Amazônia, meio ambiente, ecologia, biodiversidade, desenvolvimento sustentável, ciência e tecnologia, incubadoras e parques tecnológicos, política nacional e internacional - Amazonia, the environment, ecology, biodiversity, sustainable development, science and technology, incubators and technology parks, national and international policy
quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009
A FLORESTA NO LIMITE - A FOREST IN LIMIT - Δάσος των οριακών - hutan dalam batas - 森林限额

Redução de chuvas elimina árvores de grande porte e diminui capacidade de absorção de carbono na Amazônia
Pesquisa FAPESP -
© Jennifer Balch/NCEAS
A paisagem que Paulo Brando encontrou em outubro passado na Floresta Nacional do Tapajós em Belterra, município no oeste do Pará, é bem distinta da que o encantou em sua primeira viagem à região seis anos atrás. As árvores mais altas e imponentes tinham muito menos folhas que o normal e já não se abraçavam no topo da floresta como antes. Várias estavam secas e mortas e por entre os vãos da copa deixavam espiar o céu. Quase sempre inacessíveis a quem caminha pela mata, os raios de sol chegavam à camada de folhas no solo, deixando-a mais seca e propensa a pegar fogo.
Felizmente a transformação observada pelo engenheiro florestal paulista se restringe – ao menos por enquanto – a uma pequena área da Amazônia que na última década vem servindo de laboratório natural para pesquisadores brasileiros e norte-americanos interessados em descobrir o que pode acontecer com a mais vasta floresta tropical do mundo caso, como previsto, a temperatura do planeta continue aumentando e as chuvas diminuam na região.
No interior dessa reserva ambiental às margens do rio Tapajós, a 67 quilômetros ao sul de Santarém, Daniel Nepstad, ecólogo do Centro de Pesquisas Woods Hole, nos Estados Unidos, e fundador do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam), criou no final dos anos 1990 um elaborado experimento a céu aberto. Selecionou um hectare de vegetação nativa – o correspondente a um quarteirão com 100 metros de lado – no qual simulou secas intensas semelhantes às causadas de tempos em tempos no leste da Amazônia pelo El Niño, o aquecimento anormal das águas superficiais do oceano Pacífico.
Durante cinco estações chuvosas seguidas, cerca de 30 pesquisadores e auxiliares da equipe de Nepstad instalaram um pouco acima do solo 5.660 painéis plásticos de 3 metros de comprimento por 0,5 metro de largura, recolhidos ao final de cada período de chuvas. Como uma espécie de guarda-chuva sobre a floresta, os painéis desviavam as águas vindas do céu para um sistema de calhas que as conduziam para longe dali.
Os efeitos desse experimento complexo e dispendioso – foram medidos gases emitidos para a atmosfera, umidade do solo, crescimento das plantas, entre outros fatores – começaram a se tornar mais claros recentemente com a publicação de artigos científicos detalhando os danos causados por cinco anos de uma seca experimental severa que reduziu de 35% a 40% o volume de água que chegava ao solo (o índice médio de chuvas na região de Santarém é de 2 mil milímetros por ano, concentrados de dezembro a junho).
Leia a reportagem completa aqui: http://www.revistapesquisa.fapesp.br/?art=3772&bd=1&pg=1
Pesquisa FAPESP -
© Jennifer Balch/NCEAS
A paisagem que Paulo Brando encontrou em outubro passado na Floresta Nacional do Tapajós em Belterra, município no oeste do Pará, é bem distinta da que o encantou em sua primeira viagem à região seis anos atrás. As árvores mais altas e imponentes tinham muito menos folhas que o normal e já não se abraçavam no topo da floresta como antes. Várias estavam secas e mortas e por entre os vãos da copa deixavam espiar o céu. Quase sempre inacessíveis a quem caminha pela mata, os raios de sol chegavam à camada de folhas no solo, deixando-a mais seca e propensa a pegar fogo.
