quarta-feira, 8 de julho de 2015

O Ministro de Finanças japonês pede aos idosos que 'tenham presa em morrer'




El nuevo Gobierno japonés de Shinzo Abe apenas ha tardado un mes en ser noticia. El primer ministro, cuyos principales retos son enderezar la economía del país, al borde de la recesión, definir su modelo energético y apurar la reconstrucción de las zonas devastadas por eltsunami de 2011, ha visto este lunes cómo el titular de Finanzas llevaba hasta límites intolerables la política de austeridad del Ejecutivo.

Taro Aso, responsable del área económica, pidió a los ancianos del país que "se den prisa en morir" para que de esta manera el Estado no tenga que pagar su atención médica. Dichas declaraciones han sido recibidas como un insulto en un país con una sensibilidad especial hacia la tercera edad y donde casi una cuarta parte de sus 128 millones de habitantes son mayores de 60 años. Se calcula que la proporción aumentará hasta el 40% en los próximos 50 años.

"Dios no quiera que ustedes se vean obligados a vivir cuando quieran morir. Yo me despertaría sintiéndome mal sabiendo que todo [el tratamiento] está pagado por el Gobierno", dijo Aso durante una reunión del Consejo Nacional sobre la reforma de la Seguridad Social, según informa el diario británico 'The Guardian'. "El problema no se resolverá a menos que ustedes se den prisa en morir", remachó.

Aso, de 72 años de edad y que también ejerce como viceprimer ministro, se mostró personalmente en contra de los cuidados paliativos. "Yo no necesito ese tipo de atención", enfatizó el dirigente en declaraciones citadas por la prensa local, agregando incluso que ha escrito una nota en la que instruye a su familia para, llegado el momento, no prolongar su vida con tratamiento médico.

El ministro fue un poco más allá en su ofensa al referirse a los ancianos que ya no pueden alimentarse a sí mismos como "gente de tubo". Aso añadió que el Ministerio de Salud y Bienestar es "muy consciente de que cuesta varias decenas de millones de yenes" al mes el tratamiento de un solo paciente en las etapas finales de la vida.
Otros deslices verbales

El cuidado de las personas mayores es un reto importante para Japón. Según un informe hecho publico esta semana, el número de hogares que reciben asistencia social, que incluyen a algún miembro de 65 años o mayores, se cifra en más de 678.000, aproximadamente el 40% del total.

El país también debe hacer frente a un aumento del número de personas que mueren solas, la mayoría ancianos. Más de 4,5 millones de mayores vivían solos en 2010, y el número de los que murieron en el hogar aumentaron un 61% entre 2003 y 2010, según la Oficina de Bienestar Social y Salud Pública.

Aso, quien se ha mostrado propenso a cometer deslices verbales a lo largo de su carrera política, intentó aclarar más tarde sus comentarios. El ministro reconoció que su lenguaje había sido "inadecuado" en un foro público e insistió en que estaba hablando sólo de sus preferencias.

"Dije lo que personalmente creo, no cómo el sistema de atención médica para los últimos años de vida debería ser", apuntó a la prensa. "Es importante que usted sea capaz de pasar los últimos días de su vida en paz".

No es la primera vez que Aso, uno de los de los políticos más ricos de Japón, ha cuestionado el deber del Estado en relación a la población anciana. En 2008, mientras ejercía como primer ministro, calificó de "chochos" a los pensionistas que deben cuidar mejor de su salud.

"Veo a gente de 67 ó 68 años constantemente ir al médico", soltó en una reunión de economistas. "¿Por qué tengo que pagar por las personas que sólo comen y beben y no hacen ningún esfuerzo? Yo ando todos los días y hago otras cosas, pero yo voy a pagar más impuestos".

ELMUNDO.es

segunda-feira, 29 de junho de 2015

Rejeitados no Brasil, por não conhecerem o futebol local, azar do Brasil.

Um episodio inédito na historia da Copa América

 


Las cuatro selecciones semifinalistas de la Copa América Chile 2015 tienen como director técnico a profesionales argentinos. Es un episodio inédito en la riquísima historia de la copa más antigua del mundo en competiciones de fútbol.
Jorge Sampaoli. Se ganó la consideración internacional como DT frente de Universidad de Chile. Y después reemplazó nada menos que al renombrado Marcelo Bielsa.

Gerardo Martino tuvo su bautismo en el fútbol de alta competición con la selección de Paraguay que alcanzó una posición inusual en Sudáfrica 2010.

Ramón Díaz un histórico goleador ganó espacio después de abandonar su vida de jugador como técnico de River Plate de Buenos Aires. Su enorme influencia lo demuestra una vez más con Paraguay pulverizando pronósticos cambiando rotundamente la imagen de su equipo.

