segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

UM MODELO DE PESQUISA QUE NÃO COLOQUE COMO FOCO A BIODIVERSIDADE DA AMAZÔNIA E SUAS POTENCIALIDADES NÃO SERÁ UM MODELO SUSTENTÁVEL

Gonzalo ENRÍQUEZ
A Amazônia talvez seja uma das regiões do planeta mais cobiçada, menos conhecida, e muito mal explorada, sujeita a muita especulação e seriamente ameaçada. No entanto, é praticamente consensual que os diversos ciclos de uso e exploração de seus recursos naturais e ambientais pouco contribuíram para a construção de uma sociedade justa, economicamente dinâmica e ambientalmente sustentável.

Tradicionalmente, as atividades relacionadas ao aproveitamento da biodiversidade estão ligadas à exploração dos recursos naturais, apenas como matéria-prima e com pouca contribuição para a manutenção da floresta e para o dinamismo econômico da região.

Durante anos, na tentativa de elevar a produtividade regional, as instituições de fomento estimularam atividades ambientalmente predatórias – como a pecuária, a indústria madeireira e a soja- que embora tenham, de certa forma, elevado a renda regional, todavia, não promoveram a eqüidade social desejada e desvirtuaram a idéia da construção de um modelo de sustentabilidade para a Amazônia e harmonize o crescimento econômico com o a sustentabilidade da região.

Da mesma forma, outras atividades de grande vulto – como a mineração e os empreendimentos hidrelétricos – tem contribuído muito mais com os indicadores econômicos nacionais e internacionais do que para a solução dos sérios problemas da pobreza e exclusão da sociedade local.

Assim a rica biodiversidade amazônica vem sendo espoliada e subaproveitada, ao longo dos tempos. Especialistas concordam que o momento atual é especialmente favorável para o seu aproveitamento comercial em bases eqüitativas, ambientalmente sustentáveis e economicamente dinâmicas.

A maioria dos estudos ressalta o papel estratégico que deverá desempenhar a biodiversidade na construção de um novo modelo de sustentabilidade para a Região Amazônica. Destaca-se também, a importância do debate teórico sobre um novo modelo de sustentabilidade, bem como, a realização de pesquisas sobre o uso comercial da biodiversidade e seus diversos usos no processo de adensamento da bioindústria.

Desde o ponto de vista social, as pesquisas já conhecidas apontam que na Amazônia, vivem mais de 25 milhões de brasileiros e a região não pode seguir sendo considerada apenas uma fonte de trabalho barata, a Amazônia deve ser pensada, no bom sentido, como uma fábrica de engenho e de inovação que qualifique a maioria trabalhadora e empreendedora dos trabalhadores e comunidades que estão havidas de serem parte da construção do novo modelo de sustentabilidade dessa Região.

Brasil, Amazônia, Pará - Rede de Pesquisa do Pará vai impulsionar projetos em cinco áreas estratégicas - Network Research Pará will boost projects in

