terça-feira, 2 de junho de 2009

POLÍTICA - Uma colher de chá do Senado, ouçado pronunciamento de um Senador sério

O SR. PEDRO SIMON (PMDB – RS. Pronuncia o seguinte discurso (EXTRATOS ALEATÓRIOS SOBRE AS ELEIÇÕES DE 2001).

Tive oportunidade – é o que venho fazendo, Sr. Presidente – de visitar várias universidades do Brasil. Não tanto quanto gostaria, atendo aos convites intensos que tenho recebido. Eu o faço dentro do possível. De modo especial, tenho ido às universidades, para debater com os jovens essa situação que vive o Brasil. E fico impressionado, profundamente impressionado, eu diria, com a situação de interrogação.

Desde criança, eu me dediquei à vida estudantil, à vida universitária, à vida da mocidade. Embora velho, continuo, de certa forma, a conviver com esses jovens. Nunca vi uma situação de interrogação quanto ao que fazer como essa.Os jovens sempre tiveram a oportunidade da luta, do trabalho, da garra contra a ditadura, contra a guerra, contra o nazismo, contra o fascismo, contra o arbítrio.

Na ditadura militar, com uma atitude fantástica, espetacular, os jovens foram os grandes responsáveis pela redemocratização deste País. Mas, hoje, eles se perguntam: aonde vamos? A interrogação com relação ao terceiro mandato do Presidente Lula era impressionante nas perguntas feitas: pode? Não pode? Está certo? Está errado? Essa confusão em torno do Congresso Nacional, eles não conseguem entender.

E me vi muito mal ao dar as respostas sobre auxílio-moradia, sobre sei eu mais o quê. Realmente, as respostas eram muito difíceis e muito complicadas.Os jornais do fim de semana deixam tudo muito claro. As pesquisas feitas com relação aos Parlamentares, com relação ao que querem nas reformas, deixam tudo muito claro. Fidelidade partidária? Sim, deve haver fidelidade partidária. Mas sempre há uma janelinha para, no final, no acerto de cada campanha, cada um pular para onde quer. Verba pública de campanha? Sim, deve haver verba pública de campanha. Mas isso vem junto com o fundo partidário, para o comando partidário usar como bem entende e onde bem entende.

Meus irmãos, parece que a reforma política não terá muito jeito, se depender de nós, se não houver reação da sociedade e, de modo especial, da mocidade.Foi um bom debate com a mocidade. Eu me emocionei, porque senti que eles estão na expectativa. E, a rigor, o Brasil está na expectativa de uma movimentação que não seja o debate triste e cruel que estamos vivendo.

O Senador Alvaro Dias pede uma CPI. Assinei a CPI. É importante analisar a vida da nossa Petrobras. Mas quem acompanha o noticiário de jornal em torno da instalação dessa CPI fica com vergonha. De um lado, o Governo diz: “Queremos examinar também o Governo Fernando Henrique”. Do lado de cá, diz-se: “Mas nós queremos o comando, a Presidência e a Relatoria”. Olhem, meus irmãos, se não houver seriedade, se não fizermos CPI na base de buscar a verdade...Eu era Líder do Governo quando se fez a CPI dos Anões do Orçamento. Eu estava aqui, quando se fez a CPI do Impeachment, que não funcionava para buscar o impeachment, mas, sim, para averiguar as denúncias que Pedro Collor, irmão do então Presidente da República, tinha feito contra PC Farias.

A gente escolhia os mais independentes, aqueles que, como a gente confiava, teriam uma atuação mais imparcial. Hoje, há as tropas de choque – a tropa de choque do Dr. Renan, a tropa de choque do Sr. Mercadante, a tropa de choque do Governo, a tropa de choque da Oposição –, para cada um buscar bater no outro e defender-se. Não vejo a busca da verdade, e isso tem chocado, e as manchetes têm levado para esse local.

Mas, em Goiânia, tive oportunidade, junto com o Prefeito Íris Resende... Que cidadão fantástico! Não consigo entender como é que o Senador Íris Resende consegue asfaltar 1,6 mil quilômetros de rua em Goiânia! Juro por Deus que é uma coisa fantástica. A informação que tenho é a de que Goiânia se transformou na segunda capital do mundo em área verde; perde apenas para uma cidade do Canadá. Realmente, é um trabalho fantástico.

Reunimos o Partido, todo o comando partidário. Por unanimidade, Goiás defende a existência de candidato do PMDB à Presidência da República. Isso se dá por unanimidade! Pela palavra da Íris, pela palavra do Prefeito de Goiânia, pela palavra do ex-Governador Maguito, pela palavra de todos, há unanimidade em torno do candidato do PMDB à Presidência da República.Essa informação estou tendo em todos os recantos, em todos os recantos. Enquanto isso, o comando do PMDB discute o que vai fazer. A decisão mais simpática é aquela que dá ao Presidente da Câmara a Vice-Presidência da República, que não pode ser do PSDB, porque o candidato do PSDB é o Serra, e não podem ser o Presidente e o Vice de São Paulo, a não ser que ganhe o Governador de Minas. Se for o Aécio, poderá ser assim, porque aí o Presidente do PMDB é de São Paulo, e poderá ser a dobradinha café com leite.

O próprio Quércia está lá fechadinho com o Serra: Serra para Presidente da República e Quércia para o Senado. Quem diria?! O Serra e mais alguns saíram do MDB, fundaram o PSDB, racharam nosso Partido, por causa do Quércia. Agora, estão lá os dois amigões Serra e Quércia: um deles é candidato a Presidente; o outro, candidato ao Senado. Não é possível! Sinceramente, não é possível!A Presidente Iris Araújo pretende viajar pelo Brasil, e eu pretendo atender a mais chamamentos, como o do Piauí, Presidente, para falarmos sobre a candidatura própria...

Agência Senado

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