Ricardo Gareca otro goleador que se construyó en Vélez Sarsfield y como con una varita mágica revivió a la selección peruana que se ha reencontrado con la hidalguía de sus hazañas atesoradas.

Está historia de Chile 2015 tendrá a uno de ellos como el laureado campeón.

domingo, 28 de junho de 2015

Comentaristas são unânimes e detonam seleção de Dunga após eliminação

A CBF não escuta! O pior que tem o futebol brasileiro é sua falta de autocrítica, seu excesso de arrogância e viver de ilusão. 

As mesas redondas esportivas debateram na noite deste sábado a eliminação brasileira da Copa América e teve de tudo: Galvão falando que a Seleção perdeu chances de definir o jogo e pregando necessidade de melhora para as Eliminatórias, comentaristas criticando o técnico Dunga e a mentalidade brasileira de jogo, sugestão de técnico estrangeiro e alívio brasileiro por fugir da Argentina de Messi nas semifinais.

Confira as opiniões na TV:

Galvão Bueno, narrador da Rede Globo:

“Brasil jogou bem durante 30 minutos, fez o gol e o próprio Robinho disse ao final: 'tivemos a oportunidade de definir o jogo'.Quando não definiu e trouxe o inimigo para dentro da sua própria casa, o Brasil complicou a vida e na decisão por pênaltis perdeu. Temos que melhorar muito porque as Eliminatórias vêm por aí já no mês de outubro.''

José Trajano, no programa Linha de Passe, da ESPN:

“Aquele gol foi a única jogada. Tirando dois gols do Philippe Coutinho e esse gol, a Seleção não fez rigorosamente nada, e o Paraguai é um time medíocre. Vendo a coletiva do Dunga, dá a impressão que não aconteceu nada de errado, trabalho bem feito e bem planejado e que uma simples virose e acabou com a Seleção Brasileira. O Roberto Firmino, pelas atuações que fez nessa Copa América custar 120 milhões e o Douglas Costa [negociado com o Bayern de Munique] só pode ser lavagem de dinheiro, além de outras desconfianças que tenho.''

Juca Kfouri no mesmo Linha de Passe:

“Que mudança houve depois da Copa? Puseram o Dunga no lugar do Felipão. Você considera isso uma mudança? Evidente que não é. Não se fez nada. O que mais precisa acontecer para que as coisas mudem? Segundo eliminação consecutiva nos pênaltis para o Paraguai. O Paraguai somos nós e aí eu me pergunto: não terá sido melhor ser eliminado hoje pelo Paraguai nos pênaltis do que levar uma traulitada da Argentina na terça-feira?''

Comentarista Mauro Cezar Pereira na mesa redonda da ESPN:

“Fica cada vez mais evidente que o Dunga não tem qualificação para ocupar o cargo, não só pelo seu trabalho como treinador que é ruim, ma por alguns predicados que o cargo exige: diante de câmeras de televisão, fala coisas sem sentido, é um cara que à beira do campo mais parece um torcedor, não consegue refletir, não tem ideias, o seu repertório como técnico é muito pobre. Não conseguiu avançar nada desde a demissão do Mundial de 2010 e tá até pior porque em 2010 tinha o Jorginho do lado dele, que é uma pessoa capaz de enxergar melhor as coisas. Acho que a Seleção Brasileira deveria contratar um técnico estrangeiro de primeira linha. Não vejo nenhum técnico no país que tenha capacidade de comandar o Brasil nesse momento.''

Mário Marra, comentarista da ESPN, no programa Bate-Bola:

“O Dunga fala: 'temos que jogar com velocidade'. Você pode não jogar com velocidade, ser um grande time sem velocidade. É isso, o remédio vai ser velocidade? Não vai. Isso resolve um jogo, talvez até um campeonato. O nosso problema é uma hemorragia interna, muito grande, um esparadrapo não vai curar nem tapar, só que vai enganar, engana durante um tempo.''

Rafael Oliveira, analista também da ESPN:

“Meio-campo fica nessa de 'falta um 10'. O futebol de hoje não é dependente de um 10. Sites de estatísticas apontaram, e aconteceu hoje, que o Brasil teve mais posse de bola nas laterais do que com os volantes durante toda a Copa América. E hoje o jogo passa pela distribuição nesse setor do campo. Se não consegue ter qualidade para distribuir e se impor por ali, seu jogo não vai fluir. Não é culpa do Elias e do Fernandinho, é culpa de uma mentalidade. Esse é o tipo de transformação, de reformulação, de repensar que o Brasil precisa passar, porque é muito simples dizer que a geração é ruim. Não é. O Philippe Coutinho esteve entre os indicados a melhor jogador da última Premier League, o Willian é titular do Chelsea campeão da Premier League. Não são craques, mas dá pra fazer um time coletivamente mais forte. A individualidade é o Neymar, mas falta o coletivo.''

