A sala de espera do Hospital Pérola Byington lembra sob vários aspectos um pequeno parque infantil. Garotas brincam no piso frio ou balançam-se para frente e para trás de maneira hiperativa em cadeiras de plástico, enquanto as suas mães olham com a expressão triste para o painel digital de números vermelhos na parede, que indica a vez de cada uma na fila.Mas esta é uma clínica de saúde para mulheres, especializada no tratamento de vítimas da violência sexual. Dos 15 casos do gênero que o hospital atende em média a cada dia, quase a metade envolve crianças de menos de 12 anos.
Embora grande parte do Brasil tenha ficado furiosa devido ao caso da garota de nove anos de idade que abortou gêmeos neste mês, após alegar ter sido estuprada pelo padrasto, casos como o dela são bastante comuns na clínica. A história de estupro e gravidez envolvendo uma pessoa de tão pouca idade parece ter pego a nação despreparada, e fez com que voltasse à tona um debate tenso a respeito dos direitos à reprodução no país que possui a maior população católica do mundo.
Mas médicos, funcionários de clínicas e outros especialistas dizem que o caso dela é sintomático de um problema generalizado de abuso sexual de garotas menores de 18 anos - algo que há muito tempo é negligenciado e que só tem piorado. "Infelizmente, isso está se tornando cada vez mais comum", diz Daniela Pedroso, uma psicóloga que trabalha aqui há 11 anos.
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