quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Mineração em queda


Rio Tinto termina 2012 no vermelho





SÃO PAULO - Após um ano difícil para a mineração em todo o mundo, a anglo-australiana Rio Tinto divulgou hoje um prejuízo líquido atribuível a seus acionistas controladores de US$ 2,99 bilhões em 2012. No ano anterior, a empresa havia apresentado um lucro de US$ 5,83 bilhões.


No ano passado, a companhia registrou uma queda de 15,8% em sua receita líquida, que atingiu US$ 50,97 bilhões. Os volumes vendidos foram reduzidos em quase todos os segmentos, menos no de diamantes, que garantiu faturamento de US$ 4,04 bilhões nos 12 meses, alta de 11,1%.

O minério de ferro foi o maior responsável pela baixa nas receitas. A comercialização da commodity garantiu à Rio Tinto 17,6% menos recursos do que em 2011, ou seja, uma receita bruta de US$ 24,28 bilhões. A divisão de alumínio faturou US$ 10,1 bilhões, queda de 16,9%, e as receitas com cobre caíram 13,7%, para US$ 6,52 bilhões.

Se o desempenho operacional foi pior em 12 meses, baixas contábeis no exercício trouxeram perdas de US$ 16,41 bilhões. As reduções no valor de ativos foram realizadas principalmente no negócio de alumínio da companhia e na mina de carvão em Moçambique.

Excluindo esses efeitos considerados “não recorrentes” pela anglo-australiana e mais alguns ganhos com vendas de ativos e transações financeiras, o lucro ajustado ficou em US$ 9,3 bilhões. O montante ficou próximo dos US$ 9,83 bilhões estimados pelo mercado e por volta das 6h20 (horário de Brasília), as ações da empresa subiam 1,5% em Londres, para 38,13 libras.

Para 2013, a Rio Tinto pretende aumentar sua produção do minério de ferro em 4,5%, para 265 milhões de toneladas. A alumina é aguardada em volume 17,6% maior, ou 8,2 milhões de toneladas e é previsto um crescimento de 15,2% na extração de alumínio. A anglo-australiana estima alta de 21,2% na produção de cobre, ou 665 mil toneladas, e refinar 9,2% mais, ou 305 mil toneladas.

Outro motor do prejuízo em 2012 foi o aumento do custo operacional da Rio Tinto. Mesmo com uma queda na receita, os gastos da companhia avançaram 4,8%, chegando a US$ 39,51 bilhões. Somados a despesas gerais e administrativas, baixas contábeis e outros itens, levaram a empresa a um prejuízo operacional, antes de juros e impostos, de US$ 1,97 bilhão no período. Em 2011, o resultado operacional da Rio Tinto havia sido positivo em US$ 13,94 bilhões.

(Renato Rostás | Valor)



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