Eduardo Monsanto, apresentador doo programa Bate-Bola:

“O Brasil tem jogadores capazes de formarem um time coletivo, mas não tem o técnico.''

Edinho, ex-jogador comentarista no Seleção Sportv:

“Como é que a gente tá cobrando resultados de um Brasil de um tempo atrás se não somos mais o Brasil de um tempo atrás. Tem que ter calma agora, ter paciência, os resultados foram bons de amistosos, o amistoso faz parte do processo. O Brasil até teve uma imposição no começo, o Paraguai ficou preocupado. O Brasil não foi incisivo, envolvente. Trazer técnico estrangeiro é importante, desde que esteja aberto a isso e que o próprio treinador venha ver o nosso conceito, nossa cultura, que é mais difícil.''

Paulo Cesar Vasconcellos, no mesmo programa:

“Talvez o que cause um certo desconforto é que em nenhum momento ao longo dessa Copa América, não é que se vá ver atuações espetaculares, mas que talvez falte um pouco de consistência ao jogo brasileiro. Talvez o que decepcione e cause uma enorme irritação no torcedor seja a ausência de consistência, porque você não vai querer que uma seleção que trocou de técnico e disputou amistosos, trabalho iniciando, vá ser a melhor do mundo.''

Rogerio Jovaneli
Do UOL, em São Paulo

Virose, saldo positivo?, me aplica!

Dunga vê virose de jogadores como vilã, mas faz saldo positivo da Copa América


Após a eliminação nos pênaltis para o Paraguai, o técnico Dunga revelou que uma virose afetou o grupo de jogadores e prejudicou na rotina de treinamentos do grupo para a partida.

"Não estou usando isso como desculpa, mas cerca de 15 jogadores foram atingidos por uma virose. Eles tiveram dores de cabeça, dores nas costas, mal estar no corpo. E isso variou", revelou o comandante.

"Por conta disso, precisamos diminuir o ritmo de treinos, com o objetivo de recuperar eles para a partida. Frisei que a nossa velocidade seria fundamental, mas não conseguimos regularidade", disse.

Na zona mista, alguns jogadores confirmaram o vírus. Contra o Paraguai, o time teve bom desempenho nos primeiros 25 minutos de jogo, mas depois acabou inferior ao rival.

De acordo com Dunga, a virose interferiu nas decisões que o treinador tomou durante o duelo, principalmente na hora de tirar Willian e Robinho.

"Gostaria de ter mantido o Willian e o Robinho. Mas o Willian passou mal no intervalo, e o Robinho no fim estava muito cansado. Por isso precisei optar por jogadores, uma vez que queria vencer a vaga no tempo normal, não coloquei eles já pensando na decisão nos pênaltis", afirmou.

Nos lugares dos atletas, entraram Douglas Costa e Éverton Ribeiro, exatamente os jogadores que erraram as cobranças na decisão por pênaltis. Ao sair de campo, Robinho garantiu que queria, sim, seguir jogando e cobrar o pênalti.

Saldo positivo?

Da 'bobeira' ao 'jogo sólido' - jogadores divergem opiniões após eliminação da Copa América






Talvez fosse a eliminação ainda latente. Talvez, uma dificuldade de avaliação. Certo é que as opiniões divergiram consideravelmente entre dois líderes da Seleção Brasileira após a derrota nos pênaltis para o Paraguai neste sábado: enquanto Robinho reconheceu a incapacidade da equipe para matar o jogo, Miranda falou em 'jogo sólido' em Concepción, mesmo que o Brasil deixe a Copa América sem mostrar nada demais a seu torcedor.

O autor do gol brasileiro criticou a atuação do segundo tempo, e a incapacidade da equipe marcar o segundo para selar a vitória diante de um adversário tecnicamente inferior.

"O Paraguai, com todo o respeito, não é uma das melhores seleções. Tivemos a oportunidade de matar o jogo, tomamos um gol numa bobeira nossa e infelizmente perdemos", disse.

Por outro lado, o zagueiro Miranda viu um bom rendimento da Seleção sob o comando de Dunga, mesmo deixando o Chile com um resultado aquém do esperado.

"Difícil falar neste momento, um momento de tristeza, a gente fez um jogo sólido", afirmou o defensor. "Mas é levantar a cabeça e pensar agora nas Eliminatórias."

