domingo, 5 de agosto de 2012

Governo assina acordo com sindicato de professores Chapa Branca, mas paralização continua

Universidades federais defendem manutenção da greve

Governo apresentou duas propostas neste mês; comando nacional defende que as paralisações continuem

Universidades federais em greve há mais de dois meses começam nesta sexta-feira, 3, a fazer assembleias para definir a estratégia que será adotada diante da decisão do governo de interromper as negociações com o movimento. Nesta quinta-feira, 2, o comando nacional da greve preparou um documento defendendo que as unidades mantenham a paralisação, recusem a proposta de acordo do governo apresentada semana passada e reivindiquem a retomada das negociações.

Veja também:

Greves longas não beneficiam servidores, diz Carvalho
Maioria das universidades rejeita proposta de reajuste do governo
Professores da Unifesp rejeitam proposta do governo e mantêm greve

"Esperamos que até quarta-feira todas as universidades paradas se manifestem", afirmou a presidente do Sindicato Nacional dos Docentes de Instituições de Ensino Superior (Andes), Marinalva Oliveira. O sindicato representa 49 das 57 universidades em greve.

Marinalva disse ter ficado surpresa com a decisão do governo de encerrar as negociações e considerar suficiente o acordo firmado com a Federação de Sindicatos de Professores de Instituições Federais (Proinsfe), que representa seis universidades paradas. "Eles escolheram assinar um acordo com entidade que não tem legitimidade", completou. Das 59 universidades federais, 57 estão em greve. Até o momento, somente a Universidade Federal de São Carlos manifestou disposição em aceitar a proposta do governo.

O secretário de Educação Superior do Ministério da Educação, Amaro Lins, disse nesta quinta acreditar que o movimento começou a perder força e que nos próximos dias unidades retomarão as atividades. Ele reiterou que o governo não vai mudar a proposta.

Neste mês, duas versões foram apresentadas para o movimento grevista. A última prevê reajuste de aumento entre 25% e 40% até 2015, um plano de carreira com 13 níveis, em vez dos 17 inicialmente sugeridos - o que tornaria uma ascensão mais rápida e a criação de um grupo de trabalho para discutir mais detalhadamente a progressão na carreira. Nessa versão, o impacto no orçamento seria de R$ 4,18 bilhões, 7% a mais do que os R$ 3,9 bilhões previstos na primeira proposta. "O aumento atenderia apenas 5% dos professores, aqueles em estágios mais altos na carreira", disse Marinalva. Ela disse esperar que o ponto dos grevistas não seja cortado. "Desde ano passado mostramos nossa disposição em conversar. Não fomos nós que interrompemos a negociação", disse. Existem no País cerca de 70 mil professores ativos nas universidades federais.

Lígia Formenti, de O Estado de S. Paulo

Nenhum comentário: