A criação de um terminal pesqueiro deve mudar a realidade de um dos
locais mais tradicionais de Belém: o Ver-o-Peso, tombado como patrimônio
histórico e que completou 385 anos.
Comerciantes estão preocupados com o risco de esvaziamento do mercado
com a retirada de parte dos pescadores do local. Diariamente, de 150 a
200 pescadores desembarcam no local para vender cerca de 80 t de
pescado.
O governo federal concluirá o novo terminal no fim do ano no bairro de
Tapanã, distante do centro da cidade. O Ministério da Pesca diz que o
uso do novo espaço não será obrigatório.
Mesmo que parte dos pescadores fique, porém, os comerciantes temem
perdas. "Depois que os pescadores vendem os peixes, eles gastam o
dinheiro nos outros setores do Ver-o-Peso. Com a saída, todos serão
afetados", afirmou Fernando Souza, presidente do Sindicato dos Peixeiros
de Belém.
Pela manhã, quem chega ao local encontra dezenas de barcos ancorados,
peixes expostos na calçada e sendo transportados para o interior de
caminhões. Ao fundo, vê-se o galpão do mercado.
O objetivo do novo terminal, que tem custo de R$ 34 milhões, é
"modernizar" e "fortalecer" a atividade pesqueira. O ministério afirma
que pretende melhorar as condições de higiene.
Os representantes do setor, porém, reclamam que não foram ouvidos sobre o
projeto e querem garantias de que o comércio de peixes no Ver-o-Peso
será mantido. O ministro Marcelo Crivella prometeu uma audiência pública
para tratar do assunto.
Cerca de 5.000 pessoas trabalham ali, 10% delas vinculadas diretamente à
atividade: balanceiros, que pesam os peixes e os repassam aos
comerciantes, e os peixeiros, que os vendem ao consumidor.
Além deles, no Ver-o-Peso encontram-se artigos para pesca, temperos, alimentos, artesanato e até roupas.
AGUIRRE TALENTO
DE BELÉM
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