Abaixo, as falas completas na saída de campo

Robinho

Atuação

"Infelizmente, a gente caiu de produção no segundo tempo, tivemos a chance de matar o jogo. O Paraguai, com todo o respeito, não é uma das melhores seleções. Tivemos a oportunidade de matar o jogo, tomamos um gol numa bobeira nossa e infelizmente perdemos."

Substituição

"Queria ficar para bater, mas a gente respeita, foi uma opção do professor. Queria ter ficado, sempre bati os pênaltis."

"Mas agora, é saber que o nosso time precisa melhorar muito né. Perde um, perdem todos."

Miranda

Avaliação

"Difícil falar neste momento, um momento de tristeza, a gente fez um jogo sólido. Infelizmente numa jogada de bola aérea o pênalti, sofremos o gol. E logo nas cobranças de pênalti fomos infelizes. Mas é levantar a cabeça e pensar agora nas Eliminatórias."

Escolha dos cobradores

"Escolhemos ali quem tava bem, preparado na hora. Pênalti é isso, as vezes você tá preparado e falha. E só tem condição de acertar ou falhar quem vai cobrar. Os escolhidos estavam preparados, mas infelizmente dois falharam."

"A equipe esteve bem até agora, fizemos jogos importantes, jogos difíceis, em alguns jogos atuamos bem, em outros nem tanto. Mas e isso, agora precisamos pensar em Eliminatórias que é o mais importante pra gente."

sábado, 27 de junho de 2015

Dunga "O Idiota" se vê como 'afrodescendente'


A coletiva de Dunga antes do treino da Seleção Brasileira no Estádio Municipal de Concepción nesta sexta-feira ocorria com o mesmo roteiro das anteriores: mistério sobre a equipe titular, previsão de dificuldades diante do adversário e até mesmo avaliação de características sobre um determinado jogador. No entanto, uma pergunta fez o treinador fazer uma analogia equivocada, o que gerou muita polêmica entre os jornalistas.



Questionado sobre a pressão entre a sua geração, que tinha um jejum de 40 anos sem ganhar a Copa América e 20 anos sem erguer a taça de uma Copa do Mundo, com a atual, Dunga se colocou como "afrodescentente" e acabou soltando a seguinte declaração:

- Nosso grupo era burro e tinha sorte, enquanto os outros eram bons, mas tinham azar. Eu até acho que eu sou afrodescendente de tanto que apanhei e gosto de apanhar. Os caras olham pra mim: vamos bater nesse aí, e começam a me bater, sem noção, sem nada, não gosto dele, começam a me bater - disse.

Quando perguntando sobre a conversa com Neymar antes da despedida do craque, que já está curtindo férias no Brasil, o treinador não entrou em muitos detalhes. E foi seco para explicar a saída do capitão.

- Foi normal. Sentamos todos e conversamos na linha do que era melhor para a Seleção Brasileira. Esse é um capítulo a parte que ficou para trás. O foco agora é na partida contra o Paraguai - afirmou.

quarta-feira, 24 de junho de 2015

Prêmio Nobel para Francisco, Daly e Mia Couto


Reconheço que é pouco provável que os sábios da Academia de Ciências da Suécia e do Comitê Norueguês do Nobel, responsáveis pela concessão do Prêmio Nobel, acompanhem os artigos da edição de sábado da imprensa mato-grossense e menos ainda que levem em consideração a opinião de um modesto cidadão brasileiro. Paciência. Mesmo assim, sinto-me animado a expressá-la.

Na realidade, jamais o fiz em anos anteriores, em boa parte por minha visão crítica com respeito a uma premiação que cometeu erros monstruosos como, por exemplo, não conceder o Prêmio Nobel da Paz a homens da estatura dos brasileiros Cândido Rondon, Francisco Cândido Xavier ou Dom Hélder Câmara e entregá-lo a indivíduos desprezíveis, responsáveis por incontáveis mortes de civis inocentes, como Henry Kissinger. No entanto, o Prêmio Nobel é talvez a honraria de maior prestígio internacional e considero salutar exercer alguma forma de influência, ainda que infinitesimal.

