quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

OLHADA RÁPIDA NOS PRINCIPAIS JORNAIS DO BRASIL

Aproveite de dar uma olhada rapidinha nas principais notícias dos jornais de maior circulação do Brasil. FAÇA UM CLIC ACIMA.

CENTRAL DE ATENDIMENTO DO NAVEGAPARÁ JA ESTÁ FUNCIONANDO



Depois de 2 anos de atividade o Governo do Estado coloca em operação o maior programa de comunicação digital. O Programa NAVEGAPARÁ. As ações do estado ganharão maior competitividade e criará externalidades positivas em todas as áreas do Governo e nos diversos segmentos da sociedade.


NAVEGA PARÁ DISPONIBILIZA SERVIÇOS DE COMUNICAÇÃO DIGITAL POR MEIO DAS TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO


O Governo do Estado do Pará estabeleceu a inovação como um de seus macro-objetivos para o desenvolvimento regional, definindo em seu Plano Plurianual (2008-2011) a área de Ciência, Tecnologia e Inovação como elemento estratégico de um novo modelo de desenvolvimento que combine o uso e a preservação da diversidade biológica, territorial e cultural da região com as preocupações pela garantia de uma melhor distribuição de renda e condições de vida mais adequadas à população.

"Um povo não pode ser livre sem acesso à informação e à educação. É isto que estamos fazendo com o NAVEGAPARÁ: possibilitando o acesso à educação. Por isso, mais do que um projeto de inclusão digital, este é um programa de inclusãosocial", disse Ana Júlia.

Nesse contexto, a Secretaria de Desenvolvimento, Ciência e Tecnologia – SEDECT e a Empresa de Processamento de Dados do Estado do Pará - PRODEPA, por meio do NAVEGAPARÁ - Programa de Democratização do Acesso às Tecnologias de Informação e Comunicação –, põem à disposição da sociedade o mais ambicioso projeto de integração e inclusão digital já realizado no país.

Metrobel. Utilização da rede de fibra óptica metrobel para interligar, por internet de alta velocidade, cerca de 300 unidades administrativas. Principais áreas beneficiadas: segurança, saúde e educação.

Infovias. Interligação do Estado a partir da interligação dos principais órgãos públicos (inclusive das prefeituras), a partir de convênio para utilizar 1.800 quilômetros de fibra óptica da Eletronorte. As infovias são uma rede macro de transmissão, da qual é necessário baixar o sinal para que esta rede se transforme em serviços públicos.

Cidades Digitais. São constrtuções de pequenas redes para que se baixe o sinal da Eletronorte, interligando os principais órgãos públicos (federais, estaduais e municipais), como escolas, hospitais e delegacias.

Infocentros Públicos. Serão construídos Infocentros ao longo de 13 municípios, disponibilizando internet de alta velocidade para 2 milhões de pessoas do interior.

Telecentros. Centros de computadores que viabilizarão ações de telemedicina, teleeducação, teleconferência e telenegócios ao longo dede 1.800 quilômetros de fibra da Eletronorte.
A opinião da maioria dos paraenses é que este programa demorou demais para começar a operar.

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

Até que em fim o WC Office







DEU NA FOLHA - Gasto do Pará com viagens sobe 30% e atinge R$ 95 mi

Despesas paraenses com diárias superam as de Estados com mais servidores, como Minas
Governo da petista Ana Júlia diz que o aumento reflete a "maior presença" em áreas estratégicas e abandonadas, como a ilha de Marajó

JOÃO CARLOS MAGALHÃESDA AGÊNCIA FOLHA, EM BELÉM

Os gastos do governo do Pará com viagens no ano passado foram os mais altos da década e superaram, em 2008, as despesas nesse mesmo quesito da maioria dos órgãos do governo federal e de Estados como Minas Gerais, que tem mais que o dobro de servidores.

Dados da Secretaria Estadual da Fazenda indicam que, até novembro de 2008, a administração paraense, que emprega 210 mil pessoas, gastou R$ 95,1 milhões com diárias de civis e militares, passagens e locomoção de seus funcionários que viajam a trabalho.Para efeito de comparação, o governo mineiro, com cerca de 504 mil funcionários, gastou R$ 92,2 milhões no período.São Paulo teve o triplo de despesas (R$ 306 milhões) com as mesmas rubricas. Mas, proporcionalmente, elas também são inferiores às do Pará, já que o governo paulista tem quase cinco vezes o número de funcionários do governo paraense.

