Eclusas de Tucuruí estão oficialmente inauguradas
Com a transposição feita ontem (30) de um empurrador e duas chatas que levavam o presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva e comitiva, estão oficialmente inauguradas as eclusas de Tucuruí. Será necessário, contudo, regulamentar o uso do serviço que, por enquanto, será operacionalizado pela Eletronorte por meio de um contrato assinado com o Departamento Nacional de Infra-estrutura Portuária. O contrato deve ficar em torno de R$ 3 milhões por ano. Nesta fase, serão feitas transposições de teste, mas a expectativa é de que aos poucos, com avaliação da demanda, seja criada uma rotina de uso de um dos maiores sistemas de transposição hidroviária do mundo.
Lula desembarcou em Tucuruí por volta
de 14h. Foi do aeroporto direto para a eclusa um, que fica a ao lado da
usina hidrelétrica de Tucuruí. La, embarcou para a viagem de pouco
mais de 40 minutos, mas que ficará na história do Pará. Desde a
construção da usina hidrelétrica, a navegação estava interrompida no rio
Tocantins. Para resolver o problema, o governo iniciou, em 1981, a
construção das eclusas, mas foram necessários 29 anos para que a obra
fosse, finalmente, inaugurada.
PARCEIROS
No empurrador com Lula estavam a
presidente-eleita do Brasil, Dilma Rousseff; a governadora do Para, Ana
Júlia Carepa e os prefeitos de Tucuruí, Sancler Ferreira, e de
Ananindeua, Helder Barbalho, além de ministros, dos governadores da
Bahia, Jacques Wagner; de Sergipe, Marcelo Dedá e de ministros e
deputados. Após passarem pela eclusa um e por parte do canal de seis
metros que a liga à segunda eclusa, Lula desembarcou num galpão onde
três mil pessoas o esperavam.
Lula desfiou um rosário de obras do
atual governo, elogiou Dilma Rousseff e deu conselhos. “Neste País vale
tudo. A única coisa que não vale é deixar de ser verdadeiro com este
povo”, disse, afirmando que, quando se sentir abandonada por aliados,
Dilma deve “pedir ajuda ao povo que ele ajudará”.
Lula, que falou depois da presidente
eleita, ressaltou a necessidade de dar um caráter social às grandes
obras. “Esta eclusa só terá sentido se significar a melhoria da
qualidade de vida dos homens e mulheres do Brasil, do Pará e da região”.
A obra foi iniciada em setembro 1981 e até a inauguração foram três
interrupções. Passou por sete presidentes até ser oficialmente entregue,
na tarde de ontem.
Primeiro a falar, o prefeito de Tucuruí
Sancler Ferreira apontou os problemas do município, que responde por
10% da demanda de energia do País, mas onde os moradores não têm
saneamento ou água tratada. Para ele, contudo, a interrupção da
navegação no rio Tocantins era o “maior passivo da usina hidrelétrica de
Tucuruí”. A expectativa, contudo é de que o governo federal e as
empresas que atuam na área invistam em políticas sociais. “A nossa
região tem um dos menores IDHs (Índice de Desenvolvimento Humano do
País”.
Representante dos trabalhadores das
eclusas, Sebastião Ivo Lemos, classificou a inauguração como um “momento
histórico para a engenharia do País”. “Muita gente já não sabia onde
buscar tanta fé para manter esse sonho vivo”.
INVESTIMENTOS
As eclusas consumiram investimentos de R$ 1,6 bilhão. Apenas nos últimos três anos, desde que a obra foi incluída no PAC e retomada, os investimentos somaram R$ 1 bilhão. No auge das obras, foram gerados quase 4 mil empregos diretos.
GRANDIOSIDADE
Sob qualquer ângulo que se veja, as eclusas são um empreendimento grandioso, gerador de grandes números. O concreto usado nas duas eclusas, por exemplo, seria suficiente para construir seis estádios de futebol do tipo exigido pela Fifa para a Copa de 2014.
