O antes e o depois da Marina.
Agora ela briga pelos votos que são do povo e por sinal votos muito volaties
SÃO PAULO - Em conflito com o comando do PV, a
ex-senadora Marina Silva (AC) reuniu-se na noite de ontem com seus
aliados para definir a estratégia para aumentar a participação nos rumos
do partido e democratizar as decisões. Marina divulgou um texto, antes
mesmo da reunião, exaltando os quase 20 milhões de votos que obteve na
campanha presidencial, em 2010. No texto, a ex-senadora diz que os votos
representaram a expectativa depositada nela de "fazer uma mudança
profunda na política".
Marina acusou os dirigentes de sufocar a
"pouca democracia" existente no partido, em crítica ao grupo do
presidente da sigla, deputado José Luiz Penna (SP). Sem citá-lo, Marina
atacou sua manobra para prorrogar o próprio mandato no partido por mais
um ano. "Não creio que o aprofundamento da democracia possa ser feito
através da supressão, mesmo que temporária, da pouca democracia ainda
existente", disse no texto.
A ex-senadora reforçou o
descontentamento com o comando atual. "Se deixarmos de lado a renovação
política dentro do partido, acabou-se a moral para falar de sonhos, de
ética, de um mundo mais justo e responsável com o meio ambiente. Podemos
até continuar falando, mas soará falso, como voz metálica de robô." No
fim do artigo, porém, afirma que pretende ficar na sigla. "Reafirmo meu
desejo de permanecer neste PV, contribuindo para o seu crescimento e
qualidade política."
Na reunião na noite de ontem, em São Paulo,
Marina discutiu com integrantes do partido que lutam pela renovação de
programa e quadros ainda este ano se reúnem em São Paulo estratégias
para tomar o comando do PV. O grupo, chamado de "Transição Democrática",
é composto por dirigentes e parlamentares. Entre eles estão os
deputados federais Alfredo Sirkis (RJ) e Roberto Santiago (SP), os
deputados estaduais Beto Tricoli (SP) e Aspásia Camargo (RJ), a
ex-senadora e ex-presidenciável Marina Silva, o presidente do partido no
Estado de São Paulo, Maurício Brusadim, os ex-candidatos a governos
estaduais Sérgio Xavier (Pernambuco) e José Fernando Aparecido (Minas
Gerais) e o ex-candidato ao Senado por São Paulo, Ricardo Young.
(Vandson Lima | Valor)
Caindo aos pedaços
Executiva Nacional do DEM dissolve diretório em São Paulo
BRASÍLIA - A Executiva Nacional do Democratas
(DEM) decidiu hoje dissolver o diretório regional de São Paulo. A medida
é consequência da decisão do prefeito Gilberto Kassab de deixar a
legenda para fundar o Partido Social Democrático (PSD).
Ao mesmo
tempo em que dissolveu o diretório, o partido abriu um prazo de sete
dias para que os seus representantes paulistas possam conversar e
recompor o novo comando do DEM no Estado. "Temos 70 prefeitos, uma
bancada representativa e, agora, vamos buscar o entendimento", disse o
deputado Ônix Lorenzoni (RS), integrante da Executiva Nacional.
Para
ele, a partir de agora, acaba qualquer influência de Kassab sobre os
democratas de São Paulo. "A chance de se emplacar algum político próximo
de Kassab no novo diretório é zero", afirmou.
(Agência Brasil)
Um disse que é inquestionável o outro que frustrou a sociedade.
Sarney: Decisão do Supremo sobre Ficha Limpa é inquestionável
BRASÍLIA - O presidente do Senado, José Sarney
(PMDB-AP), disse, ao chegar nesta quinta-feira à Casa, que a decisão do
Supremo Tribunal Federal (STF) de anular a aplicação da Lei da Ficha
Limpa nas eleições de 2010 é inquestionável, mas vai gerar frustração na
população.
"Essa lei foi muito discutida e, sobretudo, ela teve a
finalidade de purificar o processo eleitoral, mas o Supremo interpretou
diferente, e nós temos que aceitar a decisão", disse Sarney.
OAB diz que decisão do STF sobre Ficha Limpa "frustrou a sociedade"
SÃO PAULO – O presidente nacional da OAB, Ophir Cavalcante,
afirmou há pouco em nota que a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de adiar
a aplicação da Lei da Ficha Limpa para as eleições de 2012 “frustra a sociedade”.
“Embora o sentimento da sociedade seja de frustração, tal
fato não significa uma derrota porquanto a lei do Ficha Limpa é constitucional
e será aplicada às próximas eleições”, declarou.
Cavalcante pondera que, “independentemente
da eficácia jurídica, a lei do Ficha Limpa foi importante do ponto de vista da
conscientização do eleitor sobre o seu papel na escolha de candidatos”.
(Téo Takar | Valor)