A primeira usina que terminou utilizando soja para manter capacidade de produção quebrou e demonstrou as limitações do programa de biodiesel, principalmente se for baseado em insumos provenentes do segmento alimentário.
A usina de biodiesel da Brasil Ecodiesel, em Crateús, no sertão central cearense, fechou suas portas por problemas financeiros e ambientais. Inaugurada, em janeiro de 2007, pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a unidade estava parada havia seis meses. Tinha capacidade instalada de produção para 10 milhões de litros de óleo/mês, mas desde a sua inauguração apresentava problemas em adquirir matéria-prima. Recentemente, suas ações despencaram.
De acordo com o prefeito de Crateús, Carlos Felipe Saraiva Beserra, a empresa teve seus problemas agravados com a queda do valor das ações na Bolsa de Valores. Começou operando com a ação avaliada em R$ 12 e agora estava em apenas R$ 0,80. O fechamento da unidade foi anunciado, nesta sexta-feira (11), na Assembleia Legislativa do Ceará, pelo deputado Hermínio Resende. Segundo ele, a empresa estaria inclusive com as contas de água e luz atrasadas.
Amparada no programa do governo federal de desenvolvimento do biodiesel, a usina deveria incentivar a produção de mamona no sertão cearense. O governador Cid Gomes (PSB) destina R$ 200 para cada hectare plantado, mas, apesar dos subsídios recebidos, a empresa sequer conseguia pagar o preço mínimo do quilo da baga do produto aos pequenos agricultores da região.
Começou a funcionar com 20 mil toneladas de mamona estocadas, quantidade suficiente para somente 80% da capacidade total de produção de um mês. Como o plantio de mamona não deslanchou no município, a unidade passou a adquirir, então, soja e dendê nos estados do Piauí e Bahia.
(Fonte: Agência Estado / Gazeta do Povo online)
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