Começo pelo Nobel da Paz. Meu candidato é o Papa Francisco. Desconheço no planeta, outra pessoa ou organização que tenha efetuado nos últimos anos um trabalho tão efetivo, sistemático, coerente e sincero pela paz, resolução de conflitos, diálogo entre culturas, nações, etnias e religiões. Sinto-me à vontade, pois não sou nem católico nem argentino, mas admiro profundamente esse líder espiritual que tem enfrentado com coragem questões como os conflitos entre Estados Unidos e Cuba, Israel e Palestina, a imigração africana na Europa etc. Sua recentíssima encíclica ‘Laudato Si’ é simultaneamente um hino de amor ao planeta, à humanidade e à paz e um documento que deve inspirar reflexões e atitudes nos detentores do poder político e econômico. Conceder-lhe o Nobel da Paz, mais do que reconhecimento é o fortalecimento da esperança de soluções pacíficas e sensatas para nossa Terra.

A seguir, na minha área de formação profissional, o Nobel da Economia. Há cerca de quarenta anos, com poucas exceções, essa distinção tem sido monopólio da escola neoclássica e de suas ramificações, como os monetaristas, apóstolos e artífices da financeirização da economia. Proponho concedê-lo a um pensador original, crítico e de grande solidez acadêmica: o estadunidense Herman Daly, um dos principais expoentes da escola de pensamento econômico conhecida como Economia Ecológica. Autor de importantes livros teóricos, foi economista-chefe do Banco Mundial e responsável por conceitos como o do crescimento deseconômico, que é quando os custos sociais e ambientais exigidos para o crescimento quantitativo da produção superam o valor dos itens produzidos, e do Índice de Bem-estar Econômico Sustentável, como alternativa às distorções ambientais presentes no cálculo do Produto Interno Bruto. Na trilha de Georgescu-Roegen e René Passet, Daly tem postulado a elementar verdade que a economia é um subsistema do ecossistema. Premiá-lo representaria um verdadeiro tsunami de bom senso e realismo para o estudo da ciência econômica.

Finalmente, o Nobel de Literatura. Penso que chegou a hora de premiar aquele que considero o maior escritor vivo na língua portuguesa e o maior africano. Refiro-me ao moçambicano Mia Couto. Não conheço ninguém que tenha tido o prazer da leitura de um de seus livros e não tenha se surpreendido e encantado com a beleza e o vigor de seu estilo. Sua obra me lembra uma combinação das virtudes criativas de Guimarães Rosa e da magia enraizada na natureza de Manoel de Barros. Premiar Mia Couto é uma justa homenagem ao nosso idioma, até hoje só laureado uma vez com José Saramago; ao continente africano, tão fecundo de tragédias como de esperança; e a um escritor que com singularíssima maestria faz a prosa ser poética e cria personagens e estórias singelas e inesquecíveis.

Aí estão minhas preferências: Papa Francisco, Herman Daly e Mia Couto.Com a palavra, os sábios acadêmicos suecos e noruegueses.

Luiz Henrique Lima é Conselheiro Substituto do TCE-MT.

sexta-feira, 19 de junho de 2015

Por ordem do Itamaraty, embaixador não acompanhou os senadores em Caracas





Embaixador do Brasil em Caracas, Ruy Pereira se absteve de acompanhar a comitiva de oito senadores que foi hostilizada na Venezuela nesta quinta-feira (18). Após recepcionar os visitantes no aeroporto, o diplomata se despediu. Alegou que tinha outros compromissos. Agiu assim por ordem do Itamaraty.

O governo brasileiro avaliou que a participação direta do embaixador numa comitiva cujo principal objetivo era visitar na prisão o líder oposicionista venezuelano Leopoldo Lópes causaria problemas diplomáticos com o governo pós-chavista de Nicolás Maduro. Algo que Dilma Rousseff não quer que ocorra.

“O embaixador nos virou as costas”, disse ao blog o líder do PSDB no Senado, Cássio Cunha Lima (PB), após desembarcar na Base Aérea de Brasília na madrugada desta sexta-feira (19). Vinha de uma missão paradoxal, que teve sucesso porque fracassou.

Destratados por manifestantes leais a Maduro e retidos nos arredores do aeroporto por um bloqueio das vias públicas, os senadores retornaram a Brasília sem cumprir a agenda que haviam programado. A frustração virou êxito porque o governo de Caracas revelou-se capaz de tudo, menos de exibir seus pendores democráticos.

“Entre a cumplicidade com o regime ditatorial de Maduro e a assistência a cidadãos brasileiros em apuros, a nossa diplomacia preferiu o papel de cúmplice”, queixou-se o tucano Cunha Lima. “O que aconteceu ficou acima das piores expectativas”, ecoou o também tucano Aécio Neves (MG). “Uma missão oficial do Senado foi duramente agredida e o governo brasileiro nada fez para nos defender.”