Os gastos do ano passado representam um salto de 30% em relação a 2007. Naquele ano, o primeiro da administração de Ana Júlia Carepa (PT), as viagens custaram R$ 73 milhões. Antes, o recorde pertencia a 2005, penúltimo ano de Simão Jatene (PSDB) à frente do governo -R$ 82,4 milhões.

Se comparadas com os gastos em viagens do governo federal, as despesas do Pará só estão atrás de quatro pastas: Defesa, Educação, Justiça e Saúde.Elas ganham da Câmara dos Deputados (R$ 80,1 milhões), da Presidência (R$ 55,7 milhões) e da Justiça Eleitoral (R$ 35,1 milhões).A maior parte das despesas paraenses com viagens veio das diárias: R$ 55,7 milhões. Devem pagar alimentação, hospedagem e transporte nos locais onde o servidor está.

Já os gastos com passagens e locomoção (como aluguel de carros) ficaram em R$ 39,3 milhões.O total desses custos é, por exemplo, mais da metade do que o Estado gastou com serviços hospitalares, odontológicos e laboratoriais, segundo o balancete de novembro da Secretaria da Fazenda.A assessoria do governo afirma que a principal justificativa para esse aumento é a "maior presença" em áreas estratégicas e historicamente abandonadas, como ilha de Marajó e Tailândia (PA), uma das cidades recordistas em desmatamento. Além disso, houve reajuste no valor das diárias -que a assessoria não soube precisar.

Para Hélio Janny Teixeira, especialista em administração pública e professor da USP, as diárias são, em geral, "um problema clássico" de gestão de recursos. "Há muita dificuldade em controlá-las, o que as torna sujeitas a fraude." Ele, no entanto, aprovou a técnica usada pelo governo paraense, que tem uma tabela de diárias fixas em vez de compensar os gastos dos funcionários por meio da apresentação de notas fiscais."Um dos maiores problemas é que, como no poder público os salários são muito baixos, tudo acaba virando compensação salarial", afirmou o professor.

BOM, ESSA EXPLICAÇÃO É MAIS ACEITÁVEL DO QUE A FORNECIDA PELO GOVERNO DO ESTADO.
Nesse caso devemos concordar que o Governo da Ana Julia tem-se esforçado em realizar investimentos sociais, aumentado os salários dos funcionários do Estado, utilizando as rubricas das diárias e também aumentado o número de funcionários o que todo faz supor trará como resultado uma melhoria na competitividade das ações do governos. Vamos ver.....

Entre as pessoas que mais receberam diárias do governo paraense está a atendente do Detran de Belém Luiza Antonia Rachid Miranda. Ela ganha cerca de R$ 900 por mês, mas no ano passado recebeu R$ 47,7 mil em diárias.

EU VIAJO, TU VIAJAS NÓS VIAJAMOS.......

Objetivo é atender regiões isoladas, afirma governo
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELÉM

O governo do Pará afirmou ontem que o aumento dos gastos com custeio de viagens é decorrente de uma política de fortalecer a presença estatal em regiões antes "abandonadas".
Com isso, disse o chefe da Casa Civil do governo, Cláudio Puty, há uma maior demanda de técnicos e policiais nesses lugares. As funções deles, disse, vão de operações de emergência na área da segurança pública ao trabalho de regularização fundiária.

"Todo mundo fala que não existe Estado na Amazônia. Estamos fazendo isso", disse. Segundo ele, os dados sobre viagens só vieram a público pois o governo criou o portal Transparência Pará e
"fortaleceu a Auditoria Geral".

No Detran, a assessoria do diretor disse que ele estava em uma reunião e não poderia falar com a reportagem.

Secretário de Ciência e Tecnologia, Maurílio Monteiro disse que devolveu cerca de R$ 10 mil, relativos a viagens marcadas e não realizadas, e que avisou a Auditoria Geral que o montante deveria ser alterado. Maria de Belém de Nazareth Gomez não foi localizada.

ZONEAMENTO ECONÔMICO ECOLÓGICO SAI DO PAPEL

Entra em vigor zoneamento ecológico no oeste do Pará

BELÉM (PA) - O Diário Oficial do Estado publicou, em sua edição de ontem, a lei nº 7.243/2009, que dispõe sobre o Zoneamento Ecológico-Econômico da área de influência das rodovias BR-163 (Cuiabá/Santarém) e BR-230 (Transamazônica) no Estado do Pará. Conforme relata a reportagem de Frank Siqueira, na edição de hoje do Diário do Pará, a lei do ZEE Zona Oeste, como é denominado o zoneamento e sancionada pela governadora Ana Júlia Carepa, pretende fomentar atividades produtivas com sustentabilidade naquela região.

