Os países do Grupo dos 20 (G-20, que reúne as nações mais industrializadas e as principais potências emergentes do mundo) concordaram nesta sexta-feira (25) em eliminar gradativamente os subsídios para a produção e consumo de combustíveis fósseis e instruiu os ministros de Finanças a completar até novembro uma "variedade de amplas opções" para financiar as medidas para amenizar a mudança climática nos países em desenvolvimento, segundo uma cópia do comunicado do encontro de cúpula obtido pelo Wall Street Journal.
Contudo, o documento falha em produzir uma meta numérica para o financiamento de medidas para amenizar a mudança climática e controle. E também não inclui um prazo final para a eliminação gradual do subsídio.
Ao contrário, diante da oposição dos países que mais pagam subsídios, tais como a Rússia, o comunicado diz que o apoio do governo deve desaparecer "ao longo do médio prazo". Isso deixa o prazo final por conta dos países do G-20 e seus interesses individuais.
Apesar das expectativas de que o encontro do G-20 fosse um marco no caminho para uma conferência de mudança climática de dezembro em Copenhagen, até agora o grupo tem, em grande medida, adiado as decisões. A eliminação gradual dos subsídios de combustíveis fósseis tem sido apregoado por membros da administração dos presidente dos EUA Barack Obama como o ponto central da iniciativa ambiental. Mas sem um prazo final, não está claro quando isso vai acontecer.
"Teremos nossos ministros de Energia e Finanças, com base em suas circunstâncias nacionais, desenvolvendo a implementação de estratégias e prazos", segundo o texto do comunicado. O comunicado também vai pedir o fortalecimento da regulamentação sobre especulação com petróleo.
"Vamos instruir os órgãos reguladores relevantes a também coletar dados relacionados aos mercados de petróleo de balcão e adotar medidas para combater a manipulação do mercado que conduzam a excessiva volatilidade de preço", diz o documento.
Sob a sessão financiamento climático, os estados membros vão "instruir" os ministros de finanças a apresentar no encontro de novembro opções a serem consideradas em Copenhagen. Isso é mais forte que o rascunho inicial que somente "convidava" os ministros a agir.
"Isto pelo menos cria um processo antes de Copenhagen", disse Alden Meyer, diretor de estratégia e política da Union of Concerned Scientists, que está pressionando por uma ação mais forte para combater o aquecimento global.
O acordo para a proposta é uma vitória para o presidente dos Estados Unidos Barack Obama, anfitrião da reunião e que recentemente mostrou o desejo de alterar a postura do país em relação ao clima. Os Estados Unidos, vinham se mostrando reticentes a adquirir um compromisso firme na luta contra o aquecimento global, resistência que gerou atritos com seus parceiros europeus.
Simbolicamente o país escolheu realizar a reunião em um emblemático edifício ecológico no centro de convenções mais "verde" do país. O jardim botânico Phipps, sede do jantar, é um edifício de vidro de origem vitoriana construído em 1893, considerado o "coração verde de Pittsburgh" e um modelo de inovação ecológica.
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