sábado, 11 de janeiro de 2014

Outra tolice do PT

Para PSB, ataque petista pode levar a afastamento irreconciliável


Nota oficial do PSB divulgada na manhã de ontem classifica de "aterradora burrice" mensagem postada na página do PT no Facebook com críticas ao governador de Pernambuco e pré-candidato do partido a presidente, Eduardo Campos. "Só serve para afastar, amanhã, de forma irreconciliável, dois partidos que desde 1989 caminharam quase sempre coligados", afirma.

O texto é assinado pelo vice-presidente nacional do partido, o ex-ministro Roberto Amaral, um dos defensores, no PSB, de que Eduardo Campos não rompesse com o governo federal. Já a mensagem publicada na página do PT na rede social é apócrifa, chama Campos de "tolo" e traidor da aliança com o PT. "Do ponto de vista político, é de aterradora burrice", disse Amaral.

O ex-ministro da Ciência e Tecnologia do governo de Luiz Inácio Lula da Silva atribui a responsabilidade pelo texto no site do PT à direção nacional do partido, já que não foi retirado. "A atual direção nacional do PT não se sentiu no dever, ditado pelas boas maneiras, de pedir desculpas", afirma o PSB em nota.

No PSB, Amaral está alinhado com a tese de que o partido deve permanecer no campo político que ajudou o PT a governar, num momento em que a maioria do partido se desloca para a oposição mais dura ao governo da presidente Dilma Rousseff.

"Cuspindo para cima, os dirigentes omissos do PT assumem a ingratidão política, esquecidos de que o PSB apoiou Lula nos seus momentos mais difíceis e nas campanhas eleitorais mais inviáveis", diz a nota. "A agressão atinge a um só tempo o candidato do PSB e seu presidente, bem como toda a militância socialista", o que somente interessaria à "direita", segundo Amaral.

Auxiliares da presidente Dilma Rousseff, entre os quais os ministros Fernando Pimentel (Desenvolvimento, Indústria e Comércio) e Paulo Bernardo (Comunicações), têm condenado os ataques ao PSB. Pimentel, por exemplo, acha importante a presidente manter as pontes com o partido, até mesmo contando com a possibilidade de a eleição presidencial de outubro passar para o segundo turno.

Apesar das críticas dos ministros, o PT manteve a mensagem na página oficial da sigla no Facebook. No entendimento de petistas mais críticos à aliança com o PSB, o partido quer "surfar" na publicidade obtida com o texto, que deixou o governador de Pernambuco em evidência no início de janeiro. Procurado, o vice-presidente nacional do partido, Alberto Cantalice, responsável pelas redes sociais da legenda, afirmou que não iria comentar a nota de Amaral. A mensagem petista foi postada na rede social na terça-feira. No dia seguinte, Eduardo Campos respondeu, classificando-a como "ataque covarde". (RC, colaborou Raphael Di Cunto)Valor Econômico

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