Cadidato tucano disse que Haddad deve explicações sobre o material, criado quando petista era ministro da Educação
O candidato do PSDB a prefeito de São Paulo, José Serra, criticou o "kit gay" criado a pedido do Ministério da Educação e afirmou que o ex-ministro Fernando Haddad (PT), seu adversário na disputa, deve explicações sobre a elaboração do material de combate ao preconceito a homossexuais.JF Diorio/AE Candidato tucano criticou 'kit gay' |
Questionado sobre o assunto em entrevista à rádio Jovem Pan, na manhã desta quinta-feira, 16, o tucano disse que o kit que seria usado contra a homofobia na rede pública de ensino tinha "aspectos ridículos e impróprios".
"Não quero nem entrar em detalhes, porque vão dizer que eu estou introduzindo (o tema na campanha), mas (o "kit gay") tinha aspectos ridículos e impróprios para passar para crianças pequenas", afirmou.
Apesar de dizer que não pretende apresentar o tema durante a campanha, o tucano ligou diretamente Haddad à criação do material. "Quem fez foi o Ministério da Educação quando Fernando Haddad era titular, então é natural que cobrem isso na campanha. Ele é quem tem que se explicar, não são os outros candidatos", disse o candidato do PSDB.
Serra tem dirigido críticas ao candidato petista nos últimos dias, apesar de dividir a primeira colocação nas pesquisas de intenção de voto com o candidato do PRB, Celso Russomanno.
Na terça passada, Serra fez referência ao julgamento do mensalão, que está sendo realizado pelo Supremo Tribunal Federal em Brasília. O escândalo tem petistas como alvo principal. Nos bastidores, a campanha de Serra acredita que Haddad vai subir nas pesquisas com o início do horário eleitoral de TV no dia 21 de agosto.
Na entrevista desta quinta, Serra afirmou ainda que o "kit gay", elaborado por uma ONG a pedido do Ministério da Educação, era uma "via errada" de combate ao preconceito.
"(O kit gay) foi considerado um equívoco, tanto que a presidente (Dilma Rousseff) retirou quando tomou conhecimento. Não era apenas combate ao preconceito, era uma via errada."
Haddad disse que recebeu o comentários como um "elogio" a Dilma, que vetou a distribuição do material nas escolas. Para o petista, a decisão da presidente foi acertada naquele momento.
"Acho que é a primeira vez que ele elogia algo que a Dilma tenha feito", disse o candidato do PT.
O petista, no entanto, não gostou dos adjetivos usados pelo tucano para qualificar o kit, que seriam "um desrespeito" ao trabalho da ONG que o produziu.
Evangélicos. O "kit gay" também é alvo de críticas de líderes evangélicos, de quem Serra se aproximou durante a campanha. Nos últimos meses, pastores declararam que pretendem fazer campanha contra Haddad por sua relação com o material.
Entre os religiosos que fizeram críticas ao material anti-homofobia estão líderes da Igreja Universal, que apoia Russomanno, e da Assembleia de Deus, que tem parte de seus pastores ao lado de Serra e uma ala com Gabriel Chalita (PMDB).
O candidato do PSDB disse, também na entrevista desta quinta, que não pretende focar sua campanha na relação com as igrejas, mas admitiu a importância do segmento. "Para mim, política não é a mesma coisa que religião, mas religião e política são duas coisas fundamentais", disse Serra. "Minha preocupação como candidato é ganhar todos os setores do eleitorado", afirmou.
Questionado sobre a relação de Serra com as igrejas, Haddad afirmou que pedir votos dentro de um culto religioso "não é compatível" com a figura de um candidato. "Visito lideranças religiosas com muito gosto, mas para oferecer apoio para que a missão religiosa ajude os mais pobres e amplie os programas socias. Minha relação para aí", disse.
O petista afirmou ainda que é função do prefeito garantir a liberdade religiosa na cidade e, por isso, se eleito, trabalhará pela regularização de templos religiosos hoje em situação irregular.
ESTADO DE SÃO PAULO.
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