Por Gilberto Dimenstein da Folha Online
O aumento da criminalidade em São Paulo --e, especialmente o recorde do número de roubos e maior incidência de latrocínios-- é a pior notícia de toda a gestão do governo Serra.
A notícia é muito pior do que os indigentes indicadores revelados, há duas semanas, das escolas estaduais, que não demonstraram evolução, mas também não pioraram.
Não só parou de cair, mas como subiu a taxa de homicídios, depois de uma queda desde 1999.
O governo explica que uma das razões pode ser a crise econômica, que aumentou o desemprego. Até agora, porém, a explicação oficial para a redução da violência era a eficiência policial --o que eu sempre questionei, por ver que existiam também ações comunidade, influências demográficas e ampliação da escolaridade.
Nesse momento em que a curva muda, o problema, na visão do governo estadual, é mais externo do que interno. Pode, em parte, ser verdade. Mas não cola.
Se não mudar rapidamente esses números, Serra deixará o governo, arranhando uma das maiores conquistas sociais não só de São Paulo, mas também do Brasil --a redução da violência. E será não por uma questão econômica, mas de gestão.
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