A lei, constituída de 18 artigos, foi concebida pelo Governo do Estado como um instrumento de orientação ao planejamento, de gestão e ordenamento territorial para o desenvolvimento sustentável, de melhoria das condições socioeconômicas das populações locais e de recuperação dos serviços ambientais dos ecossistemas naturais da região.

De acordo com a Secretaria de Projetos Especiais do Estado (Sepe), o ZEE Zona Oeste do Pará contempla nada menos que 19 municípios. Somadas, as áreas contempladas pelo ZEE Zona Oeste nos municípios totalizam 334.450 quilômetros quadrados, que correspondem a uma vez e meia o território do Estado de São Paulo e a 27% do território paraense.

Naquela região vive hoje uma população estimada em cerca de um milhão de habitantes. Através do ZEE Zona Oeste, conforme destacou ontem a Secretaria de Projetos Estratégicos, o Governo do Estado propõe um novo modelo para harmonizar a produção econômica com a gestão ambiental, em conformidade com os princípios definidos na lei 6.745/2005, que instituiu o Macrozoneamento Ecológico-Econômico do Estado do Pará.

BELÉM: A VIOLÊNCIA NÃO PODE SER ESQUECIDA JÁ QUE REVELA FALTA DE POLÍTICA SOCIAL

Violência cresce 21,03% em Belém; Guamá está na ponta (Diário do Pará)

Quando se reportam atos de violência e criminalidade as explicações da SEGUP apontam a que esta afeta, principalmente, à chamada classe média, o que é perfeitamente explicável, já que este segemento conta com algúm recurso e não com a proteção das autoridades oficiais e a classe alta. Os bandidos que robam celulares, carteiras e realizam sequestro relâmpago, procuram procuram justamente esse perfil de pessoas. Veja os índices dos assaltos acontecidos nos últimos meses e confirma essa simples conclusão.

O pouco efeito de uma pólítica social traz como resultado a criminalidade e a violência, claro que outros fatores também intervem.

BELÉM (PA) - Em coletiva realizada na tarde de ontem no prédio da Secretaria de Estado de Segurança Pública (Segup), o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) apresentou os números de uma pesquisa que apontou o crescimento da criminalidade na cidade de Belém nos últimos anos. Em 2007, 105.993 ocorrências policiais foram registradas, contra 128.288 em 2008, um crescimento de 21,03% em apenas um ano.

De 2006 para 2007, as ocorrências policiais cresceram apenas 3,26%. Crimes violentos como homicídios, latrocínios, estupros, extorsão e roubo somaram 33.405 casos em 2007. Ano passado, estes números chegaram a 46.154, um crescimento de 38,16%. Entre os bairros mais violentos, aparece o Guamá na primeira posição, com registro de 5.558 roubos em 2007 e 7.076, em 2008. Ano passado, o bairro do Jurunas ficou em 2º lugar com 5.193 casos e em 3º lugar o bairro do Coqueiro, com 5.088 números de roubos.Em 2008, 2.340 carros foram furtados ou roubados. Em 2007, este número era de 1.901, um crescimento de 23,09%.De 2005 para 2006, o número de roubos e furtos de carro havia caído 17%.

O sequestro relâmpago, conhecido como "saidinha", teve 34 casos registrados em 2007. Em 2008, esse numero caiu para 28.As ações policiais também foram pesquisadas. Em 2007, 46.812 procedimentos policiais foram realizados. Em 2008, este número subiu para 51.549, um crescimento de 10%. Em 2007, 13.250 prisões foram efetuadas contra 16.583 em 2008, um crescimento de 25,15%. Para o coordenador do Dieese-Pa, Roberto Sena, a situação pode se agravar ainda mais este ano."Estamos com um grande problema de insegurança em alguns pontos da cidade, mas o combate está acontecendo", diz. O secretário estadual de segurança, Geraldo Araújo, afirma que os números são preocupantes. "Esses números servem para direcionar as nossas ações. São números que preocupam.