Horas antes do desembarque dos senadores na Base Aérea de Brasília, ainda na noite de quinta-feira (18), um grupo de deputados estivera no Itamaraty para conversar com o ministro Mauro Vieira (Relações Exteriores). Enquanto aguardavam pelo início da audiência, o deputado Raul Jungmann (PPS-PE) acionou o viva-voz do celular para que os colegas ouvissem um relato direto de Caracas.

Do outro lado da linha, o senador Ricardo Ferraço contou o que sucedera. E realçou a ausência de Ruy Pereira, o embaixador brasileiro em Caracas. Assim, armados de informações recebidas do front, os deputados entraram no gabinete do chanceler Mauro Vieira dispostos a crivá-lo de perguntas incômodas.

O deputado Antonio Imbassahy (PSDB-BA) indagou: por que o embaixador recebeu a comitiva de senadores no aeroporto e foi embora? O ministro alegou que o diplomata não poderia acompanhar os visitantes numa incursão ao presídio onde se encontra o oposicionista Leopoldo Lópes. Sob pena de provocar um incidente diplomático.

Raul Jungmann foi ao ponto: de quem partiu a ordem? O chanceler informou que o embaixador seguiu orientação do Itamaraty. Jungmann insistiu: então, ministro, o senhor está declarando que o governo brasileiro deu a ordem para que o embaixador se ausentasse? O ministro respondeu afirmativamente.

Pouco depois desse encontro, o Itamaraty soltaria uma nota oficial sobre o fuzuê de Caracas. Em telefonema para Dilma, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), cobrara uma manifestação formal de repúdio do Executivo. O texto anota que “o governo brasileiro lamenta os incidentes que afetaram a visita à Venezuela da Comissão Externa do Senado e prejudicaram o cumprimento da programação prevista naquele país.”

Não há na nota nada que se pareça com uma crítica ao governo de Nicolás Maduro. “São inaceitáveis atos hostis de manifestantes contra parlamentares brasileiros'', escreveu o Itamaraty, como se desse crédito à versão segundo a qual os militantes que cercaram a van que transportava os senadores brasileiros brotaram na hora e no local exatos sem nenhuma interferência do governo venezuelano.

Como que farejando a repercussão negativa da ausência do embaixador na hora da encrenca, o Itamaraty enumerou os serviços prestados pela embaixada brasileira em Caracas. “Solicitou e recebeu do governo venezuelano a garantia de custódia policial para a delegação durante sua estada no país, o que foi feito'', diz a nota. “Os policiais, embora armados, assemelhavam-se a agentes de trânsito do Brasil”, comparou o tucano Cunha Lima. “Nada fizeram para conter as hostilidades. Se a coisa descambasse, não creio que impediriam o pior.”

“O embaixador do Brasil na Venezuela recebeu a comissão na sua chegada ao aeroporto”, acrescentou o Itamaraty em sua nota. E Cunha Lima: “Sim, recebeu, mas virou as costas e foi embora”.

“Os senadores e demais integrantes da delegação embarcaram em veículo proporcionado pela Embaixada, enquanto o embaixador seguiu em seu próprio automóvel de retorno à embaixada. Ambos os veículos ficaram retidos no caminho devido a um grande congestionamento”. Se o embaixador ficou retido, ninguém soube. Impedidos de prosseguir, os senadores viram-se compelidos a retornar para o aeroporto. O diplomata Ruy Pereira não deu as caras.

O texto do Itamaraty compra como verdadeira uma informação contestada pela venezuelana María Corina Machado, deputada cassada por divergir de Maduro. O bloqueio foi “ocasionado pela transferência a Caracas, no mesmo momento, de cidadão venezuelano extraditado pelo governo colombiano”, sustentou o documento da chancelaria brasileira.

E María Corina, no Twitter: “Está totalmente trancada a autopista porque ‘estão limpando os túneis’ e por ‘protestos’. Se o regime acreditava que trancando as vias impediria que os senadores constatassem a situação de direitos humanos na Venezuela, conseguiu o contrário. Em menos de três horas, os senadores brasileiros descobriram o que é viver na ditadura hoje na Venezuela.''

“O incidente foi seguido pelo Itamaraty por intermédio do embaixador do Brasil, que todo o tempo se manteve em contato telefônico com os senadores”, acrescentou a nota oficial. “O embaixador ficou nos tapeando pelo telefone”, contestou Cunha Lima. Recebeu orientação do Itamaraty para fazer isso.”

Ainda de acordo com a nota do Itamaraty, o embaixador Ruy Pereira “retornou ao aeroporto e os despediu [sic] na partida de Caracas.'' Na versão de Cunha Lima, o retorno do diplomata serviu apenas para reforçar a pantomima. “Ele dizia que estava muito distante. Quando decidimos partir, apareceu em menos de cinco minutos. Eu me recusei a cumprimentá-lo. O senador Ricardo Ferraço também não o cumprimentou.

