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domingo, 25 de agosto de 2013

Avião negreiro - ELIANE CANTANHÊDE



BRASÍLIA - Ninguém pode ser contra um programa que leva médicos, mesmo estrangeiros, até populações que não têm médicos. Mas o meio jurídico está em polvorosa com a vinda de 4.000 cubanos em condições esquisitas e sujeitas a uma enxurrada de processos na Justiça.

A terceirização no serviço público está na berlinda, e a vinda dos médicos cubanos é vista como terceirização estatal --e com triangulação. O governo brasileiro paga à Opas (Organização Pan-Americana da Saúde), que repassa o dinheiro ao governo de Cuba, que distribui entre os médicos como bem lhe dá na veneta.

Os R$ 10 mil de brasileiros, portugueses e argentinos não valem para os que vierem da ilha de Fidel e Raúl Castro. Seguida a média dos médicos cubanos em outros países, eles só embolsarão de 25% a 40% a que teriam direito, ou de R$ 2.500 a R$ 4.000. O resto vai para os cofres de Havana.

Pode um médico ganhar R$ 10 mil, e um outro, só R$ 2.500, pelo mesmo trabalho, as mesmas horas e o mesmo contratante? Há controvérsias legais. E há gritante injustiça moral, com o agravante de que os demais podem trazer as famílias, mas os cubanos, não. Para mantê-los sob as rédeas do regime?

E se dez, cem ou mil médicos cubanos pedirem asilo? O Brasil vai devolvê-los rapidinho para Havana num avião venezuelano, como fez com os dois boxeadores? Olha o escândalo!

O Planalto e o Ministério da Saúde alegam que os cubanos só vão prestar serviço e que Cuba mantém esse programa com dezenas de países, mas e daí? É na base de "todo mundo faz"? Trocar gente por petróleo combina com a Venezuela, não com o Brasil. Seria classificado como exploração de mão de obra.

Tente você contratar alguém em troca de moradia, alimentação e, em alguns casos, transporte, mas sem pagar salário direto e nem ao menos saber quanto a pessoa vai receber no fim do mês. No mínimo, desabaria uma denúncia de trabalho escravo nas suas costas.

sábado, 26 de janeiro de 2013

Painel da Folha

Estetoscópio do voto

Em gestação, o projeto que autoriza a atuação temporária de médicos formados em outros países no Brasil já é visto pelo Planalto como potencial marca da gestão de Dilma Rousseff na Saúde. De quebra, o pacote, que tem como objetivo reduzir filas para consultas, beneficiará Alexandre Padilha, pré-candidato em São Paulo. O ministro receberá 2.000 secretários municipais cobrando a medida na próxima semana. Antes de decidir, ouvirá também entidades contrárias à proposta.

Importação Ainda embrionária, a medida já despertou interesse de profissionais da medicina em Cuba. Interlocutores do Planalto trabalham com a possibilidade de abertura de vagas para 2.000 médicos temporários, caso a proposta vingue.

Dobradinha A equipe do Ministério da Saúde fará hoje "brainstorm" com técnicos de Fernando Haddad. O objetivo é tirar do papel a parceria do governo federal com a prefeitura para a rede "Hora Certa", promessa de campanha do petista.

Cativa Em evento ontem com Dilma, o cerimonial do Palácio dos Bandeirantes reservou a primeira fila de cadeiras para ministros. Acomodaram-se Aloizio Mercadante (Educação), Marta Suplicy (Cultura) e Padilha. Ao lado, sentou o deputado Gabriel Chalita (PMDB), cotado para assumir a Ciência e Tecnologia em fevereiro.

Todos... Ungido candidato a novo mandato no PT ontem pela majoritária CNB, Rui Falcão pretende consultar correntes minoritárias em busca do que chama de "unidade eleitoral". O presidente petista esteve ontem com Lula e Dilma em São Paulo.

...contra um A ala Mensagem ao Partido, liderada pelo governador Tarso Genro (RS) e que ocupa posições de destaque no governo de Haddad, estuda lançar o deputado federal Paulo Teixeira (SP) à disputa interna prevista para novembro.

Pegou Jorge Hage (CGU) vê "efeito multiplicador" da Lei de Acesso à Informação. Para ele, ministérios tornaram dados púbicos por conta própria. Cita novos documentos da ditadura liberados pelo Arquivo Nacional e a lista de empresas autuadas por biopirataria pelo Ibama.

Rastreamento O ministro deseja aperfeiçoar o cadastro para traçar o perfil dos que recorrem à lei. Hoje, para evitar constrangimentos, são poucos os dados obrigatórios no preenchimento dos formulários de pedidos.

Fantasia Depois da semana de tensas tratativas envolvendo a partilha do Fundo de Participação dos Estados e a eleição para a Mesa da Câmara, Eduardo Campos (PSB-PE) reservou a agenda de hoje para o Baile Municipal de Recife, que abre o Carnaval na capital pernambucana.

Horizontal Em seu congresso, que começa segunda-feira, o PSDB-SP pretende ampliar o colégio eleitoral nas disputas por cargos executivos. Pelo projeto em discussão, delegados escolherão o novo presidente da sigla. "A ideia é radicalizar a democracia interna", diz César Gontijo, secretário-geral.

Multiuso O governo paulista acertou ontem com a Fifa a cessão de áreas da escola técnica do Estado em construção ao lado do Itaquerão para abrigar centros de credenciamento e treinamento de voluntários para a Copa.

Visita à Folha José Manuel Durão Barroso, presidente da Comissão Europeia, visitou ontem a Folha. Estava acompanhado de Ana Paula Zacarias, chefe da Delegação da União Europeia no Brasil, Hugo Sobral, membro do gabinete do presidente, e Leonor Ribeiro da Silva, porta-voz do presidente.

TIROTEIO

O Brasil se tornou um país macrocéfalo. Tem hoje uma cabeça grande e um corpo muito pequeno. Tudo é para a União.

DO SECRETÁRIO DA CASA CIVIL DE GOIÁS, VILMAR ROCHA (PSD), sobre a possível mudança nas regras de partilha do Fundo de Participação dos Estados.

CONTRAPONTO

Junto e misturado

Assim que Geraldo Alckmin se levantou para discursar, ontem, em evento de lançamento do Centro Paraolímpico Brasileiro, no Bandeirantes, Dilma Rousseff chamou Guilherme Afif (PSD), favorito para o Ministério da Micro e Pequena Empresa, e disse:

-Está tudo combinado, né?

O vice-governador acenou com a cabeça. A presidente seguiu a conversa, desta vez, ao pé do ouvido.

Afif, em seguida, tratou de explicar que se tratava de uma discussão de propostas para PPPs.

-Estamos num trabalho conjunto para desatar nós!




com ANDRÉIA SADI e DANIELA LIMA