No Blog do Parsifal 5.2 o Deputado faz uma referência um pouco sarcástica ao Secretário Fiuza, ao mencionar que o ex-reitor da UFPA se refiriu ao Economista Adam Smith e ao filósofo J.J Rousseau para justificar a alternativa de não divisão do Estado. Parsifal, claro, é favorável à divisão, mas usa argumentos consistentes no debate com o Secretário Alex.
Entretanto, tem um detalhe que ambos (Parsifal e Fiuza) esqueceram, foi de citar a Ricardo, que foi quem melhor analisa o papel que desempenha a terra na composição do capital e do lucro.
Com certeza essdebate não ficará por aí e o Alex deberá dar o troco. Voces não perdem por esperar, eu também aguardo.
O ex-reitor da UFPA e atual secretário de Ciência, Tecnologia e Inovação do Estado do Pará, Alex Fiúza de Mello, deu o ar da sua pena na topografia plebiscitária: ele é contra a divisão e inaugura a sua tese voltando ao século XVIII, para lá encontrar Adam Smith e Rousseau.
Entretanto, tem um detalhe que ambos (Parsifal e Fiuza) esqueceram, foi de citar a Ricardo, que foi quem melhor analisa o papel que desempenha a terra na composição do capital e do lucro.
Com certeza essdebate não ficará por aí e o Alex deberá dar o troco. Voces não perdem por esperar, eu também aguardo.
O ex-reitor da UFPA e atual secretário de Ciência, Tecnologia e Inovação do Estado do Pará, Alex Fiúza de Mello, deu o ar da sua pena na topografia plebiscitária: ele é contra a divisão e inaugura a sua tese voltando ao século XVIII, para lá encontrar Adam Smith e Rousseau.
Eles
disseram a Fiúza que também são contra a divisão, pois, nas citadas
obras de ambos ("A Riqueza das Nações" e "A Origem das Desigualdades
entre os Homens", respectivamente), não existe qualquer ocorrência que
possa concatenar extensão territorial com desenvolvimento.
A
mediunidade não é um privilégio exclusivo do secretário. Eu estive
nessa sessão espírita, e asseguro que não passa de esforço vestibular
dar fundamentos territoriais às obras citadas, porque em nenhuma delas
há a mais tênue correlação do elemento geográfico com as demais
vertentes defendidas, até porque no Velho Mundo de antanho, território
era preocupação de reis e não de filósofos.
Voltando
ao presente, argumenta Fiúza de Mello que tanto países de grandes
territórios quanto de pequenas dimensões são "gigantes da economia",
como EUA, China e Canadá; e Japão, Suíça e Coreia, respectivamente.
Os
exemplos não servem à fundamentação desejada. EUA, China e Canadá têm
territórios próximos ao do Brasil, mas, o primeiro tem 50 estados e a
China 34 subdivisões e três cidades estados. O Brasil apenas 27 e mais o
Distrito Federal.
O Canadá é um caso à parte:
por ser um dos países com maior vazio demográfico do mundo, possui 10
estados e três territórios. A grosso modo, somente este último acudiria à
tese, mas, um estudo menos epidérmico da federação canadense
descortinaria que o país, que já foi uma confederação, guardou tal
autonomia geopolítica que seria crasso equívoco emprestar-lhe a
concepção geográfica, para comparações com o Brasil.
Quanto
ao exemplo dos "pequenos que são grandes", Fiúza de Mello não atentou
para o tropeço cometido: o Japão, com território quase equivalente a ¼
do Pará, é dividido em 47 estados, com executivo, legislativo e
judiciário autônomos. Convenhamos, isto é um exagero, mas é assim.
Quando
vamos à Suíça constatamos que o secretário Fiúza só leu Smith e
Rousseau para escrever o seu artigo. Cabem 30 "suíças" dentro do Pará, e
a Suíça é dividida em 26 estados autônomos que, segundo a Constituição
da Federação Helvética (o que nós chamamos de Suíça), são independentes e
soberanos.
Quanto a Coreia, é preciso informar
ao Doutor Mello que não existe a "Coreia". Na verdade há a Coreia do
Norte e a Coreia do Sul. Aquela, uma ditadura militar com uma área 10
vezes menor que o Pará; mesmo assim é dividia em 13 estados; esta, uma
democracia com área 11 vezes menor que o Pará, é dividida em 9 estados,
seis cidades metropolitanas e um distrito federal, ou seja, 16
subdivisões.