Felizmente a transformação observada pelo engenheiro florestal paulista se restringe – ao menos por enquanto – a uma pequena área da Amazônia que na última década vem servindo de laboratório natural para pesquisadores brasileiros e norte-americanos interessados em descobrir o que pode acontecer com a mais vasta floresta tropical do mundo caso, como previsto, a temperatura do planeta continue aumentando e as chuvas diminuam na região.
No interior dessa reserva ambiental às margens do rio Tapajós, a 67 quilômetros ao sul de Santarém, Daniel Nepstad, ecólogo do Centro de Pesquisas Woods Hole, nos Estados Unidos, e fundador do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam), criou no final dos anos 1990 um elaborado experimento a céu aberto. Selecionou um hectare de vegetação nativa – o correspondente a um quarteirão com 100 metros de lado – no qual simulou secas intensas semelhantes às causadas de tempos em tempos no leste da Amazônia pelo El Niño, o aquecimento anormal das águas superficiais do oceano Pacífico.
Durante cinco estações chuvosas seguidas, cerca de 30 pesquisadores e auxiliares da equipe de Nepstad instalaram um pouco acima do solo 5.660 painéis plásticos de 3 metros de comprimento por 0,5 metro de largura, recolhidos ao final de cada período de chuvas. Como uma espécie de guarda-chuva sobre a floresta, os painéis desviavam as águas vindas do céu para um sistema de calhas que as conduziam para longe dali.
Os efeitos desse experimento complexo e dispendioso – foram medidos gases emitidos para a atmosfera, umidade do solo, crescimento das plantas, entre outros fatores – começaram a se tornar mais claros recentemente com a publicação de artigos científicos detalhando os danos causados por cinco anos de uma seca experimental severa que reduziu de 35% a 40% o volume de água que chegava ao solo (o índice médio de chuvas na região de Santarém é de 2 mil milímetros por ano, concentrados de dezembro a junho).
Leia a reportagem completa aqui: http://www.revistapesquisa.fapesp.br/?art=3772&bd=1&pg=1
terça-feira, 17 de fevereiro de 2009
Senado convocará Seffer e irmão de Ana Júlia - Senate will convene Seffer and brother of the governor Ana Júlia to testify for crimes of pedophilia

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pedofilia, instalada pelo Senado Federal, decidiu convocar para depor o deputado estadual Luiz Affonso Seffer (DEM) e o irmão da governadora Ana Julia, João Carlos Vasconcelos Carepa, ambos acusados de crimes sexuais contra meninas . No total, oito pessoas deverão depor durante a visita da CPI a Belém, no dia 4 de março, e em Brasília.
Nos requerimentos aprovados hoje, Seffer e Carepa foram convocados por denúncias de participação em crimes de abuso sexual contra adolescentes. Para depor na condição de testemunhas foram convocados a menina envolvida no escândalo de Sefer, a delegada Maria do Perpétuo Socorro Maciel, da Divisão de Atendimento ao Adolescente (DATA) da Polícia Civil do Pará; e o médico Estélio Guimarães, do município de Mocajuba, que teria tratado de crianças e adolescentes vítimas de abuso sexual.
Foram convidados a depor na qualidade de testemunhas a coordenadora do pró-Paz, Eugenia Sandra Pereira Fonseca; Sandra Maria Carreira dos Santos; e o bispo do Marajó, D. Luiz Ascona. As denúncias do bispo foram responsáveis pela instalação da CPI da Assembléia Legislativa do Pará que investiga crimes sexuais contra crianças e adolescentes.A maioria dos convocados e convidados pela CPI será ouvida em Belém. Se o tempo for insuficiente, os depoimentos que faltarem serão tomados em Brasília
Japão demite seus funcionários de origem brasileira - 日本起源のブラジル人従業員から抜け出し

Em Tóquio
Os empregados de meio-período são os primeiros a serem atingidos pelas reduções de funcionários nas empresas japonesas. Aqueles de origem estrangeira, principalmente os brasileiros, são afetados de forma particular.
