Obama justifica na CIA revelação de segredo
Presidente defende publicação de memorandos da era Bush e garante pleno respaldo a membros da agência
DA REDAÇÃO da FOLHA
Pressionado pela esquerda a não deixar impune a tortura em interrogatórios autorizada pelo governo anterior e alvo de críticas dos conservadores pelo fato de ter ordenado a divulgação de memorandos secretos da CIA que detalhavam tais práticas, o presidente Barack Obama fez ontem sua primeira visita à agência de inteligência.
O democrata explicou que seria "muito difícil" argumentar juridicamente em favor da manutenção do sigilo dos documentos, cuja revelação havia sido pedida em ação judicial.
Tanto políticos republicanos quanto o ex-diretor da CIA Michael Hayden vêm acusando Obama de comprometer a segurança nacional com a ordem para divulgá-los.
O presidente reconheceu que o episódio motivou insatisfação na agência -"sei que os últimos dias foram difíceis"-, mas externou seu respaldo aos membros da CIA. "Serei tão enérgico na hora de protegê-los como vocês são na hora de proteger o povo americano."
O presidente havia dito que não buscará processar agentes que realizaram simulações de afogamento e outras formas de tortura em interrogatórios. Seu chefe de gabinete (equivalente a ministro-chefe da Casa Civil no Brasil), Rahm Emanuel, disse que o governo não processará advogados do governo Bush autores de memorandos autorizando tais práticas.
Ontem, o "New York Times" publicou que a CIA submeteu dois presos a simulação de afogamento ao menos 266 vezes.
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