Algumas
das principais lideranças do PT e do PMDB, os dois sócios majoritários
da aliança governista, avaliam que Lula tentará voltar à Presidência em
2014.
Nos últimos cinco dias, o blog conversou reservadamente com cinco políticos de expressão –três pemedebês e dois petês.
Manifestaram
em privado opiniões que não ousam verbalizar em público. Ressalvadas
sibilinas diferenças quanto à enfase, todos enxergam em Lula um
candidato.
Apenas
um dos entrevistados, integrante da direção do PT federal, condicionou a
re-re-recandidatura de Lula ao desempenho de Dilma.
Os demais disseram crer que o patrono de Dilma irá às urnas em qualquer cenário. Escoraram a aposta na movimentação de Lula.
“Típica
de candidato”, disse um ex-ministro, filiado ao PMDB. “Voltou à cena
mais cedo do que todos previam”, ecoou um senador do mesmo partido.
Um petista que priva da intimidade de Lula contou que, mesmo nas conversas mais íntimas, o amigo não se declara candidato.
Ao
contrário, Lula repisa a tese segundo a qual não faz sentido sonegar a
Dilma o “direito” de disputar a reeleição. O problema é que ninguém –ou
“pouca gente”— o leva a sério.
Um
governador do PT mencionou ao repórter o que chama de “efeito etário”.
Lembrou que Lula fará aniversário de 66 anos em outubro.
“Em 2014, terá 69. E não parece razoável que ele se disponha a esperar até 2018, quando fará 73 anos”.
Outro
entrevistado disse que a volta de Lula começa a ser desejada também
pelos partidos que o apoiaram e que agora dão suporte a Dilma.
Por
quê? Diferentemente de Lula, um “animal politico”, Dilma trata seus
aliados “na base da ameaça”. Algo que, imagina, “não vai acabar bem”.
Entre todas as legendas, avalia o autor do raciocínio, a que mais deseja a volta de Lula é o próprio PT.
Disseminou-se
no condomínio governista a avaliação de que Dilma exagerou na faxina do
Ministério dos Transportes. Sobretudo no método.
Como
que receosos de receberem da presidente um tratamento à moda do PR, os
aliados acham que ela portou-se de modo precipitado e injusto.
De
acordo com a visão majoritária, Dilma teria afastado pessoas contra as
quais pesavam fundadas suspeitas e também servidores cuja culpa não está
provada.
Menciona-se,
de resto, o fato de Dilma ter sido a gerente da Casa Civil de Lula, sob
cuja gestão já vicejavam os malfeitos dos Transportes.
“Ela
joga pra platéia”, disse o ex-ministro pemedebê de Lula. “Pode ficar
bem nas pesquisas, mas gera uma instabilidade política desnecessária no
início do governo.”
Dito
de outro modo: ao saciar a fome ética da opinião pública, Dilma ateou
pânico entre os aliados, que passaram a ter saudades inauditas do estilo
acomodatício de Lula.
Nenhum comentário:
Postar um comentário