Polícia fecha extração ilegal de areia e seixo próximo às obras de Belo Monte, em Altamira (Foto: Divulgação/Dema) |
Uma operação conjunta da Divisão
Especializada em Meio Ambiente da Polícia Civil (Dema) e da Secretaria
de Estado de Meio Ambiente (Sema) flagrou diversos crimes ambientais
cometidos pela empresa Ônix Empreendimentos Minerários, no município de
Vitória do Xingu, próximo às obras da usina hidrelétrica de Belo Monte.
Sem licenciamento, a empresa extraía areia e seixo em uma área
localizada no KM 55 da rodovia Transamazônica e estaria vendendo para as
empresas que fazem a obra da usina.
Realizada durante toda a semana, a
operação autuou a empresa, multou e embargou as suas atividades,
apreendendo maquinários e equipamentos. A Dema abriu um inquérito
contra a Ônix, desta vez para apurar os crimes ambientais, o que pode
levar até mesmo à prisão dos sócios Eduardo Toledo e Joelson Camilo, que
durante a operação não foram encontrados, mas foram intimados a dar
explicações da Delegacia de Polícia de Altamira.
Segundo a delegada Maria Teresa Macedo,
da Dema, a empresa cometeu diversos crimes ambientais, como abertura de
estrada sem licença ambiental, exploração, transporte e comercialização
de areia e seixo sem qualquer licença dos órgãos ambientais. A empresa
teve as atividades paralisadas e as dragas que faziam a extração de
minério no leito do rio Xingu foram apreendidas e levadas para o
município de Altamira.
Na quinta-feira (29), os agentes da Dema
voltaram ao local, desta vez acompanhados de uma equipe de fiscais da
Sema, peritos do Instituto Renato Chaves e policiais civis. Foram
constatados diversos crimes ambientais e desta vez os maquinários foram
apreendidos, impedindo a continuidade das operações ilegais da Ônix no
local. A fiscalização concluiu que a empresa ainda operava de forma
clandestina um porto no local e estava ampliando o mesmo, a fim de
receber as balsas que levam equipamentos e máquinas para as obras de
Belo Monte.
A assessoria de imprensa do Consórcio
Construtor Belo Monte (CCBM) disse desconhecer a informação de que o
material extraído ilegalmente pela Ônix era utilizado nas obras da
hidrelétrica. Mas, de acordo com testemunhas que trabalham no local,
todos os dias, dezenas de caçambas do CCBM iam até a área da Ônix para
buscar areia. Na última terça-feira (27), após a primeira operação da
Dema no local, as caçambas do CCBM não voltaram mais à área, mas as
máquinas continuaram trabalhando. A assessoria ficou de esclarecer o
assunto, mas até às 10 horas de ontem, não havia retornado.
(José
Ibanês/Diário do Pará/De Altamira)
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