Leia trechos da Entrevista ao Ex-Prefeito Edimilson Rodrigues, militante histórico do PT, hoje no PSOL, Partido que dirige Heloisa Helena.
Primeiro petista a administrar a capital paraense, Edmilson Rodrigues está de volta à cidade depois de cinco anos morando em São Paulo, onde começou -e está a prestes a concluir - o doutorado na área de Geografia Humana. Uma das principais lideranças do PSOL no Estado, Rodrigues não sai candidato desde 2006, quando disputou o governo do Estado. Nas eleições municipais do ano passado resistiu aos apelos e, apesar de aparecer bem colocado em todas as pesquisas de intenção de voto, não disputou a prefeitura de Belém, alegando que precisava se dedicar aos estudos. Neste ano, contudo, o ex-prefeito estará novamente na arena eleitoral.
Edmilson Rodrigues foi um dos fundadores do PT do Pará. Pelo partido, foi deputado estadual e eleito prefeito. Em outubro de 2005, contudo, deixou a legenda que, segundo ele, havia abandonado o sonho socialista. Ajudou então a fundar o Psol, legenda da ex-senadora vereador em Maceió (AL), Heloísa Helena.
Em entrevista as repórteres Rita Soares e Aline Brelaz, Edmilson fala da conjuntura nacional e critica o governo da ex-colega de partido, Ana Júlia Carepa, que foi sua vice na prefeitura de Belém. Mas garante: ainda não sabe qual cargo disputará.
P: O senhor está voltando para a política?
R: Não estou voltando, porque na verdade nunca saí. O ser humano é essencialmente político.
P: Vou refazer então a pergunta: o senhor está voltando para a política partidária?
R: Da política partidária eu também nunca saí. O que ocorreu é que passei por uma fase de transição. Depois de um quarto de século ajudando a construir o PT. Infelizmente o PT dos meus sonhos, abandonou os sonhos. Eu continuo sonhando. Continuo socialista. Por isso, decidimos – eu e alguns companheiros do Brasil todo, que continuam aceitando que a humanidade tem direito a um futuro digno e feliz, embarcar num novo partido que é o PSOL, um partido novo, mas que já nasce grande e nesse sentido estamos ajudando a construir esse novo instrumento de luta.
P: Nas próximas eleições essa bancada poderá se manter e crescer ou o senhor acha que o partido vai encolher?
Na política sempre há possibilidade de crescimento. Nós ainda não sabemos como a conjuntura vai caminhar. Lidar com a reeleição do Lula [o presidente Luiz Inácio Lula da Silva] era uma coisa, numa conjuntura em que há todo um investimento para trabalhar. A imagem da candidata que o Lula apóia é bem diferente. Ela [a ministra Dilma Rousseff, pré-candidata petista à presidência] não é um Lula de saias.
P: Em 2010 o senhor vem candidato a quê, deputado estadual, federal ou ao governo?
R: Eu cheguei a Belém já de volta e tenho ouvido a militância do PSOL em particular, mas também muitos companheiros do PT - não a direção, mas militantes que modéstia à parte me amam- que vêm me dizer que a experiência do meu governo foi a melhor experiência que Belém já teve, e que por isso eu tenho que voltar. Ouço isso muito de muita gente. Pedi um tempo para refletir porque o PSOL está desenvolvendo alguns estudos e algumas pesquisas importantes. Precisamos conhecer alguns dados.
P: O senhor não sabe então a que vai ser candidato?
R: Tem a possibilidade grande, devido essa demanda que é emocionante para qualquer ser humano, de nós assumirmos a tarefa de representação pública política
P: O senhor está falando como candidato ao governo...
R: Estou dizendo que sou uma referência. Isso é inquestionável. Ainda vamos conversar nacionalmente. Em março vai ter uma conferência com a intenção de debater as candidaturas que temos. Tem muita gente boa no PT. Muitos me apóiam Não a cúpula, mas a militância, que tem como refêrencia um PT que já não existe mais, e tem certa dificuldade de aceitar essa mudança. É muito difícil de aceitar pra quem está construindo há 30 anos um partido perceber que ele já não existe mais.
Leia a entrevista completa no Diário do Pará
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