Entre as maiores obras do mundo
O ministro dos Transportes, Paulo Sérgio Passos, ressaltou que as eclusas estão entre as maiores obras de transposição do mundo e afirmou que elas representam uma opção estratégica pelo transporte hidroviário. As eclusas estão preparadas para receber comboios de até 19 mil toneladas. A obra não é destinada a pequenas embarcações de passageiros.
Com a transposição do rio Tocantins, abre-se a possibilidade de aproveitamento hidroviário num trecho de até 800 quilômetros do rio. Pode haver também uma ligação com o rio Araguaia, somando dois mil quilômetros.
Para consolidar a hidrovia no trecho entre Marabá e Tucuruí, permitindo levar cargas do sul do Estado até o porto de Vila do Conde ainda serão necessárias uma série de obras. As principais são a derrocagem do pedral do Lourenço e a dragagem entre Tucuruí e Marabá, além da construção de uma plataforma multimodal (rodoviária, ferroviária e hidroviária) em Marabá. O porto em Barcarena já está sendo ampliado para atender a essa nova demanda e todas as outras obras, segundo Passos, estão garantidas.
A presidente-eleita, Dilma Rousseff, acompanhou Lula na transposição pela eclusa um. Eles saíram do Lago, ficaram cerca de 15 minutos dentro da câmara, até as águas baixarem cerca de 30 metros e então fizeram o percurso pelo canal até o palco na Nova Matinha, para onde foram remanejadas as 200 famílias atingidas com as obras.
“O Pará sempre teve uma situação muito difícil. Sempre foi olhado como um Estado muito rico em minério, na agricultura, nos grãos, um Estado do qual sempre se tirou e não tinha projeto de devolver ao Pará aquilo que o Pará tinha direito na Federação por ser um dos Estados mais importantes quando se olha o País. Importante pela grandeza de sua extensão territorial e por sua população, pioneira”.
Para a governadora Ana Júlia Carepa, a obra vai mudar o “patamar da competitividade das empresas paraenses”. “Criamos uma ambiência favorável ao desenvolvimento, à atração de indústrias”, gabou-se.
ANA JÚLIA
Ao descer do empurrador para uma das chatas que levava a comitiva presidencial, a governadora escorregou. Para não cair, sustentou-se no braço esquerdo e acabou tendo, o que pelo menos por enquanto, foi classificado como uma luxação. Ana foi tirada da embarcação e levada, numa lancha, para atendimento médico. Ao chegar à nova matinha, Lula ainda esperou alguns minutos até que a governadora retornasse para então dar início à cerimônia. Após o incidente, a governadora participou do restante do evento, mas evitou movimentos com o braço.
Lula exibiu o costumeiro bom humor. Brincou com a plateia, mas não escondia o cansaço, tanto que ficou algum tempo ausente do palco. “Fui ali chupar gelo porque o calor estava demais e só água não resolvia”.
No palco houve decerramento de placa e uma sessão de discursos. Convidado de Lula e adepto da rede social twitter, o prefeito de Ananindeua Helder Barbalho passou informações e postou fotos sobre o evento. Em uma das mensagens brincou: “Essa obra tem quase o mesmo tempo que eu de vida”.
CAPACIDADE
A previsão é que, pela hidrovia, sejam transportadas, anualmente, 40 milhões de toneladas de carga, sendo R$ 10 bilhões em minérios e quase R$ 30 bilhões em soja. Não por acaso, o senador eleito do Mato Grosso e conhecido como o rei da soja, Baliro Maggi, era um dos convidados de Lula no evento.
As eclusas consumiram investimentos de R$ 1,6 bilhão. Apenas nos últimos três anos, desde que a obra foi incluída no PAC e retomada, os investimentos somaram R$ 1 bilhão. No auge das obras, foram gerados quase 4 mil empregos diretos.