Contratados para fazerem tarefas muitas vezes ingratas, chamadas de "3K" no Japão - kitsui (duras), kitanai (sujas) e kiken (perigosas) -, eles formam uma mão-de-obra complementar para as indústrias que os recrutam por intermédio de agências especializadas e os abandonam na primeira dificuldade que surge.
Sua chegada na ilha data de 1989. Na época, o Japão vivia um período de forte crescimento. O envelhecimento da população e os primeiros déficits de mão-de-obra estimularam o governo a conceder, fato inédito no arquipélago, vistos de trabalho a pessoas não qualificadas. Essa legislação é reservada aos descendentes de japoneses que imigraram para a América do Sul a partir de 1908. Chamados de nikkeijin, muitos deles agarraram essa oportunidade. Em 1990 eles eram em 4 mil, e hoje, 316 mil. Depois dos anos 1990, que foram marcados por tensões com tons de xenofobia, eles foram beneficiados pelo crescimento entre 2002 e 2008. Alguns deles trouxeram sua família.
Com a crise, as perdas de emprego se multiplicam. Esses trabalhadores não possuem seguro-desemprego e perdem a moradia, fornecida em sua chegada pela agência que os recrutou. Encontrar um novo emprego é difícil para eles, pois 90% deles falam mal o japonês.
No dia 18 de janeiro, 350 nikkeijn fizeram um protesto em Tóquio. Ruy Ramos, brasileiro ex-membro da equipe japonesa de futebol e estrela no arquipélago, lhes trouxe seu apoio. "Os residentes brasileiros levam sua contribuição à sociedade japonesa", ele afirmou. "Nós queremos que o governo tome medidas para proteger seus empregos, suas moradias e seu direito à educação".
ARGENTINA, TUCUMÁN - "O anonimato digital incentiva o jornalismo marrom", diz o escritor Tomás Eloy Martínez

Tomás Eloy Martínez (Tucumán, Argentina, 1934) passou por uma cirurgia delicada, submeteu-se a tratamentos longos, e enquanto isso, escreveu artigos, terminou um livro, "Purgatório", saiu para jantar, viajou para o México para celebrar o aniversário de seu amigo Carlos Fuentes, e ainda teve tempo para sair com amigos para discutir sobre absolutamente tudo e para continuar sendo um membro bastante ativo da Fundação Novo Jornalismo, presidida por outro amigo seu, Gabriel García Márquez.Este é o seu caráter.
Tornou-se jornalista cedo, sempre quis contar histórias, e no dia em que não contar nenhuma (verdadeira ou ficcional) deixará de ser Tomás Eloy Martínez, o jornalista. Entrevistei-o em sua casa em Buenos Aires (ele tem outra em Nova Jersey, onde é professor da Universidade de Rutgers), em meio a uma dessas oscilações de saúde que enfrentou e enfrenta como um bravo entre o fechamento de um jornal, ou a conclusão de um romance, antes de viajar à Espanha para falar sobre seu último livro.
Se perguntarmos em qualquer lugar da Argentina quem é o jornalista símbolo da paixão pelo ofício, um mestre na profissão, a maioria das pessoas responde seu nome. Ainda que tenha sido incentivado a abandonar o jornalismo por conta dos prêmios que recebeu por seus livros, o ofício continua sendo sua paixão; que exerceu na revista Primera Plana, no jornal diário La Nación; no exílio, que o salvou das lutas da ditadura militar argentina, trabalhou como jornalista na Venezuela e no México; neste último, em Guadalajara, fundou um jornal diário. Ainda que tenha dirigido redações, sua paixão sempre foi a reportagem, e a coletânea de seus artigos "Lugar común, la muerte", é um exemplo dessa dedicação.
