O diretório Estadual do Partido dos
Trabalhadores (PT) aprovou no último sábado (12), durante encontro do
diretório estadual que comemorou os 31 anos de fundação do partido,
moção de solidariedade à ex-governadora Ana Júlia, ao deputado federal
Claudio Puty e à deputada estadual Bernadete ten Caten que, segundo a
legenda, estariam sendo “arbitrariamente e injustamente acusados em
situação de escândalo na Secretaria de Meio Ambiente do Estado, no que
refere à liberação de licença ambiental”. De acordo com a moção,
assinado por todas as correntes petistas, o PT “confiou, confia e
continuará defendendo a governadora Ana Júlia e nossas lideranças”.
Ainda segundo o documento, o combate à
corrupção em órgãos públicos tem sido uma das marcas do governo do PT.
“No governo Ana Júlia os órgãos de controle e fiscalização foram
fortalecidos e as práticas ilegais de madeireiros foram duramente
combatidas em todas as regiões do Estado”. O PT afirma que apóia
“plenamente as investigações que visem apurar e punir qualquer conduta
irregular cometida nas instituições públicas do Estado do Pará em
qualquer governo, inclusive no nosso”.
VAZAMENTO
Por outro lado, a legenda repudiou “o
vazamento de informações em segredo de justiça que são utilizadas de
forma irresponsáveis e tendenciosas na tentativa de ataque às lideranças
do PT”. O documento ressalta ainda que as lideranças em questão
“possuem atuações pautadas na legalidade, na transparência e na ética”, e
que ações individuais que levem a qualquer constrangimento ao partido e
ao povo paraense “serão repudiadas por nós e deverão ser punidas pela
justiça”.
Ao final, o documento diz que o PT tem
como uma de suas principais bandeiras “assegurar o estado democrático de
direito, onde ninguém pode ser condenado até que seja provado pela
justiça”.
Ao final do encontro, a ex-governadora
Ana Júlia Carepa fez uma ótima avaliação. Segundo ela, a reunião fez uma
defesa do legado do PT e das políticas públicas defendidas pelo
partido. “Começamos um processo de avaliação onde, é claro, se
reconheceram erros e problemas mas, ao mesmo tempo se reconhecem os
avanços, e esses avanços e as nossas lideranças políticas. Vamos lutar
para manter e ampliar nosso espaço no Estado”.
SILÊNCIO
Ana Júlia disse que a partir daquele
momento não falava mais acerca do vazamento do inquérito da Polícia
Federal que mostra o tráfico de influência na Sema e remeteu seu
posicionamento ao advogado Carlos Botelho, que classificou as denúncias
veiculadas no DIÁRIO, fruto do inquérito da PF, como “artificiais e sem
consistência”.
Botelho ressaltou que a ex-governadora
não é alvo que qualquer investigação no âmbito da Polícia Federal e
tampouco é citada como integrante de qualquer esquema nas ligações.
“Estão criando uma ficção envolvendo o nome da ex-governadora”.
Botelho reafirma que tudo se resume a
uma disputa política. “Em toda essa investigação da Polícia Federal não
houve nenhuma quebra de sigilo fiscal, interceptação de ligação ou
apreensão de documentos envolvendo ou mencionando Ana Júlia. Nada. Além
disso a ex-governadora entrou no cargo como saiu, sem responder a
nenhuma acusação ou inquérito policial”, sustenta.
Paulo Rocha: “PT está passando por momento difícil”
Paulo Rocha, que foi conduzido no
encontro ao posto de presidente de honra do PT no Pará, ressalta que a
legenda tem uma característica de superação. “O PT do Pará perdeu as
eleições e está passando por um momento difícil. Vamos superar esse
momento e buscar nesse processo voltar a ser o partido que sempre fomos
no Estado. Nosso grande desafio será buscar a nossa unidade política e
demos hoje um grande passo nesse sentido”.
