segunda-feira, 16 de julho de 2012

Cinco regras clássicas para criar bons negócios

(*) Richard Branson

Durante uma recente entrevista de rádio na BBC, o entrevistador me perguntou que conselho eu daria aos jovens que desejam abrir os seus próprios negócios. Durante os 46 anos decorridos desde que eu lancei a revista “Student”, o mundo certamente mudou. O panorama econômico incerto e o ritmo incessante de avanços tecnológicos fazem com que hoje em dia seja muito mais difícil para um jovem empreendedor repetir o sucesso da Virgin.

Na revista “Student”, nós manifestamos o nosso repúdio à Guerra do Vietnã e à Guerra Fria. Atualmente, os governos enfrentam a ameaça mais nebulosa do terrorismo e da instabilidade no Oriente Médio e na África. Naquela época, os mercados norte-americanos e europeus eram geralmente estáveis, enquanto que hoje em dia o poder econômico das nações ocidentais está sendo desafiado pelas economias de crescimento rápido do Brasil, da Rússia, da Índia e da China, e oportunidades de crescimento e de novos mercados podem ser encontradas por todo o mundo.

Há também a nova capacidade dos profissionais de marketing de contornar os canais tradicionais de mídia – a televisão, o rádio e os jornais – e de criar uma sólida rede de de seguidores online das suas companhias por meio do Twitter, do Google+, do Facebook e de novos aplicativos como o Path e o Klout. Isso significa que a maioria das novas empresas pode ser criada com orçamentos de marketing menores, e que os empreendedores têm condições de atingir novos mercados com mais rapidez. E isso significa também que as companhias de sucesso precisam defender as suas posições de liderança, já que os produtos delas podem perder popularidade no mercado tão rapidamente quanto viraram moda.

Mas, durante a entrevista de rádio, eu me vi argumentando que, embora o mundo possa estar mudando rapidamente, os passos necessários para a criação de um bom negócio continuam sendo os mesmos. As cinco diretrizes simples que nós seguimos ao criarmos a nossa revista e, a seguir, a Virgin Music, continuam tão válidas e úteis hoje quanto eram no final da década de sessenta e início da década de setenta.

1. Se você não gosta de determinada atividade, não se meta com ela. É fundamental que você goste do que faz.

2. Seja inovador: crie algo diferente e que irá se destacar.

3. Os seus funcionários são o seu melhor patrimônio. Funcionários satisfeitos geram clientes satisfeitos.

4. Lidere escutando: obtenha feedback dos seus empregados e clientes regularmente.

5. Seja visível: faça marketing da sua companhia e das ofertas dela colocando-se como um representante graduado diante das câmeras.

A Virgin Media criou o seu programa Pioneers a fim de promover aspirantes a empresários e ajudá-los a criar redes de contatos. Um dos nossos mais conhecidos pioneiros é Jamal Edwards, o fundador da SB.TV, um canal de música online e de informações sobre estilo de vida, cujo modelo de negócios e cuja companhia me fazem lembrar da Virgin na sua fase inicial.

Quando Edwards começou, a companhia dele consistia apenas dele e da sua câmera. Ele começou publicando na Internet vídeos de apresentações de rap para os seus seguidores. Edwards fazia aquilo de que gostava, e em breve ele obteve um conjunto de seguidores fervorosos dos seus vídeos iniciais apaixonados, inovativos e autênticos sobre eventos musicais.

Assim que criaram uma marca e obtiveram um grupo de seguidores, Edward e a sua equipe ampliaram o raio de alcance da SB.TV para mais áreas, incluindo música e estilo de vida, mercadorias, roupas e até mesmo uma gravadora. Marcas tradicionais como a Puma e a Nando's (uma rede de lanchonetes) passaram a contactá-lo, desejosas de discutir acordos e contratos.

Edwards também determinou o seu sucesso ao identificar talentos. Em 2010, um compositor e cantor em dificuldades enviou um vídeo para a SB.TV que foi aceito e publicado no canal da companhia no YouTube. O número de visitas foi crescendo e o rapper, chamado Example, ofereceu ao jovem e desconhecido cantor a oportunidade de acompanhá-lo em uma série de shows. O cantor desconhecido era nada mais nada menos do que Ed Sheeran, cuja carreira foi efetivamente lançada pela SB.TV.

