Quem assiste as
declarações oficiais se leva a impressão que o brasileiro é o verdadeiro
culpado pela alta da inflação. Parece que quem paga a passagem do ônibus, a
escola das crianças a conta do supermercado, a saúde da família etc. devem
fazer um esforço adicional para que a inflação não siga crescendo.
Não faz seis meses
que o governo pedia que os brasileiros fossem às compras, comprassem carros,
geladeiras, fogões, que levassem à família de férias e, que quanto mais
gastassem o Brasil mais cresceria e os brasileiros mais dinheiro teríamos no
bolso.
Hoje parece que essa festança está para acabar, existe, é
verdade uma onda de inflação no mundo e Brasil não escapa a esse processo.
Entretanto, longe de ser válida a explicação do mal menos do Ministro Mantega.
O Ministro disse que
o Brasil "não está mal na foto" da inflação mundial. Ele apresentou dados
que mostram que diversos países emergentes também lutam contra a alta dos
preços. Enquanto o Brasil tem hoje uma inflação estimada em 6,3% para 2011
(faltam ainda 8 meses para fim do ano), na Rússia, essa projeção é de 9,4% e na
Índia, de 8,8%.
É só esses dois países emergentes que superam Brasil, o resto está abaixo
em projeções de inflação.
Se compararmos com países da América Latina, só a inflação da Argentina
e Venezuela, supera a inflação do Brasil, os demais países como Chile, Peru,
Colômbia, Equador, etc. estão com inflação e projeções de inflação mais baixa
que Brasil.
Isso sem considerar as taxas de juros que nesses países é como máximo de
2%, além de que contam com uma política cambial que matem a taxa de câmbio
equilibrada.
A inflação não pode ser considerada isolada das outras variáveis
monetárias e, ainda mais, não pode ser desligada da política industrial e de
exportações.
Consideradas essas variáveis todas, o Brasil deve prontamente repensar
sua política econômica.
Nenhum comentário:
Postar um comentário