Depois de conversarmos em Buenos Aires, ele falou a alguns jornalistas argentinos sobre a essência dos seus dois ofícios, o de escritor de ficção e o de jornalista: 'A literatura, se não é desobediência, não é literatura'. Assim como o jornalismo, a literatura é essencialmente um ato de transgressão, uma maneira de olhar para um pouco mais além dos nossos limites, dos nossos narizes. Tudo o que escrevi na vida são atos de busca da liberdade. Nada me dava mais prazer - quando publicava meus primeiros artigos em La Gaceta de Tucumán - que ouvir minha mãe dizer às minhas irmãs: 'Temos que ir à missa rezar pela alma de Tomás, que está totalmente perdida'.
Entre seus ideais, disse certa vez, está a verdade, enquanto jornalista, e a mentira, enquanto escritor. "O jornalista tem a obrigação de ser fiel à verdade, aos leitores e a si mesmo. O escritor, por outro lado, só tem de ser fiel a si mesmo". Fiel à sua alma dupla, de escritor e jornalista, Tomás Eloy Martínez disse que o jornalismo permitiu que ele ganhasse a vida com dignidade. Com esta alma "totalmente perdida", tratamos de juntar os pedaços do jornalismo de ontem e hoje.
Leia mais http://noticias.uol.com.br/midiaglobal/elpais/2009/02/15/ult581u3051.jhtmBRASIL - ECONOMIA - RESURREIÇÃO DO KEYNESIANISMO
De PAUL SINGER - Tendências e debates, Folha de São Paulo.
Os governos reconhecem que esta crise não pode mais ser contida apenas pela redução de juros e apelam para o arsenal keynesiano
DESDE a inesquecível crise de 1929, a presente é a primeira a ser combatida com políticas retiradas do arsenal teórico keynesiano. Em 1929, quando o estouro da Bolsa de Wall Street deu início à mais longa e arrasadora crise da história do capitalismo, era consenso que os governos deveriam manter austeras suas políticas monetária e fiscal, por temor de uma possível inflação, induzida pela recuperação do consumo e da inversão.
O que houve, porém, foi uma deflação infindável que perpetuou a retração da demanda efetiva, o desemprego em massa e o empobrecimento da maioria da população. Diante do desastre, alguns governos (entre os quais o brasileiro e o sueco foram dos primeiros) jogaram o consenso conservador fora e passaram a usar o crédito e o orçamento público para fomentar diretamente o consumo, a inversão e a substituição de importações, tendo em vista incrementar a qualquer custo a atividade econômica nacional.
Essas políticas, movidas pela coragem do desespero, lograram fazer com que o mundo emergisse de uma crise que parecia não ter fim.
Leia mais:
http://www1.folha.uol.com.br/fsp/opiniao/fz1702200908.htm
Os governos reconhecem que esta crise não pode mais ser contida apenas pela redução de juros e apelam para o arsenal keynesiano
DESDE a inesquecível crise de 1929, a presente é a primeira a ser combatida com políticas retiradas do arsenal teórico keynesiano. Em 1929, quando o estouro da Bolsa de Wall Street deu início à mais longa e arrasadora crise da história do capitalismo, era consenso que os governos deveriam manter austeras suas políticas monetária e fiscal, por temor de uma possível inflação, induzida pela recuperação do consumo e da inversão.
O que houve, porém, foi uma deflação infindável que perpetuou a retração da demanda efetiva, o desemprego em massa e o empobrecimento da maioria da população. Diante do desastre, alguns governos (entre os quais o brasileiro e o sueco foram dos primeiros) jogaram o consenso conservador fora e passaram a usar o crédito e o orçamento público para fomentar diretamente o consumo, a inversão e a substituição de importações, tendo em vista incrementar a qualquer custo a atividade econômica nacional.
Essas políticas, movidas pela coragem do desespero, lograram fazer com que o mundo emergisse de uma crise que parecia não ter fim.
Leia mais:
http://www1.folha.uol.com.br/fsp/opiniao/fz1702200908.htm
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