Forám cinco as áreas estratégicas selecionadas para a realização de projetos de pesquisa que serão financiadas pelo Governo do Pará:
A Secretaria de Desenvolvimento Ciência e Tecnologia (Sedect) apresentou nesta quarta-feira, 11, no Hangar - Centro de Convenções e Feiras da Amazônia, as linhas de pesquisa que estão contempladas no programa Rede de Pesquisa Induzida do governo do Pará.
As contempladas: Áreas de pesca e aqüicultura; tecnologia da informação e comunicação; engenharia biológica; energias renováveis; eficiência energética e biomassa florestal.
Pouco se sabe quais forram os critérios para essa escolha das áreas e ainda a divisão de duas áreas que poderiam ser uma só (energias renováveis e eficiência energética) e ter deixado de fora uma das áreas mais importantes da Amazônia, como é a BIODIVERSIDADE. O aproveitamento econômico e social da biodiversidade está sendo uma das preocupações do PAS e de outros projetos estratégicos do governo Federal.
Ao todo estão sendo investidos R$10 milhões em projetos científicos, tecnológicos e de inovação que contribuam para o desenvolvimento econômico e social do Estado.Nesta primeira fase, a Rede de Pesquisa está estruturada a partir de cinco áreas consideradas estratégicas: pesca e aqüicultura; tecnologia da informação e comunicação; engenharia biológica; energias renováveis; eficiência energética e biomassa florestal.
Os projetos são resultado de articulações entre o governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado de Desenvolvimento, Ciência e Tecnologia (Sedect), da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Pará (Fapespa) e da Federação das Indústrias do Pará (Fiepa).
Durante o encontro, foram expostos, pelos coordenadores de cada projeto, os resumos das cinco redes de pesquisa. Além de informações sobre a execução de cada projeto, recursos, além de informações do repasse de bolsas aos pesquisadores.
"Estas pesquisas irão contribuir decisivamente para dinamizar a economia do Estado, diminuído a dependência do extrativismo e agregando valor aos produtos através de investimentos em tecnologia. Além disso, a Rede de Pesquisa será fundamental para elaboração de políticas públicas que visem não só o aspecto econômico, mas social, da população", explicou o gerente da Diretoria Científica e Tecnológica da Sedect, Cláudio Conde.
Um exemplo disso são as pesquisas desenvolvidas, dentro da rede de Tecnologia da Informação e Comunicação, que vai produzir alternativas para ampliar o alcance do programa Navegapará para os municípios mais afastados do Estado. Ou ainda, os investimentos em pesquisas sobre novas fontes bioenergéticas, ou o estudo sobre a fusariose que afeta a produção de pimenta do reino.
De acordo com o secretário-adjunto da Sedect, João Weyl, as linhas de pesquisas foram definidas a partir das prioridades levantadas pelos mais diversos órgãos no Estado. E os projetos serão articulados ao trabalho já desenvolvido nos parques tecnológicos que estão sendo implantados no Pará."Investir em pesquisa é uma ação fundamental para consolidação do Sistema Paraense de Inovação, que ao lado dos parques tecnológicos, vai criar a condição e a infra-estrutura necessária para promover o desenvolvimento do Estado", afirmou.
Mais de 270 pesquisadores e profissionais integram a Rede de Pesquisa, financiada pelo governo do Estado, por meio do edital nº 014/2008 - Seleção Pública de Redes Cooperativas de Pesquisa Científica, Tecnológica e de Inovação em Áreas de Interesse do SIPI, cujo prazo inicial termina em 2011. As redes serão coordenadas por Comitê Gestor que além de avaliar o desempenho dos trabalhos, vai acompanhar os indicadores de qualidade."Este modelo de inovação que está sendo implantado pela Sedect está permitindo o desenvolvimento tecnológico e de biotecnologia como nunca se viu neste Estado", afirmou o professor da Universidade Federal do Pará (UFPA), Artur Silva.
(Assessoria de Comunicação da Sedect/PA).

Moral da crise - do Rubens Ricupero

Interessantes reflexões do artigo de Rubens ricupero

AS ANÁLISES da crise financeira falam de tudo, menos de moral e de política. Dão a impressão de que o problema se limita a aspectos técnicos, sem vinculação com os valores éticos e independentes das relações de poder.

Joseph Stiglitz foi o único a observar que a crise teria sobre o fundamentalismo de mercado o mesmo efeito que teve a queda do Muro de Berlim sobre o comunismo. Poderia ter acrescentado que a ligação dos dois eventos não é só comparativa. O fim do socialismo foi um maremoto político. O vácuo ideológico e o desequilíbrio de forças conseqüentes tornaram possível aquilo que era antes inconcebível: a absoluta hegemonia dos mercados financeiros e os excessos responsáveis pelo colapso atual.
Nos Estados Unidos, o setor financeiro saltou de 10% do total dos lucros corporativos em 1980 para 40% em 2006, apesar de gerar apenas 5% dos empregos! Não se avança sobre quase metade dos lucros da economia sem contar com a cumplicidade do sistema político. A mudança de poder que abriu o caminho à hegemonia financeira foi, nesse período, a "revolução" neoconservadora de Reagan e de Thatcher, consolidada por Clinton e pela "terceira via" de Blair. Sua ideologia era a mistura de globalização com liberalização. Globalização entendida como unificação em escala planetária dos mercados, sobretudo para as finanças. Liberalização no sentido de eliminar tudo que pudesse limitar as oportunidades de negócios. A fiscalização ficaria por conta da suposta capacidade auto-regulatória dos mercados.
Nesse clima, poucos ganharam muito, mas a desigualdade explodiu, o emprego se tornou precário, o salário real estagnou, multiplicaram-se as fusões
com cortes de milhares de vagas, os melhores empregos industriais foram terceirizados para países de baixos salários.
O apodrecimento moral desse fim de reino era já perceptível em 2002, durante os escândalos da Enron, da WorldCom e de outras empresas que ocasionaram ao índice Nasdaq a perda de três quartos do seu valor, cerca de US$ 5 trilhões! Na época, o banqueiro Felix Rohatyn escreveu que o dano causado ao capitalismo norte-americano era de tal gravidade que nem Lênin teria feito melhor!
Exagero, pois tudo se esqueceu: o papel dos bancos de investimento como o Goldman Sachs e o Merrill Lynch, a desmoralização das agências de avaliação de risco e de auditoria, todos novamente co-autores do desastre de agora. A lei Sarbanes-Oxley, as normas mais rigorosas de transparência contábil, nada foi capaz de evitar a repetição da catástrofe em dimensão maior. Alegava-se que o sacrifício dos seres humanos e da moral era o preço a pagar pela eficiência e pela racionalidade impostas pela globalização. Contudo, longe de ganhar vigor e competitividade, o setor produtivo norte-americano parece um campo de ruínas.
A autodestruição econômica a que assistimos foi prevista por Emmanuel Mounier, meio século atrás: "Por mais racional que seja, uma estrutura econômica baseada no desprezo das exigências das pessoas contém os germes de sua própria condenação".
Da mesma forma que no New Deal dos anos 1930, só uma nova correlação de forças políticas que devolva sentido moral à economia e a recoloque a serviço do interesse do maior número salvará o modelo norte-americano de recaídas periódicas e de inelutável declínio em competitividade produtiva e adesão dos cidadãos.