As polícias Militar e Civil estão direto nas ruas. Os dados ainda serão estudados. Temos que correr para a direção certa para que a violência seja contida". Como estratégia de combate à criminalidade, Araújo garante que a inteligência da polícia deve ser aprimorada com investimentos. (Diário do Pará)

CONCEIÇÃO TAVARES: ESQUEÇAM O BANCO CENTRAL, SEUS MEMBROS PRESTARAM UM DESSERVIÇO AO PAÍS

DA REVISTA CARTA MAIOR

O consenso nacional para derrubar a taxa de juro, unanimidade que agora arregimenta até conservadores de carteirinha, chegou tarde demais, na opinião da economista Maria da Conceição Tavares. Ela acredita que o BC irá fazê-lo em gotas de sereno, a partir de janeiro de 2009, quando esse simbolismo já não terá mais capacidade de reverter a dinâmica deflagrada pela crise.

Expectativas pessimistas e revisões em planos de investimento puseram-se em marcha ao longo da omissão persistente da política monetária comandada por Henrique Meirelles nos últimos anos. A ortodoxia encastelada no BC fez a sua escolha. E a cumpriu com fidelidade.

“O Brasil não pode mais contar com o BC”, diz Conceição. Seus membros prestaram um desserviço ao país para servir ao rentismo, que os ancora e protege.“A partir de agora, o Banco Central tornou-se uma peça menor no xadrez econômico”, resume e prossegue calmamente. “Reduziu-se a um estorvo apenas; uma irrelevância diante dos fatos, das urgências e das possibilidades que se colocam para a economia e o governo. Essa gente já não consegue mais sequer me provocar indignação, apenas cansaço”.

O tom sereno do diagnóstico não é usual, por isso mesmo soa mais forte que pancada. Vindo de quem vem, não poderia haver manifesto de desprezo mais contundente a uma esfera de governo que se fez obsoleta para os interesses do país. A professora, como Maria da Conceição é tratada carinhosamente pelos seus admiradores, discípulos e ex-alunos, e até por adversários, não costuma poupar decibéis na defesa de idéias sempre vigorosas. Que o faça agora em tom plano é um sintoma eloqüente do menosprezo que atribui à instituição e à política monetária nas questões decisivas dos próximos meses.

A grande batalha que mobiliza a professora nesse momento, tão difícil quanto foi a do juro, envolve uma conseqüência que faz enorme diferença: perder desta vez seria definitivamente fatal. Evitar esse desfecho é o propósito que devolve a determinação costumeira à sua voz.

“Fortalecer o emprego e o poder aquisitivo do povo; em torno disso acontecerá a batalha decisiva para vencermos ou não a travessia de 2009”. É assim que ela define o que está em jogo na economia e na política de agora em diante. “Portanto, meu Deus”, e aqui está de volta a oratória envolvente da decana dos economistas brasileiros, “os que falam em cortar gasto de custeio que me perdoem, não sabem do que estão falando. Política social também é custeio. E se não é tudo, talvez seja o único grande trunfo que o governo controla, a partir do qual poderá agir com eficácia e rapidez diante da crise”.

Gastar mais na esfera social, no seu entender, é a injeção de adrenalina capaz de preservar a atividade, o emprego e o poder aquisitivo; ao menos naquele pedaço do Brasil que escapou da linha da pobreza durante o governo Lula e hoje agiganta o mercado interno, proporcionando ao país uma variável que o distingue na resistência ao colapso econômico mundial. Sim, isso poderia incluir até a antecipação de reajuste do salário mínimo, “como propõe o Carneiro”, diz Conceição.

“Mas veja bem, estamos diante de uma questão política, não uma unanimidade tardia como parece ser a do juro hoje. Ampliar a despesa social é o que pensamos nós, economistas heterodoxos, assim como dizíamos há meses – anos - que era preciso baixar os juros. Mas por enquanto não há consenso sobre isso; talvez nem dentro do próprio governo. É uma corrida contra o tempo, motivo pelo qual insisto: o gasto de custeio social é a nossa chance de defender o país contra o desemprego e a recessão. Mesmo assim serão tempos difíceis”.

Não se trata apenas de vencer um percurso econômico. Conceição antevê nessa travessia a prefiguração do teste eleitoral a que será submetido um projeto que ela ajudou a construir nos últimos anos. Na verdade desde antes quando, jovem ainda, iniciou-se no BNDES e elegeu Celso Furtado e o projeto de desenvolvimento nacional como bússola histórica de sua vida e de sua profissão.

