As novas metodologias para medição das emissões de CO2 foram debatidas durante palestra na sexta-feira, 12 de março, no Inpa Novas metrologias para medir as emissões de carbono.
Essa foi a tônica da palestra "Balanço Global de Carbono e modelo de emissões por desmatamento na Amazônia", ministrada nesta sexta-feira, dia 12, na biblioteca do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa). Segundo o palestrante, o pesquisador Jean Ometto, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), a metodologia se baseia na relação entre uso do solo a dinâmica do desmatamento. Para ele, o país vive uma oportunidade única de aliar preservação com desenvolvimento.
"No Brasil, a mudança do uso do solo, desmatamento e agricultura representa mais de 70% das emissões. A partir desse modelo, a gente analisa de forma integrada como a mudança do uso do solo influencia na emissão de carbono na atmosfera", disse. Ainda de acordo com o pesquisador, o mercado de carbono representa uma fonte de negociação para o país como forma de proteger o meio ambiente.
"É uma proposta internacional, a redução do desmatamento e redução de carbono gera uma oportunidade muito grande. O Brasil pode, se reduzir desmatamento desenfreado além de diminuir as emissões, criar uma fonte muito interessante de recursos, mas isso está ligado aos nonos gerenciadores", destacou. Ciência e desenvolvimento sustentável Entre as discussões sobre a redução de emissões, houve espaço para o debate sobre o desenvolvimento sustentável.
Para Ometto, as buscas de alternativas econômicas aliadas a investimentos em ciência e tecnologia são fundamentais para o desenvolvimento sustentável da Amazônia. "Desenvolver e proteger o meio ambiente é um desafio regional e também planetário. O modelo econômico adotado de maneira geral não é sustentável a longo prazo. O desenvolvimento tecnológico, a mudança de base produtiva, o aproveitamento dos recursos ambientais, investimentos em ciência e a busca pela qualidade de vida das pessoas ajudam neste processo", declarou.
O pesquisador do Inpe participou também da Câmara Temática de Adaptação e Mitigação às Mudanças Climáticas, que debateu a formulação de inventário sobe emissões de carbono. A câmara, coordenada pelo gerente-executivo do Programa de Grande Escala da Biosfera-Atmosfera (LBA) do Inpa, Antonio Manzi, faz parte das atividades do Fórum Amazonense de Mudanças Climáticas, Biodiversidade, Serviços Ambientais e Energia. Na semana passada, a câmara discutiu a elaboração de Mapas de Vulnerabilidade do Estado do Amazonas, para identificação de áreas que podem sofrer danos após fenômenos naturais. Participaram da reunião membros de instituições como a Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa), Universidade Federal do Amazonas (Ufam), Secretaria de Desenvolvimento Sustentável do Amazonas (SDS), Defesa Civil e Inpe.
Para Manzi, as discussões sobre a elaboração dos mapas devem ajudar no planejamento das ações adotadas pelo poder público em fenômenos extremos como enchentes e secas. "As novas metodologias ajudam na formulação da reação aos eventos climáticos. Estamos interessados em conhecer quais regiões do Amazonas estão mais vulneráveis aos eventos do clima", disse. (Daniel Jordano, Assessoria de Comunicação do Inpa)
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