sexta-feira, 11 de maio de 2012

PT atua para ajudar Haddad e decide intervir nos municípios



SÃO PAULO - O PT decidiu controlar a negociação sobre alianças nas cidades com mais de 200 mil eleitores e municípios redes retransmissoras de rádio e televisão. Nessas cidades, nenhum acordo será fechado sem o aval da cúpula nacional petista.

Com isso, o partido tentará agilizar acordos com PSB e PCdoB e garantir a adesão das duas legendas à pré-candidatura de Fernando Haddad na disputa pela Prefeitura de São Paulo. Sétimo colocado na disputa eleitoral, com 3% das intenções de voto, Haddad ainda não conseguiu o apoio de nenhum partido.

A decisão foi tomada pela Executiva do partido, reunida na tarde desta quinta-feira em São Paulo, e deverá ser referendada na próxima semana, em encontro partidário em Porto Alegre.

O PT nacional já tomou para si a negociação em Mossoró (RN) e Duque de Caxias (RJ) para tentar acelerar o acordo com o PSB. As duas cidades são consideradas prioritárias pelo PSB, na lista de municípios apresentados pelo partido ao PT.

A aliança deve ser anunciada em breve. Os petistas desistiram de lançar candidato próprio em Macapá (AP), apesar de o partido ter negociado há tempos um acordo com o PSB. “Estamos abrindo mão disso em nome de uma aliança mais forte com o PSB”, disse nesta quinta-feira o presidente nacional do PT, deputado estadual Rui Falcão (SP).

O presidente nacional do PT evitou o termo “intervenção” nos diretórios, apesar de o comando nacional ficar responsável pelas alianças nos municípios com mais de 200 mil eleitores.

O comando petista acompanha com atenção o desenrolar dos acordos com o PSB em Fortaleza (CE) e em Recife (PE). Em Fortaleza o PT nacional poderá assumir a negociação. Na capital pernambucana a situação pode se resolver dia 20, quando o partido realizará prévia. Se o escolhido for o secretário estadual Mauricio Rands, petistas consideram que a situação estará resolvida com os pesebistas. Rands é secretário do governo de Eduardo Campos, presidente do PSB.

Em Boa Vista (RR) a negociação com o PSB avançou, segundo Falcão. Em Belo Horizonte (MG) os dois partidos estão juntos e em Cuiabá (MT) o acordo será complicado porque “houve um encaminhamento equivocado por conta do PSB”, segundo Falcão.

Ao costurar apoio nessas cidades, o PT espera receber em breve o apoio do PSB a Haddad.

As negociações com o PCdoB também se intensificaram. Ontem, Falcão reuniu-se com o comando do partido aliado. Não deve haver acordo em Porto Alegre, como o PCdoB gostaria, mas o PT disse que irá apoiar a legenda em Florianópolis. Em Fortaleza, além da possível candidatura do PSB, o PCdoB também estuda lançar candidato próprio. “Não necessariamente teremos de apoiá-lo”, disse Falcão.

O presidente do PT se mostrou animado também com a negociação com o PR. O partido passou a integrar a cúpula do Banco do Brasil, com a indicação do ex-senador Cesar Borges pela presidente Dilma Rousseff ontem. O partido demonstrava resistência em apoiar o PT na capital desde que passou a ser alvo de denúncias de irregularidades no Ministério dos Transportes, que derrubaram o senador Alfredo Nascimento (AM) do comando da Pasta.

Falcão disse que deveria se encontrar hoje com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para informá-lo das negociações do PT com aliados em todo o país.

(Cristiane Agostine | Valor)

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