terça-feira, 10 de junho de 2014

Em rádio e TV, Dilma defende a Copa no Brasil e critica "pessimistas"



BRASÍLIA - Às vésperas da abertura da Copa do Mundo, a presidente Dilma Rousseff fez uma defesa veemente da realização do mundial no Brasil, em pronunciamento de 10 minutos veiculado na noite desta terça-feira, em cadeia nacional de rádio e televisão. Dilma rebateu as críticas de que recursos para saúde e educação teriam sido desviados para a Copa, exaltou o legado em infraestrutura, criticou os pessimistas contrários ao evento e defendeu a liberdade de manifestações.

“Tem gente que alega que os recursos da Copa deveriam ter sido aplicados na saúde e na educação. Trata-se de um falso dilema”, disse a presidente. Dilma afirmou que investimentos nos estádios dividiram recursos de bancos públicos federais, governos estaduais e empresas privadas, que somaram R$ 8 bilhões. Em contrapartida, entre 2010 e 2013 – período das obras dos estádios – Estados e municípios investiram cerca de R$ 1,7 trilhão em educação e saúde. “O valor investido em educação e saúde no Brasil é 212 vezes maior que o investido nos estádios”, rebateu.

Dilma acrescentou que as contas da Copa estão sendo analisadas, “minuciosamente”, pelos órgãos de fiscalização, e eventuais irregularidades serão punidas “com o máximo rigor”.

A presidente criticou aqueles que pregaram a não realização do evento. “No jogo, que começa agora, os pessimistas já entram perdendo”. Ela relatou que os estádios ficaram prontos, os aeroportos tiveram sua capacidade dobrada e frisou que “não haverá falta de luz na Copa, nem depois dela”. Chamou de “ridículas” as previsões de que haveria até mesmo uma epidemia de dengue.

Dilma relatou que garantirá a segurança de todos brasileiros e turistas que queiram assistir aos jogos. E completou que o sistema de comunicação e transmissão das partidas é de “última geração”.

Ela usou a comparação entre o Brasil que sediou a Copa de 1950 e o país dos dias de hoje como mote para mencionar os protestos e exaltar o avanço democrático e a plena liberdade de manifestação. “Desfrutamos da mais absoluta liberdade e convivemos com manifestações populares e reivindicações que nos ajudam a aperfeiçoar, cada vez mais, nossas instituições democráticas”, afirmou.

Ela voltou a lembrar a principal bandeira desta Copa: o combate ao racismo e a todas as formas de violência e preconceito. Será a “Copa da tolerância, da diversidade, do diálogo e do entendimento”. Ela encerrou com uma mensagem à seleção brasileira: “o povo brasileiro ama e confia em sua seleção. Estamos todos juntos para o que der e vier”, concluiu.

(Andrea Jubé | Valor)

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