No Senado houve um amplo debate sobre a legislação ambiental, entretanto, pouco se debateou sobre as verdadeiras causas do grave problema da Amazônia, o desmatamento a destruição da floresta, e a falta de oportunidades econômicas para os mais de 20 milhões de brasileiros que aí moram. Parece que a discussão foi centrada muito mais na busca de oportunidades para madeireiros, agricultores do que para as comunidades que cuidam da floresta e que foram historicamente esquecidas.
Na busca de soluções para a terra derrubada e desmatada, não se procura soluções para os que se encontram dentro da floresta. Assim, as comunidades que vivem na floresta encontram no desmatamento um verdadeiro inventivo para migrar para as áreas derrubadas, já que é nesse setor onde existem maiores ações de políticas públicas e alternativas para econômicas para as áreas já desmatadas.
Durante décadas foram promovidas atividades ambientalmente predatórias, como a pecuária e a indústria madeireira e, recentemente, a propagação da soja, que tem ampliado de forma extrema a fronteira agrícola. Embora tais atividades tenham, de certa forma, elevado a renda regional, e em alguns dos casos a renda per capita, elas não promoveram a eqüidade social desejada e têm acarretado o desmatamento e a destruição da floresta.
Assim a rica biodiversidade amazônica vem sendo espoliada e subaproveitada, ao longo dos tempos. Especialistas concordam que o momento atual é especialmente favorável para o aproveitamento da rica biodiversidade regional em bases eqüitativas, ambientalmente sustentáveis e economicamente dinâmicas.
Uma das possibilidades de uso sustentável da biodiversidade regional é por intermédio da bioindústria, que só agora começa a tratar esta questão como uma atividade econômica promissora para a região.
Apesar dessas deficiencias esse passo dado pelo Senado Federal é extremamente importante e mesmo sendo pouco representativo em quanto aos participantes dos diversos setores é um avanço que devemos celebrar.
VEJA AQUI A REPORTAGEM DA AGÊNCIA SENADO
Pela primeira vez, todas as comissões permanentes do Senado estiveram reunidas para discutir um assunto. Nesta quarta-feira (29), em audiência pública presidida pelo senador Valter Pereira (PMDB-MS), o Plenário ouviu especialistas e autoridades públicas sobre a legislação ambiental e a sua relação com agronegócio.
A posição unânime é a de que o país deve adotar uma postura de desenvolvimento econômico sem descuidar do meio ambiente. A diferença está na forma como isso será feito.
A senadora Kátia Abreu (DEM-TO), de quem partiu a idéia do debate, defendeu que os estados possam regulamentar aspectos particulares da legislação ambiental, ficando a cargo da União as linhas gerais.
Ex-ministra do Meio Ambiente, a senadora Marina Silva (PT-AC) disse que mudanças na legislação devem ser resultado de diálogo com a sociedade. Ela citou pesquisa segundo a qual 90% dos brasileiros não admitem aumento nas áreas desmatadas, mesmo que isso signifique aumento nos preços dos alimentos.
Acompanhe a seguir a cobertura completa da audiência pública na Agência Senado
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