quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

MÉXICO - CIUDAD JUÁREZ - O NARCOTRÁFICO DOMINA A FRONTEIRA MEXICANA - drug trafficking dominates the Mexican border

Pablo Ordaz Na Cidade do México

O que diziam os cartazes era muito claro:
"Se o chefe de polícia de Ciudad Juárez não renunciar a seu cargo, mataremos um agente a cada 48 horas". Isso foi na quarta-feira. Na sexta apareceram os dois primeiros mortos, um guarda municipal de 25 anos - atingido por armas de grosso calibre na porta de sua casa - e um guarda penitenciário. Junto deles, vários cartazes que não deixavam margem para dúvidas. Eram os primeiros. Haveria mais.

Não foi preciso. Algumas horas depois, o responsável municipal pela segurança pública, um major aposentado chamado Roberto Orduña Cruz, se dobrou às ameaças do narcotráfico e se demitiu. Segundo afirmou em uma carta dirigida ao prefeito, fez isso para salvar a vida de seus agentes. O prefeito se apressou a nomear um substituto e a declarar solenemente: "O crime organizado pretende controlar a polícia, mas não vamos permitir isso". Talvez não tenha se lembrado nesse momento de que Orduña é o segundo chefe de polícia de Ciudad Juárez que deixa o cargo em menos de um ano por motivo idêntico: não ser do gosto dos bandidos.

Não é fácil ser policial no México, e muito menos em Ciudad Juárez. Os policiais honestos são mortos. Os corruptos também. Só este ano 19 agentes foram assassinados pelo narcotráfico na cidade de fronteira com os EUA, e nem mesmo depois do enterro se sabe se foram executados por ser escravos da lei ou de um bando rival. Quase todos levam para o túmulo a mesma suspeita que os acompanhou em vida. Na quarta-feira, enquanto apareciam as mensagens pedindo a demissão e tachando de corrupto o major Orduña, outro chefe policial da cidade foi assassinado, junto com seus dois guarda-costas, em uma avenida movimentada em plena luz do dia, da maneira tradicional. Um grupo de bandidos descarregou sobre eles mais de cem tiros que atravessaram os vidros e a carroceria do veículo oficial. Depois foram embora. Nem o exército nem a polícia federal - que patrulha a cidade dia e noite - sabem quem foram nem por que fizeram isso. Por ser honestos? Ou corruptos?
Leia na integra: http://noticias.uol.com.br/midiaglobal/elpais/2009/02/24/ult581u3066.jhtm

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