Moçambicanos, camaroneses, vietnamitas, canadenses, franceses, belgas, suecos e gente de outras tantas nacionalidades, além de centenas de brasileiros, visitaram o bazar realizado na Embaixada da Costa do Marfim, em comemoração da 12ª edição da Semana da Francofonia no Brasil.
Lá, a língua portuguesa ficou em segundo plano. Mesmo os visitantes que tinham pouca fluência com o francês arriscavam um merci beaucoup (muito obrigado) para entrar no clima do evento.
Os 35 estandes que representavam boa parte dos 32 países francófonos (que falam francês) espalhados pelo mundo ofereciam artesanatos, comidas, bebidas, joias, bijuterias, roupas, bolsas e sapatos. “A feira é uma delícia. Nem parece que estamos no Brasil. Mas o melhor é a comida. Está divina”, opinou a aposentada Sônia Arrobas, de 73 anos. Quem a ajudava a se comunicar melhor com os expositores era a filha Edna Arrobas, 42, que tem certo domínio da língua. “Acho que muita gente que fala um pouco de francês aproveitou esse bazar para praticar um pouquinho”, comentou Edna.
Já os expositores se viravam como podiam. Com algumas palavras em português, outras em inglês e muitas em francês, negociavam com o público. Na barraca de comidas típicas da Costa do Marfim — uma das mais concorridas do evento —, as mulheres falavam um português quase incompreensível. “Está uma loucura. Os brasileiros gostam de comer de tudo, por isso experimentam com prazer nossos pratos”, disse Catherine Hamont.
Outra barraca que fazia tremendo sucesso era a do patisseur francês Daniel Briand, velho conhecido dos brasilienses. Lá, eram oferecidos croissants, doces e sorvetes. “Vim prestigiar a festa. Mas, como francófono, me sinto lisonjeado demais com a presença de tantas pessoas. É aquela velha piada francesa: quer matar um francês de verdade, atire 20 centímetros acima de sua cabeça para matar seu ego”, brincou Daniel.
Para a família Ekua, da Guiné Equatorial, há três anos morando no Brasil, o bazar era uma festa para as famílias. Com os três filhos, Miguel, 3 anos, Lázaro, 2, Isabel, 1 mês, e o marido Lázaro Ekua, 42, diplomata, Maria Delpilar Ekua, 21, considerou o evento como uma oportunidade da comunidade francófona se conhecer melhor e expor suas inúmeras culturas.
Na opinião do embaixador de Camarões, Martin Agbor Mbeng, o bazar superou as expectativas da organização. “Me sinto em casa nesse momento, com tantas pessoas falando francês e comidas tão familiares. Está tudo impecável”, comemorou. “A ideia é mostrar a diversidade da francofonia. São milhões de pessoas unidas pela língua. É uma festa da diversidade”, enfatizou a diretora da Aliança Francesa e organizadora do evento, Pascale de Schuyter.
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