Nesta sexta (11), Dilma Rousseff trocou o expediente de ministra pela agenda de candidata.
do Blog de Josias de Souza: http://josiasdesouza.folha.blog.uol.com.br/index.html
Discursou na abertura de um encontro de prefeitos do PT, num hotel de Brasília.
Na aparência, a candidata é muito diferente da ministra. É mais risonha.
Foi vestida a caráter. Recobriu o corpo com um terninho vermelho-PT.
A troca dos óculos de aro grosso por lentes de contato deu-lhe um cenho menos sombrio.
No discurso, a presidenciável faz lembrar o presidente que constrói a candidatura dela.
Agarrada a imagens encontradiças nas falas de Lula, Dilma investiu contra o tucanato.
Para desancar a gestão de FHC, a candidatura recorreu à comparação:
"A nossa visão de Estado não é neoliberal", disse ela a certa altura.
"Somos um governo com responsabilidade fiscal, mas também social".
"Quando um governo [...] escolhe entre fazer ou não o Bolsa Família, ele escolhe fazer a política legítima".
Dilma realçou também diferenças econômicas. Disse que a situação atual é oposta à da fase pré-Lula:
"Nós, hoje, temos uma situação completamente diferente do que existia antes de 2003..."
"...Uma situação que construímos e a capacidade do governo de reagir perante a crise."
Interrompeu-se, no dizer da ministra-candidata, o "ciclo ocioso" do Brasil.
"Nas crises até 2001, 2002, a crise começava lá fora, contaminava o Brasil pelo câmbio..."
"...Éramos frágeis e quebrávamos. Aí íamos ao Fundo Monetário..."
E o FMI "mandava cortar investimentos sociais. A diferença é radical, temos todos os investimentos para reagir".
A aparição de Dilma teve efeitos instantâneos.
O presidente do PT, Ricardo Berzoini, viu-se compelido a afirmar: "Não há nenhuma resistência a ela no partido".
O presidente do PSDB, Sérgio Guerra, disse que, na pele de candidata, a ministra começa mal:
"Se a ministra quer ser candidata, tem que dizer o que pretende fazer. Esse discurso de olhar para trás é inadequado para quem quer pensar o futuro".
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