parlamentar Ambientalista lançou, no mês de Novembro, um relatório com 75 recomendações para a implementação efetiva do Pacto Nacional pelo Desmatamento Zero na Amazônia. documento completo: http://www.greenpeace.org.
Proposto em 2007 por organizações não-governamentais ambientalistas, o documento é resultado de debates e sugestões apresentadas por integrantes da frente e por representantes dos ministérios do Meio Ambiente e da Agricultura, de governos estaduais da Amazônia, de ONGs ambientalistas, de universidades, de associações de produtores e de entidades empresariais.
Segundo o relator do documento, para conter a devastação da floresta, é preciso ir além dos instrumentos de repressão aos desmatadores ilegais. Os diferentes atores governamentais e sociais na Amazônia, inclusive produtores rurais e madeireiros, devem se mobilizar e ter acesso a condições que permitam o crescimento econômico da região sem derrubar novas árvores.
ERRADO! para alcançar o "crescimento econômico" tal como é entendido hoje, a destruição da floresta é o preço a se pagar. Daí que deva se promover um outro modelo para a sustentabilidade da Amazônia, que poucos na frente parlamentar discutem. Eles nem conhecem a Amazônia, como muito conhecem o bioma da catinga e do "Planalto", do resto só os aeroportos de Belém, Manaus, e quando não é época de chuvas, os de rio Branco ou Rondônia.
"Definimos como consenso, em primeiro lugar, o cadastramento e a regularização fundiária das propriedades da Amazônia, porque para qualquer política de pagamento de serviços ambientais ou de qualquer outro benefício é necessário que o governo conheça a verdadeira situação dessas propriedades rurais."Propostas Entre as principais propostas do documento, também está a necessidade de o governo federal apoiar financeiramente os estados amazônicos para que todos possam concluir seus zoneamentos ecológicos-econômicos (ZEE) até 2009, indicando onde e como se pode produzir na Amazônia.
O relatório também enfatiza a importância dos investimentos em pesquisa na região, principalmente para que se possa otimizar o uso da terra e utilizar áreas degradadas. De acordo com o texto, se a produtividade média da pecuária fosse aumentada em 50% em todo o País, seriam disponibilizados mais de 40 milhões de hectares para a agricultura sem necessidade de desmatar nenhum bioma. Hoje, a produção média brasileira é de 1,2 cabeça de gado por hectare e, na Amazônia, o índice é inferior a uma cabeça por hectare.
INVESTIR EM PESQUISA PARA AUMENTAR A PECUÁRIA? Aí sim que a floresta é desmatada mesmo!. O que deve ser realizado como política pública é investir na fronteira verde da Amazônia, já que as áreas degradadas não são passiveis de re-utilizar em pecuária, elas já foram utilizadas, já estão acabadas, podem sim ser reflorestadas.
Assessor jurídico do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia e consultor da frente, André Lima, reconhece que algumas propostas são ambiciosas, mas acredita que todas são factíveis. "Há várias propostas avançadas, ousadas, mas que vêm de iniciativas que já estão acontecendo. Todas que foram colocadas são propostas viáveis. O que se necessita são recursos." O consultor citou como exemplo a proposta de aumentar o volume de recursos para manejo florestal madeireiro e não-madeireiro na região. "Se 85% da Amazônia é floresta hoje, é preciso dar economicidade a essa região. É importante fazer investimentos na atividade econômica florestal.
Diálogo com produtores e madeireiros?.
O documento propõe um diálogo com os produtores rurais que não conseguem atingir os 80% de reserva legal na Amazônia, como manda o Código Florestal Brasileiro (Lei 4.771/65). Uma das propostas é que se modifique de Dezembro de 1998 para Julho de 2006 a data limite para compensação das áreas que devem ser mantidas com vegetação nativa. A medida, segundo o relatório, permitiria a regularização de cerca de 15 milhões de hectares. As propostas da Frente Ambientalista serão encaminhadas ao governo federal e aos governadores da Amazônia. A expectativa é que o documento subsidie as discussões para a modernização da legislação florestal e finalização do Plano Nacional de Combate às Mudanças Climáticas.
Esse dialogo com produtores, proposto pelos consultores ambientalistas e assumido pela Frente Parlamentar, é como dialogar com bandido para decidir o futuro das vitimas.
Com quem primeiro se deve dialogar é com as comunidades que ainda permanecem cuidando a floresta e protegendo os recursos florestais. Investir no aproveitamento econômico da biodiversidade, quanto antes, já que, continuar financiando aos desmatadores para que não desmatem trará como consequência o aumento do desmatamento, por enquanto os consultores das ONGs escrevem soluções para a Amazônia, o desmatemento continua avançando e quando diminui não é pelas políticas públicas e sim pelas condições da economia mundial de resessão.
Um bom exemplo de uma política correta para contribuir com a sustentabilidade da amazônia e diminuir o desmatamento, é a iniciativa do Governo do Estado do Pará de implantar a REDE DE BIOCOSMÉTICOS DA AMAZÔNIA (REDEBIO) que tem como propóssito precissamente aproveitar comercialmente os produtos da biodiversidade e dar sustentabilidade à amazônia, incluindo a suas comunidades, empresas de cosméticos e instituições de pesquisa, que serão os atores principais desse processo.

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