Portanto, os exemplos usados pelo
secretário, mais servem aos defensores da divisão, pois, ele mesmo
afirma, e aí ele acerta, que são países com desenvolvimento admirável
(exceto a Coreia do Norte, que é uma ditadura), quem sabe, porque são
inteligentemente subdivididos.
Quando Fiúza de
Mello se muda para o Brasil e tece a mesma lógica (há estados grandes e
desenvolvidos e há estados pequenos subdesenvolvidos) mais um equívoco
de avaliação é cometido, ao colocar São Paulo na conta dos grandes: São
Paulo está entre os menores estados do Brasil e é o mais desenvolvido.
Aliás, entre os 10 estados mais desenvolvidos do Brasil
, o único com dimensão territorial considerável é Minas Gerais, mesmo
assim a sua área é menos da metade da do Pará e lá, também, há
"políticos mal intencionados, que não leram Smith ou Rousseau", que
querem dividi-lo em três.
Quanto aos pequenos
subdesenvolvidos, os exemplos citados, à exceção de Alagoas, são
equivocados: o Pará está abaixo de todos os estados do Nordeste no item
desenvolvimento (é o penúltimo do Brasil), o que demonstra que também
são impertinentes os exemplos embarcados no artigo do ex-reitor.
Aí
vem um parágrafo que o Doutor Fiúza de Mello se deveria ter poupado:
assevera que o atraso do Pará se dá devido "a baixa qualidade da
educação". Concordo que é um dos elementos da equação, mas, como
ex-reitor da UFPA, deve saber ele o quanto é complicado prover educação
no Pará, e, quero crer, ele não fez melhor na expansão do ensino
superior no Estado (e como eu ouço reclamações da ausência da UFPA no
interior), pela completa falta de estrutura para provê-lo em um
território tão continental.
Adiante, o
secretário passeia pelas mesmas argumentações já dedilhadas pelos
unionistas, não deixando de repetir os bordões de efeitos midiáticos,
como "dividir o Pará é dividir a miséria" e demais pérolas
inconsequentes, como se fossemos uma horda de miseráveis querendo
curtir, por masoquismo, sozinhos, as nossas misérias.
A
certa altura, o Doutor Alex faz as vezes de cartomante, ao prever o
futuro: "o Estado tende a se tornar, nos próximos anos, um dos
principais polos dos investimentos nacionais e internacionais" e
preconiza que o nosso PIB vai crescer "acima da média brasileira" (eu
ouço isso desde o século passado). A discussão, aí, vira uma gincana de
ponta-cabeça, pois, os divisionistas, prometem a mesma coisa se dividir:
deu empate.
Ao final do artigo o secretário faz
o rabo torcer a porca, ao desembarcar com a pisada tese diversionista
de que a culpa é dos políticos (está vendo, meu caro governador, sobrou
para V. Excelência: o secretário esqueceu de observar que a culpa é dos
políticos que querem a divisão, que são os mal - ou maus - intencionados
e etc...). Alega que se os paraenses forem capazes de eleger melhores
políticos terão melhores políticas. Portanto, nós paraenses, de todos os
quadrantes, na próxima eleição nos deveremos aconselhar com o Doutor
Alex sobre em quem deveremos votar: ele será o nosso caudilho
acadêmico-eleitoral.
Meu caro Alex, por favor,
menos. Você já esteve, e agora está, em um cargo político e, com
certeza, vivencia as dificuldades de não se ver capaz de realizar aquilo
que a sua inteligência poderia providenciar, e não é que você não seja
um bom quadro: é somente a sua ideia que não corresponde ao fato que
você edifica (o início da sentença é com o Cazuza).
Meu
caro governador, desculpe-me mais uma vez lhe incomodar, mas, seria de
bom proveito, devido às circunstâncias, que V. Excelência pedisse aos
seus auxiliares que deixem só o Orly no embate: o danado, sozinho, sem o
Smith e sem o Rousseau, somente com uma cuia de tacacá e uma partícula
diminutiva, está dando conta do recado.
Meu caro Orly, tu ficas me devendo esta.
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