“À luz das tradicionais relações de amizade entre os dois países, o governo brasileiro solicitará ao governo venezuelano, pelos canais diplomáticos, os devidos esclarecimentos sobre o ocorrido”, encerrou a nota do Itamaraty. Para os congressistas, quem deve explicações no momento é o governo brasileiro.

O deputado Raul Jungmann formalizará na Câmara pedido de convocação do chanceler Mauro Vieira e do embaixador Ruy Pereira para prestar esclarecimentos no plenário da Câmara. Cunha Lima requisitará a presença da dupla na Comissão de Relações Exteriores do Senado. De resto, os parlamentares se reunirão nesta sexta-feria, na liderança do PSDB no Senado, para decidir as providências que serão adotadas em reação aos episódios de Caracas. Uma delas é cobrar do governo Dilma que coloque em prática a cláusula democrática prevista no tratado do Mercosul.

terça-feira, 16 de junho de 2015

Seminário promovido pelo Governo do Estado discute economia do Xingu durante dois dias










Da Redação
Agência Pará de Notícias
Atualizado em 16/06/2015 10:03:00


O Governo do Estado, por meio da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Mineração e Energia (Sedeme) está com uma força-tarefa nesta terça e quarta-feira, 16 e 17, na região do Xingu, durante o Seminário de Desenvolvimento Socioeconômico do Xingu, envolvendo um conjunto de órgãos estaduais para discussão da economia regional com a representação de empreendedores, representantes municipais e sociedade civil.

A região está em vias de experimentar uma transição que se dará com o início da desmobilização da mão de obra da Usina Hidrelétrica de Belo Monte, construída nos últimos cinco anos na bacia do rio Xingu, próximo do município de Altamira, no sudoeste paraense. ''A intenção é definir uma Agenda Socioprodutiva para dinamizar os arranjos produtivos locais e despertar a proposição de novos projetos no Plano de Desenvolvimento Regional Sustentável do Xingu (PDRSXingu), formado por órgãos do Estado, governos federal e municipais e sociedade civil do Xingu'', diz o secretário de Desenvolvimento Econômico, Adnan Demachki.

“Com o início da desmobilização da mão de obra contratada para a construção de Belo Monte, não é só o emprego que deixará de ser gerado, mas uma gama de serviços, como por exemplo hotéis e restaurantes, atividades que foram atraídas para a região com o empreendimento da usina hidrelétrica e agora ficarão com capacidade ociosa se você não mantiver o nível de atividades para dar-lhes sustentação’’, observa a secretária adjunta da Sedeme, Maria Amélia Enriquez.

Por imposição legal, o Consórcio Norte Engenharia, grupo formado por diversas empresas envolvidas na construção da Usina Hidrelétrica de Belo Monte, num investimento avaliado em R$ 19,6 bilhões, é obrigada a implementar o PDRSXingu, disponibilizando R$ 500 milhões para investimentos sociais e econômicos na região, no período de 20 anos, ou seja, até o ano de 2031, considerando o início das obras de Belo Monte em 2011. "Esses recursos, porém, não dispõem de cláusulas de atualização monetária, então, num cenário de inflação como estamos vivendo, o montante tende a se corroer rápido", adverte a secretária adjunta Maria Amélia.

Face a esse cenário de desmobilização das obres de Belo Monte, a intenção do Governo do Estado é agir, contribuindo para pensar coletivamente projetos que possam ampliar os benefícios regionais. "Percebendo essas necessidades, chamamos esta discussão com foco na sustentabilidade da socioeconomia", afirma Maria Amélia.

Economia

O seminário, aberto na manhã desta terça-feira, 16, se inicia com um amplo panorama sobre as possibilidades econômicas da região na atualidade e no futuro. Nestes dois dias, as discussões vão focar na estruturação das cadeias produtivas locais, qualificação empreendedora, instrumentos de regulação, crédito e financiamento e na priorização de uma Agenda Socioprodutiva Regional.

A região do Xingu, explica a secretária adjunta, representa 21% do território paraense, todavia cerca de 70% dessa área constitui-se em terras protegidas: são nove unidades de conservação, três de preservação permanente, seis de uso sustentável e ainda 14 terras indígenas.

“Dada essa quantidade de áreas especialmente protegidas, nos questionamos qual é a economia florestal sustentável que se pode desenvolver para a região, seja considerando o manejo sustentável florestal ou o trabalho com produtos florestais não madeireiros. A gente já sabe que há muitas atividades acontecendo ali, a exemplo da produção de óleos, essências aromáticas, as próprias produções nativas. Mas como dar vazão, de fato, às melhorias para maior qualidade de vida da população que vive nessas áreas?”, questiona a coordenadora do seminário.