Crise de vento em popa; governos a remo Crisis of wind in poop, government at rowing

Nesta crise, os governos parecem estar sempre atrás da curva. Enquanto ela já virou a esquina e desceu a ladeira, os formadores de políticas estão amarrando os cadarços ou escolhendo o tênis mais apropriado para tentar alcançá-la.

Até agora, nenhum país encontrou a solução mais adequada para o centro da crise: a falência do sistema de crédito e dos bancos. Embora não exista 'bala de prata' para matar esse lobisomem, tampouco as armas forjadas até aqui parecem minimamente eficientes.
Leia mais: http://www1.folha.uol.com.br/folha/pensata/fernandocanzian/ult1470u504329.shtml

Economia do Japão recua para o pior nível em 35 anos - 日本の経済を35年で最悪のレベルに -Japan's economy back to the worst level in 35 years


O PIB (Produto Interno Bruto) do Japão recuou 12,7% entre outubro e dezembro de 2008 frente ao mesmo período do ano anterior, segundo anunciou o governo japonês nesta segunda-feira. A queda, a maior em 35 anos, é resultado da pior crise no país desde o fim da Segunda Guerra Mundial (1939-1945), disse o ministro da Economia do país, Kaoru Yosano.
A queda é a terceira redução trimestral consecutiva, o que coloca a segunda maior economia do mundo --atrás apenas dos Estados Unidos-- em um cenário de aprofundamento da recessão.
Entre abril e junho, o país registrara contração de 3% em seu PIB, enquanto de julho a setembro a economia havia recuado 0,4%. Em todo o ano 2008, a economia japonesa caiu 0,7%, pela primeira vez em nove anos.
Após a declaração sobre o PIB, o ministro defendeu a aprovação parlamentar da segunda ampliação orçamentária para as contas do anos fiscal 2008 que termina em abril.

Pacote
O Japão prepara um novo pacote de estímulo econômico para combater a profunda recessão que afeta o país. Alguns integrantes do governo defendem uma ajuda que poderia chegar a US$ 109 bilhões.
O primeiro-ministro, Taro Aso, encarregará nesta segunda-feira o Partido Liberal Democrata (LDP) a iniciar os trabalhos para apresentar em abril um orçamento adicional ao Parlamento, com o objetivo de financiar o terceiro plano de reaquecimento desde o fim de 2008, informaram o jornal "Yomiuri Shimbun" e o canal de TV público NHK.
O pacote definiria o financiamento de grandes projetos públicos, como a reconstrução de aeroportos e outras obras de infraestrutura, ao mesmo tempo que estimularia o desenvolvimento de empresas com projetos ecologicamente corretos.
Segundo pesquisa, a recuperação da economia japonesa só chegará no último trimestre de 2009, quando os analistas consultados estimam que crescerá 0,97% após seis trimestres consecutivos de contração.