A professora Maria da Conceição é amiga de longa data da ministra Dilma Roussef, possível candidata do PT à sucessão do Presidente Lula. Conceição também já foi próxima de José Serra, candidato declarado da oposição no embate sucessório de 2010. Mas Conceição não tem dúvida de que lado estará então. “Serra não é um neoliberal; é bom que se diga e que não se confunda”, antecipa em tom sério. “Conheço ambos. A diferença entre Dilma e o Serra é que a visão da Dilma é mais consistente do ponto de vista histórico. Dilma escolheu o lado que pode apoiar um projeto de desenvolvimento para o Brasil no século XXI. E isso faz toda diferença. Entre o desenvolvimentismo de boca, do Serra, e o projeto ao qual Dilma pertence, eu não tenho dúvida de que lado fica a consistência histórica. E arremata: “Sim, Serra se opunha ao Malan no governo FHC. Mas Serra não se opôs às privatizações nem à política fiscal, concebida por gente da sua influência. Dilma é mais consistente. E não se trata apenas de superioridade no manejo econômico. Sua visão da economia tem uma contrapartida social coerente; e uma contrapartida de democracia consistente”.

Com um sorriso de entusiasmo, a professora comemora a notícia de que o PT , junto com a Fundação Perseu Abramo, criará uma Escola de Formação Política. “A agenda neoliberal contaminou toda sociedade; claro, também alcançou esferas do partido”, explica. “A crise econômica coloca esse pensamento em xeque e abre espaço para o PT retomar seu programa dos anos 94 e 98. Era um bom programa de reformas para o Brasil”, comenta, mas sem saudosismo - “perdemos com um bom programa, sempre é bom lembrar“. E aconselha como se fosse ao mesmo tempo cronista eqüidistante e personagem do mesmo enredo: “O PT precisa submeter seus projetos e ideais à nova realidade mundial. Isso requer estudo e reflexão.

Essa crise não é como a de 30. É uma crise de paradigma, inclusive de paradigma industrial, o que não ocorreu em 30. É muito sério. Portanto, é hora de refletir, esclarecer, debater. O partido deve fazer isso sem perder a serenidade”, pontua preocupada: “Existe o horizonte político amplo, mas uma proposta de governo tem que oferecer respostas condicionadas às circunstâncias do país, agravadas pela crise mundial”.

NO BRASIL, QUEDA NAS TAXAS DE JURO : CONDIÇÃO PARA CRESCER - IPEA

IPEA: É preciso derrubar os juros

É preciso que PIB cresça mais de 4% para que desemprego não aumente, mostra IpeaPriscilla MazenottiRepórter da Agência BrasilBrasília - O Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro precisa crescer mais de 4% este ano para que a taxa de desemprego não aumente. É o que prevê uma projeção apresentada hoje (20) pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) sobre as possíveis repercussões da crise internacional no Brasil.

No estudo foram apresentadas três simulações de crescimento do PIB para este ano e os reflexos nas taxas de emprego e desemprego. No primeiro, o mais otimista, com o PIB de 4%, haveria a criação de 1,3 milhão de novos postos de trabalho. Mas, 154 mil pessoas aumentariam a taxa de desemprego.

No cenário mais pessimista, o que prevê o crescimento de apenas 1% no PIB, seriam mais 320 mil postos de trabalho contra um total de 1,126 milhão de novos desempregados. Na perspectiva de crescimento de 2,5%, seriam gerados 800 mil empregos e 806 mil novos desempregados.O presidente do Ipea, Márcio Pochmann, disse que as medidas tomadas pelo país até o momento estão no caminho certo, mas não são suficientes para que o Brasil ultrapasse os 4% de crescimento.

“Todas as simulações que temos feito indicam que um crescimento inferior a 4% implicará numa possível inflexão nessa trajetória positiva que o Brasil vinha registrando”, disse.Para ele, é preciso haver uma redução drástica da taxa de juros, que hoje está em 13,75%, em até quatro ou cinco pontos percentuais.

“Os juros reais estão muito elevados. Isso não contribui para criar uma expectativa de maior investimento e da defesa do emprego e da produção nacional. A taxa de juros que temos hoje está inadequada para uma conjuntura de crise”, disse.Pochmann, no entanto, evitou fazer previsões quanto à reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), que amanhã (21) deve anunciar a nova taxa de juros.

“O Copom saberá tomar a decisão olhando justamente o cenário de crise que temos hoje, e a expectativa de interrompermos a trajetória que estamos vivendo se não tiver crescimento econômico considerável”, disse.