Ao lado de Paulo Rocha, a ex-governadora
Ana Júlia sustentou que as lideranças petistas não estão atrás de
cargos e nem vão disputá-los. “É verdade. Deixamos essa tarefa nas mãos
do partido”, disse Rocha. Ana Júlia afirma que “O PT tem que ocupar
esses espaços. Nós enquanto lideranças vamos ajudar o partido nesse
processo”, disse Ana Júlia. Nenhum dos dois quis confirmar as
especulações acerca da ocupação de cargos federais aqui no Pará. “Vamos
sim nos preparar politicamente para a disputa de 2012 e 2014”, coloca
Paulo Rocha. O PT montou uma comissão que discutirá essa questão da
ocupação dos cargos aqui no Estado.
João Batista, presidente do PT, disse
que os rumos que o partido vai tomar nos próximos anos serão tomados
mais tarde. “Esse debate que promovemos aqui hoje vamos levar para a
maioria dos municípios do Estado e aprovar as diretrizes num grande
encontro em junho”, coloca.
Como esse foi apenas o primeiro encontro
do partido após as eleições para o governo, Batista diz que o PT ainda
não tem uma posição oficial do partido acerca da derrota de Ana Júlia.
“Cada um tem sua opinião e sua avaliação. Os erros com certeza
ocorreram, mas temos um capital político que é superior a esses erros.
Houve no governo em alguns momentos mais política de secretário do que
política de governo, além do erro de articulação política, mas isso será
bastante discutido daqui para frente”.
O presidente do PT lamentou ainda o
vazamento das investigações da PF sobre o esquema de corrupção na Sema.
“O governo Ana Júlia foi um dos que mais combateu a corrupção e esse
esquema de madeireiros. Estamos solidários aos companheiros e queremos
que as investigações se aprofundem, mas dentro da Lei e não se
antecipando e condenando as pessoas que sequer estejam sendo citadas ou
sob investigação”.
Em relação à ocupação dos cargos
federais no Estado por lideranças da legenda derrotadas no último
pleito, João Batista acredita que o processo ainda demore. “Assim como o
Paulo Rocha e Ana Júlia, temos lideranças do PT nessa situação por todo
o país e a decisão caberá ao PT nacional, já que o processo envolve
diálogo os demais Estados da região”, coloca.
Na resolução do diretório estadual
aprovada ao final do encontro, o PT avalia o processo eleitoral e
apresentou perspectivas políticas para os próximos anos de atuação no
Estado, colocando–se como principal oposição ao governo do PSDB no Pará.
(Diário do Pará)
Um comentário:
É triste ter que dar uma opinião favorável, mesmo se tendo certeza de que certas atitudes não foram corretas!
Porem uma atitude de unidade e coragem que em outros partidos não se vê , apenas lamento pensar que as pessoas citadas como pecadoras, não pecaram pelo PT mas em nome do PT!
Talvez seja um momento de reflexão com o tema PT nacional vencedor PT regional perdedor, muitos rumos seriam corrigidos, um deles é assuma a culpa, saia da mídia, vá para quarentena e depois volte, como o PT nacional procede.
Uma maneira corretíssima e que da resultado, agora o PT regional quer inventar dois chifres em um unicórnio,(porque ninguém quer ir para o sacrifício) coisa impossível de dar certo.
Vamos nos unir pelo bem do PT, não vamos dar pólvora para os oportunistas de plantão permanente , vamos ser coerentes ou será que ninguém percebe que se ninguém assumir nada o reflexo vai vir em 2012 , perdemos Edmilson e Marinor e eles sabem como ninguém como usufruírem dessa fraqueza causando um segundo desastre em 2014!
Ou alguém vai para meã culpa ou todo mundo vai para vala dos culpados!
Lembrem-se da Maria Luiza Fontenelle que encerrou o mandato em 1989 e só 15 anos depois em 2004 é que o PT conseguiu se reerguer com a Luiziane Lins porque o PT cearense agiu como o PT paraense faz agora!
Como militante só me resta esperar lucidez do PT regional, enquanto o estrago ainda não esta feito!
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