A pior recessão no Japão durou 36 meses, no início dos anos 80, quando a economia do país foi atingida pelas consequências dos choques do petróleo.
da Folha Online

China: terremoto de Sichuan teria sido precipitado por uma represa 中国:在四川地震已沉淀大坝 -le tremblement de terre au Sichuan ont été précipités par un barrage


Teria uma grande obra-de-arte desencadeado um dos terremotos mais devastadores das últimas décadas? A pergunta é feita a sério há várias semanas por cientistas chineses e ocidentais, que apontam a responsabilidade de uma represa hidroelétrica no tremor de terra de Sichuan que provocou a morte de quase 88 mil pessoas em maio de 2008.
O suspeito, neste caso, é a barragem de Zipingpu. Ela está instalada a alguns quilômetros do epicentro do terremoto e a menos de um quilômetro da principal falha que o provocou. "O ponto crucial é que os inquéritos geológicos e as sondagens geofísicas mostram que todo um sistema de falhas - entre elas a de Beichuan e Yingxiu, ao longo da qual houve o terremoto de 12 de maio de 2008 -, bem como a falha Jiangyou-Guanxian e mais uma série de falhas menores se encontram sob o reservatório", escreve Fan Xiao, responsável pelas investigações geológicas do Serviço de Mineração e Geologia de Chengdu (Sichuan), em uma longa carta às autoridades divulgada no fim de janeiro, pela ONG Probe International.
Há muitos anos Xiao tenta chamar a atenção das autoridades para os riscos causados pelas construções de barragens sobre os rios dessa província junto ao Tibete. Em 2003, ele fazia parte de um grupo de trinta cientistas e intelectuais chineses que se mobilizaram, em vão, contra a construção da barragem de Zipingpu, em razão dos riscos geológicos e ambientais.

Leia mais: http://noticias.uol.com.br/midiaglobal/lemonde/2009/02/13/ult580u3562.jhtm

VENCE O SIM NA VENEZUELA - Chávez vence referendo e conquista reeleição ilimitada - Chavez wins referendum and wins reelection indefinitely

De acordo com o Conselho Nacional Eleitoral (CNE), com mais de 92% das urnas apuradas, a opção do "não" obteve 45,63% dos votos deste domingo. A abstenção até este momento foi de 32,95 %. Simpatizantes do governo já festejavam nos principais Estados do país, antes mesmo do anúncio oficial dos resultados.

Logo depois de votar no referendo, na tarde deste domingo, Chávez disse que o resultado das urnas definiria seu "futuro político". E foi com este clima que os venezuelanos compareceram às urnas. De um lado os chavistas que defendiam a "continuação da revolução bolivariana" sob a liderança de Chávez e de outro, opositores que rejeitavam o que consideram como uma medida para a "perpetuação do presidente no poder". Antes do pleito, o presidente venezuelano que governa o país há uma década, anunciou que se saísse vitorioso aprofundaria as mudanças rumo à consolidação de uma revolução socialista na Venezuela.
Com a vitória, Chávez interpretará o resultado como um "categórico" respaldo a seu projeto de governo, na opinião do sociólogo Edgardo Lander, professor da Universidade Central da Venezuela. "O que ainda não podemos prever é que tipo de medidas de radicalização tomará o presidente. Estamos em meio a uma crise financeira, não seria o momento adequado para desencadear crises políticas internas", afirmou Lander à BBC Brasil.

domingo, 15 de fevereiro de 2009

"¿Chávez? ¡Hasta el dosmilsiempre! - até o dois mil sempre!

O presidente da Venezuela Hugo Chavez, cumprimenta antes de votar no referendum que se realiza hoje na Venezuela.

Daniel tiene el meñique izquierdo teñido de tinta violeta, señal de que ya ha votado. No es necesario preguntarle si sí o si no. A Daniel Arévalo, de 46 años, no le falta un detalle: gorra roja con la estrella de cinco puntas, camiseta roja con el rostro del presidente Hugo Chávez y una cazadora negra -pero con letras rojas- en la que se puede leer:

"Comando de apoyo a la revolución bolivariana".

Daniel es uno de los cientos de partidarios del actual presidente de Venezuela que patrullan las calles -en coche, en moto o a pie- buscando votantes a los que acarrear a los colegios de votación. Ahora aguarda, como cientos de partidarios, a que el comandante de la revolución se acerque a su colegio electoral, en el barrio del 23 de Enero:

-¿Por qué es necesario que Chávez siga gobernando Venezuela?
-Porque antes este país era un trozo de tierra con gente dentro. Y ahora tenemos un proyecto, un lugar en el mundo.

-¿Hasta cuándo debería seguir en el poder?
-¿Chávez? ¡Hasta el dosmilsiempre...!

La jornada se desarrolla con normalidad en Venezuela. Las calles del centro de Caracas aparecen tranquilas. Según las primeras impresiones, la afluencia de electores en las cercanías de los colegios electorales es menor que en anteriores convocatorias. Las autoridades lo atribuyen a dos motivos. Por un lado, la jornada se ha ampliado en dos horas -de cuatro a seis de la tarde- y, por otro, el proceso de votación es más rápido. Tan rápido -o tan mal explicado- que al parecer se están produciendo numerosos votos nulos.