Edwards continua muito ocupado e muito visível, promovendo a SB.TV e a si próprio sempre que pode – no seu website, na parceria com o Google Chrome e na mídia, ele conta a história da sua companhia e dos seus sonhos e sucessos, disseminando a sua mensagem. E ele sabe que um bom negócio depende de apoiar a equipe de funcionários e ser um bom ouvinte. Apesar dos seus sucessos iniciais, ele continua com os pés no chão, sempre disposto a ouvir e investindo constantemente em novos projetos empresariais.

Se você tiver a ideia certa e executá-la de forma apropriada, a data de lançamento da sua empresa não tem importância. Embora o ambiente empresarial tenha mudado, as regras básicas continuam sendo as mesmas. Em vez de cultivar uma nostalgia em relação a como as coisas eram no passado, abrace as novas oportunidades e desafios que estão disponíveis para você no presente.

(*) O megaempresário inglês é criador do grupo Virgin, que tem 200 companhias em mais de 30 países, incluindo a empresa aérea de baixo custo de mesmo nome

sábado, 14 de julho de 2012

Brasileiro no exterior deve estar consciente que representa o país



SÃO PAULO - Entre os inúmeros resultados positivos que o fortalecimento e o equilíbrio da economia brasileira têm proporcionado, um deles é o maior acesso de uma classe emergente ao universo do turismo. É hoje bastante comum encontrar, tanto nos voos domésticos como internacionais, uma presença constante de brasileiros que estão realizando sua primeira viagem aérea. O mesmo também vem acontecendo nos navios que realizam cruzeiros pela costa brasileira ou até naqueles que se dirigem à Europa e a outros países da América Latina.

Essa ampliação do acesso de mais brasileiros a um universo que poucos anos atrás era quase exclusivo de uma classe mais privilegiada merece reconhecimento. Sabemos que o comportamento de um turista, independentemente da sua nacionalidade, é muito distinto quando está em grupo e quando viaja sozinho (ou com acompanhante). A orientação para toda pessoa que viaja ao exterior envolve dois aspectos distintos, mas ao mesmo tempo complementares.

Primeiro, é importante desenvolver a capacidade de observar, entender e apreciar os novos lugares visitados. Isso envolve diversos sentidos como visão, audição, olfato e degustação — além de um interesse genuíno pela história, cultura e formas de vida do país visitado. Quando fiz minha primeira viagem ao exterior, para trabalhar em um projeto da Unesco, no México, recebi o seguinte conselho: “Nunca compare os ideais da sua cultura com a realidade da cultura alheia.”

Isso é muito comum entre turistas, profissionais que vão trabalhar no exterior ou imigrantes. Distantes do país de origem, temos a tendência a idealizá-lo, lembrando apenas as virtudes e esquecendo os seus problemas. Assim, fazemos comparações que serão injustas com o lugar onde estamos naquele momento.

O segundo aspecto se refere aos efeitos que as condutas do viajante, quando no exterior, provocam nos seus interlocutores. Todas as suas manifestações serão, inevitavelmente, associadas e transferidas para a imagem que ele mesmo constrói do seu país de origem. Por essa razão, cada brasileiro, ao viajar para o exterior, deve ter consciência que ele é um representante do Brasil, o tempo todo.

Isto se aplica aos turistas que saem para Miami, Buenos Aires, Nova York ou Las Vegas, por exemplo, com uma lista de compras e lugares para se divertir, quanto para aqueles que partem para a Europa, Ásia, Oceania ou África na tentativa de conhecer outras culturas. Além, é claro, dos que vão exercer qualquer atividade profissional em qualquer parte do mundo.

Seria importante se algum órgão governamental, associado à iniciativa privada dos operadores, agentes de viagens e companhias aéreas, iniciasse uma campanha de orientação ao viajante destacando sua importância como embaixador do Brasil no exterior. Iniciativas desta natureza podem contribuir para reforçar a imagem e interesse pelo Brasil tanto de turistas como investidores estrangeiros.

Renato Bernhoeft é fundador e presidente do conselho da höft consultoria – transição de gerações. Atua como consultor e palestrante no Brasil e no exterior. É articulista e autor de 16 livros sobre empresas familiares, sociedades empresariais e qualidade de vida. Cursou filosofia na Faculdade Anglicana de Teologia, em São Paulo. Trabalhou por sete anos em projetos de desenvolvimento comunitário da Organização das Nações Unidas para a educação, a ciência e a cultura (Unesco) no México e no Peru. Coordenou a área de recursos humanos nas empresas Kibon, DOW Química e Villares.

No Pará só faltou o Governo do Estado saber do jogo do legislativo

Diário do Pará.