segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Política - No lugar certo no momento certo, competência e juventude o signo da época

Competência, sorte e até alguns constrangimentos marcam o caminho de jovens autoridades que chegaram rapidamente ao poder no funcionalismo

Flávia Foreque
Edson Luiz
Do Correio 27/09/2009

A indicação de Antonio Dias Toffoli para o Supremo Tribunal Federal (STF) causou polêmica entre parlamentares do Congresso, responsáveis pela aprovação do nome para a corte. Além do histórico de advogado do Partido dos Trabalhadores, a pouca idade do advogado-geral da União também foi alvo de críticas. Toffoli tem 41 anos — três a mais que Alexandre Padilha, que assumirá a Secretaria de Relações Institucionais no lugar de José
Múcio Monteiro, agora ministro do Tribunal de Contas da União (TCU).
A pouca idade, na verdade, não é tão incomum em altos postos do Executivo. Um exemplo é o titular da Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE), Daniel Barcelos Vargas, 30 anos, no cargo há cerca de três meses, após a saída de Roberto Mangabeira Unger. O perfil do novo ministro provocou certa mudança na rotina da pasta.

Quando Daniel participa de algum evento com colegas da Esplanada,toma o cuidado para que o cerimonial da secretaria se antecipe à sua chegada, para evitar constrangimentos. Desde que assumiu interinamente a pasta no lugar de Mangabeira Unger, o mineiro de Patos de Minas perdeu as contas de quantas vezes teve o acesso impedido, ainda que por poucos segundos, à área restrita às autoridades. Em viagens ao interior do Brasil, também já

Já perguntaram a Daniel Vargas até mesmo se ele tinha carteira de motorista
perguntaram, em tom de brincadeira, se o jovem ministro tinha
carteira de motorista.

Após concluir a faculdade de direito, Daniel aprofundou os estudos em mestrado na universidade e, depois, em Harvard, onde ingressou no doutorado. E foi na renomada instituição dos Estados Unidos que conheceu Mangabeira Unger, cujo convite o fez voltar ao Brasil e dar início à carreira que, em dois anos, o levaria ao posto de ministro.

“Para mim, foi uma sucessão de acasos. Um pouco de sorte, um pouco de mérito”, avalia. Quando Unger precisou voltar aos Estados Unidos para não perder a licença de professor, o então subchefe executivo imaginou que ficaria no máximo dois dias com o título de ministro. Mas a interinidade já dura três meses.

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