GRANDIOSIDADE
Sob qualquer ângulo que se veja, as eclusas são um empreendimento grandioso, gerador de grandes números. O concreto usado nas duas eclusas, por exemplo, seria suficiente para construir seis estádios de futebol do tipo exigido pela Fifa para a Copa de 2014.
Entre as maiores obras do mundo
O ministro dos Transportes, Paulo Sérgio Passos, ressaltou que as eclusas estão entre as maiores obras de transposição do mundo e afirmou que elas representam uma opção estratégica pelo transporte hidroviário. As eclusas estão preparadas para receber comboios de até 19 mil toneladas. A obra não é destinada a pequenas embarcações de passageiros.
Com a transposição do rio Tocantins, abre-se a possibilidade de aproveitamento hidroviário num trecho de até 800 quilômetros do rio. Pode haver também uma ligação com o rio Araguaia, somando dois mil quilômetros.
Para consolidar a hidrovia no trecho entre Marabá e Tucuruí, permitindo levar cargas do sul do Estado até o porto de Vila do Conde ainda serão necessárias uma série de obras. As principais são a derrocagem do pedral do Lourenço e a dragagem entre Tucuruí e Marabá, além da construção de uma plataforma multimodal (rodoviária, ferroviária e hidroviária) em Marabá. O porto em Barcarena já está sendo ampliado para atender a essa nova demanda e todas as outras obras, segundo Passos, estão garantidas.
A presidente-eleita, Dilma Rousseff, acompanhou Lula na transposição pela eclusa um. Eles saíram do Lago, ficaram cerca de 15 minutos dentro da câmara, até as águas baixarem cerca de 30 metros e então fizeram o percurso pelo canal até o palco na Nova Matinha, para onde foram remanejadas as 200 famílias atingidas com as obras.
“O Pará sempre teve uma situação muito difícil. Sempre foi olhado como um Estado muito rico em minério, na agricultura, nos grãos, um Estado do qual sempre se tirou e não tinha projeto de devolver ao Pará aquilo que o Pará tinha direito na Federação por ser um dos Estados mais importantes quando se olha o País. Importante pela grandeza de sua extensão territorial e por sua população, pioneira”.
Para a governadora Ana Júlia Carepa, a obra vai mudar o “patamar da competitividade das empresas paraenses”. “Criamos uma ambiência favorável ao desenvolvimento, à atração de indústrias”, gabou-se.
ANA JÚLIA
Ao descer do empurrador para uma das chatas que levava a comitiva presidencial, a governadora escorregou. Para não cair, sustentou-se no braço esquerdo e acabou tendo, o que pelo menos por enquanto, foi classificado como uma luxação. Ana foi tirada da embarcação e levada, numa lancha, para atendimento médico. Ao chegar à nova matinha, Lula ainda esperou alguns minutos até que a governadora retornasse para então dar início à cerimônia. Após o incidente, a governadora participou do restante do evento, mas evitou movimentos com o braço.
Lula exibiu o costumeiro bom humor. Brincou com a plateia, mas não escondia o cansaço, tanto que ficou algum tempo ausente do palco. “Fui ali chupar gelo porque o calor estava demais e só água não resolvia”.
No palco houve decerramento de placa e uma sessão de discursos. Convidado de Lula e adepto da rede social twitter, o prefeito de Ananindeua Helder Barbalho passou informações e postou fotos sobre o evento. Em uma das mensagens brincou: “Essa obra tem quase o mesmo tempo que eu de vida”.
CAPACIDADE
A previsão é que, pela hidrovia, sejam transportadas, anualmente, 40 milhões de toneladas de carga, sendo R$ 10 bilhões em minérios e quase R$ 30 bilhões em soja. Não por acaso, o senador eleito do Mato Grosso e conhecido como o rei da soja, Baliro Maggi, era um dos convidados de Lula no evento.
(Diário do Pará)
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