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sábado, 20 de novembro de 2010
O mundo encontrado por Obama não era esperado por ele
Na quarta-feira, David Axelrod, principal conselheiro político do presidente Barack Obama, pareceu sinalizar que a Casa Branca estava pronta para fazer uma redução de impostos – a ceder aos pedidos dos republicanos para estender os cortes de impostos não só para a classe média, mas também para os mais ricos. “Temos que lidar com o mundo da forma como o encontramos”, declarou.
A Casa Branca tentou voltar atrás em relação à declaração de Axelrod. Mas foi um comentário revelador, sob muitos aspectos. O ponto óbvio é o contraste entre o comportamento de cachorro abandonado do governo atual e a retórica grandiloquente de Obama quando era candidato. Como foi saímos de “somos aqueles por quem esperávamos” e chegamos nesse ponto? Mas a ironia amarga vai além disso: o principal motivo pelo qual Obama se encontra nessa situação é que há dois anos ele não estava, de fato, preparado para lidar com o mundo que iria encontrar. E parece que ele ainda não está.
Olhando para trás, as raízes do desânimo democrata vêm da forma como Obama concorreu à presidência. Muitas e muitas vezes ele definiu o problema dos Estados Unidos como um problema de processo, e não de substância – tínhamos um problema não porque havíamos sido governados por pessoas com as ideias erradas, mas porque as divisões partidárias e políticas habituais haviam impedido que homens e mulheres de boa vontade se juntassem para resolver nossos problemas. E ele prometeu transcender essas divisões partidárias.
Essa promessa de transcendência pode ter sido boa para a política das eleições gerais, embora até isso seja questionável: as pessoas esqueceram quão próxima estava a corrida presidencial no começo de setembro de 2008. Mas a verdadeira questão é se Obama poderia ter mudado de opinião ao se deparar com a tempestade partidária que todos aqueles que se lembram dos anos 90 sabiam que estava chegando. Ele era capaz de levantar o moral – mas seria capaz de lutar? Até agora a resposta foi não.
Leia o artigo completo no UOL.
Paul Krugman
Professor de Princeton e colunista do New York Times desde 1999, Krugman venceu o prêmio Nobel de economia em 2008
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