sexta-feira, 26 de outubro de 2012

A VALE corre para o Pará



Vale afirmou que a prioridade absoluta da companhia é o desenvolvimento do minério de ferro, no Pará.

RIO - Atualizada às 11h50. O diretor de finanças e relações com investidores da Vale, Luciano Siani, afirmou que a prioridade absoluta da companhia é o desenvolvimento do projeto S11D, de minério de ferro, no Pará, que permitirá, segundo ele, a colocação da produção no porto a um custo de US$ 15 por tonelada.

Siani ressaltou que, com o S11D, a Vale vai recuperar participação de mercado global em minério de ferro.

"Perdemos market share por não conseguirmos crescer produção", disse em teleconferência com analistas sobre os resultados do terceiro trimestre. "A partir de 2017, com entrada de Serra Sul, podemos esperar o crescimento da Vale no seu principal mercado, que é o minério de ferro", acrescentou.

Preços do minério em 2013

O diretor de ferrosos e estratégia da Vale, José Carlos Martins, foi cauteloso ao desenhar um cenário para a tendência dos preços do minério de ferro para 2013. Segundo ele, o preço não deve, em 2013, fugir dos patamares de hoje, embora deva sofrer com a volatilidade.

Segundo Martins, o preço médio do terceiro trimestre foi de US$ 113 a tonelada no mercado à vista (spot) da China, enquanto neste início de quarto trimestre esta média passou para US$ 115.

"Só vamos sentir impacto mais positivo nos preços do minério se houver o crescimento mais acentuado da produção de aço na China", disse Martins, em teleconferência com analistas sobre o resultado do terceiro trimestre.

Martins também disse que há sinais de recuperação, impulsionada por um movimento de reestocagem de minério de ferro nos portos e usinas chinesas no quarto trimestre, levando a uma recuperação de curto prazo. Hoje, o preço do minério no spot chinês (Platts Iodex 62% Fe) chegou a US$ 120,50 a tonelada, ante US$ 120 ontem.

O executivo reiterou que, enquanto não houver uma recuperação efetiva na produção de aço chinesa, a alta de preços do minério estará sempre limitada por um patamar que torna atraente a volta de produtores chineses de minério de alto custo - por volta de US$ 120 a tonelada. Juntos, esses produtores adicionam uma capacidade de 100 milhões de toneladas por ano ao atual mercado.

Outros projetos

Outro projeto citado por Siani como prioritário foi Moatize, em Moçambique, para produção de carvão. De acordo com ele, os problemas para aumentar a produção de Moatize hoje estão restritos à logística, sem percalços na operação da mina.

De acordo com o executivo, a Vale vai procurar, sempre que possível, parcerias para o desenvolvimento de projetos. "Vamos buscar de forma mais ampla que no passado [...]", disse.

Siani afirmou também que a companhia está reavaliando todos os seus negócios na área de metais base, que inclui níquel e cobre. O objetivo é manter a operação de ativos que agreguem mais valor à produção da empresa. Siani destacou fechamento da mina de Frood, no Canadá, que operava há mais de cem anos e produzia, atualmente, um minério com baixo teor de níquel. "Ativos que não estão adicionando valor serão desinvestidos", afirmou.

O diretor ressaltou ainda que tem a expectativa de que, nos próximos anos, a Vale registre aumento na produção de ouro.

Por Rafael Rosas e Vera Saavedra Durão | Valor
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