Maria Amélia afirma que uma das questões é o que fazer para dinamizar a economia da floresta, oportunidade grande que a região tem e que precisa ser vista de forma cuidadosa. Um outro aspecto do cenário regional é como estruturar as cadeias produtivas que já existem na região e, muitas das quais, têm recebido o apoio do PDRS Xingu.

A cadeia da agricultura, como a do cacau por exemplo, já está implantada e há grandes perspectivas de uma projeção promissora. A região produz mais de 80% do cacau no Pará e o Estado desponta como um grande produtor do Brasil. Só o município de Medicilândia produziu no ano passado mais de 40 mil toneladas de cacau, com uma qualidade diferenciada.

Além da produção de cacau, produtos da floresta e pecuária (corte e leiteira), a região tem grandes atrativos turísticos, que, para a secretária Maria Amélia, poderiam ser melhor aproveitados em prol do desenvolvimento regional. Na tarde desta terça, a discussão será direcionada para novos negócios. Haverá uma mesa, por exemplo, para discutir a regulação de atividades, denominada "Instrumentos e orientação para ampliar as oportunidades de negócio na região".

Para a Sedeme, um dos grandes problemas na economia do Pará é o alto nível de informalidade. "Existem oportunidades, negócios acontecendo, mas eles não aparecem porque são informais. Então, nós também estamos convidando representantes de entidades responsáveis por uma série de ferramentas para estimular essa produção a vir para a formalidade. São atividades que precisam se regulamentar, precisam de licenças ambientais, registros na Junta Comercial, relatórios da Receita Federal, licenças municipais, estaduais, certificados de Vigilância Sanitária, enfim, estamos levantando a discussão sobre a importância desses instrumentos de regulação, mas também estamos debatendo a necessidade de capacitação para esse empreendedor", assegura a secretária.

Municípios

O seminário conta, também, com a participação de orgãos responsáveis por instrumentos de gestão. Uma oportunidade de desenvolvimento local é o programa de compras públicas, antecipa Maria Amélia. Ela diz que a Sedeme tem se voltado para essa oportunidade de negócio para as economias municipais, conforme aconteceu com o projeto bem sucedido da Prefeitura de Paragominas, à época da gestão do ex-prefeito e atual titular da Sedeme, Adnan Demachki.

Ocorre, assinala a secretária, que a compra da merenda escolar no âmbito dos municípios, em geral, esbarra na falta de estruturação da produção local. Muitas vezes, lembra a secretária, a prefeitura não compra em seu próprio município porque a produção não tem regularidade, quantidade e até qualidade. Também há a dificuldade de geração de energia firme para armazenar alimentos frescos adequadamente.

“O produtor diz que não tem condições de assumir uma produção ‘x’ porque sua área é pequena. Então, estamos levando também a concepção de associativismo, por meio da Organização das Cooperativas do Brasil (OCB Pará). Se um não pode sozinho, dez produtores juntos podem através de uma associação", argumenta a secretária adjunta.

Nesta quarta-feira, 17, o seminário oferecerá oficinas práticas para a pactuação de novas concepções junto aos atores locais para o trabalho com o cacau, pecuária, turismo, pesca, entre outros. A intenção é discutir e usar o PDRSXingu como alavanca para gerar novas oportunidades de estruturação da região.

“Construir desenvolvimento é um processo complexo, trabalhoso, muitas vezes é preferível reclamar do que arregaçar as mangas e partir para a luta na construção. O Estado está dando um exemplo proativo ao levar sua força tarefa, estaremos juntos com a Banpará, Emater, Sedap, Uepa, Municípios Verdes, Setur, além dos órgãos que já compõem normalmente as Câmaras Técnicas do PDRS Xingu, a exemplo da própria Sedeme, Fapespa, Seplan, Sespa, Semas, Segup, Seaster, Casa Civil, Seduc e Ideflor, entre outros órgãos apoiadores’’, concluiu a secretária Maria Amélia.

O seminário tem, ainda, a parceria dos seguintes agentes financeiros: Banco do Estado do Pará (Banpará), Banco da Amazônia e Banco do Brasil, bem como do Sistema S, nome dado ao conjunto de nove instituições de interesse de categorias profissionais, estabelecidas pela Constituição Brasileira a exemplo do Sebrae, Senar, Sesc, Senac e Senai.
Valéria Nascimento
Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, Mineração e Energia