Mais de 100 milhões de pessoas poderão passar fome se a UE cumprir a meta fixada para os biocombustíveis, alerta a agência ActionAid.
Mais de 100 milhões de pessoas poderão passar fome se os 27 Estados-membros da UE cumprirem as metas estabelecidas pela legislação europeia para os biocombustíveis, conclui um relatório da agência internacional anti-pobreza ActionAid.
Os 27 comprometeram-se a obter 10% dos combustíveis consumidos no sector dos transportes a partir de fontes renováveis até 2020, o que implica quadruplicar o consumo actual, segundo a ActionAid. E 2/3 deste aumento do consumo será assegurado através de importações, com origem maioritária nos países em desenvolvimento.
A substituição de culturas alimentares por culturas destinadas ao fabrico de biocombustíveis vai provocar um aumento nos preços dos alimentos nesses países.
De acordo com a ActionAid, cada vez que os preços aumentarem 1% mais 16 milhões de pobres começarão a passar fome.
Biocombustíveis não reduzem emissões de CO2
Por outro lado, a organização fez as contas e concluiu que "a maioria dos biocombustíveis industriais não reduzem as emissões de gases com efeito de estufa quando comparados com os combustíveis que substituem".
E para a União Europeia alcançar a quota de 10% "a área total de terras necessárias para o crescimento de biocombustíveis industriais nos países pobres poderia atingir os 175 mil quilómetros quadrados, isto é, metade da área da Itália".
A maioria dos biocombustíveis industriais vendidos no mercado mundial é fabricada a partir do milho, trigo, cana-de-açúcar e óleos vegetais, como os óleos de palma, soja e colza.
Impacto negativo nos países pobres
A ActionAid salienta que o impacto local da sua introdução nos países em desenvolvimento é grande, porque gera a deslocação de populações, a escassez e subida de preço dos alimentos, falsas expectativas de criação de empregos e a desflorestação.
Leia a reportagem completa no Expresso Aqui
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