Nunca foi condenado sequer um torturador ou responsável de assassinato.
Vale a pena lembrar que no Chile e Argentina, cerca de 90% dos militares e policiais que torturaram ou assassinaram, nas ditaduras desses países, estão condenados ou em processo, respondendo aos juízos nos tribunais de justiça.
Aqui conta o jeitinho brasileiro.
Depois da saída do Tarso Genro do Ministério da Justiça, os companheiros do PT esqueceram até da sua história.
Veja a matéria completa sobre as buscas de restos mortais. Parece mais coisa de antropólogos de que buscas de restos de assassinados políticos.
A equipe que procura restos mortais de desaparecidos políticos no cemitério de Vila Formosa interrompeu as atividades nesta sexta-feira (3), após 25 dias de trabalho.
Novas buscas serão feitas entre 14 e 18 de fevereiro, com um alvo prioritário: encontrar os restos de Virgílio Gomes da Silva, o militante na ALN (Ação Libertadora Nacional) que, sob codinome Jonas, liderou o sequestro do embaixador americano Charles Burke Elbrick, em 1969.
Líder sindical dos químicos, Virgílio fez treinamento de guerrilha em Cuba e comandou o Grupo Tático Armado da ALN. Acabou preso em 29 de setembro de 1969, semanas após sequestrar o embaixador. Morreu no mesmo dia.
A Polícia Federal encontrou ontem, sob 1,2 m de terra, dentes e fragmentos de ossos que acredita serem de Sérgio Corrêa, da mesma ALN. Ele foi vítima da explosão de uma bomba no carro onde estava, em setembro de 1969, na rua da Consolação (centro de São Paulo). Perseguido pelo regime militar, foi enterrado como indigente.
O IML (Instituto Médico Legal) analisará esses restos na última semana de dezembro, segundo o Ministério Público Federal de São Paulo.
A equipe é formada por membros do MPF paulista, peritos do Instituto Nacional de Criminalística, da PF, e consultores da Comissão Especial Sobre Mortos e Desaparecidos Políticos (integrada à Secretaria de Direitos Humanos da Presidência).
'POROSAS E QUEBRADIÇAS'
Corrêa é o primeiro dos dez desaparecidos políticos que se estima terem sido sepultados em Vila Formosa. Lascas ósseas "porosas e quebradiças, provavelmente de 1969", estavam na quadra do cemitério suspeita de abrigar os restos do militante, segundo a procuradora da República Eugênia Gonzaga.
Ainda não há informações sólidas para localizar oito vítimas da repressão militar --Corrêa e Virgílio são as exceções.
O cemitério de Vila Formosa passou por uma reurbanização em 1975, na gestão do prefeito Miguel Colasuonno. Com a geografia refeita, muitas sepulturas deixaram de existir --uma dificuldade a mais para o trabalho de localizar os desaparecidos políticos.
Nem sempre os mortos eram enterrados em ossuário clandestino, mas isso não era incomum. No começo da semana, a equipe achou uma dessas valas, soterrada sob cimento e areia.
O ossuário clandestino estava embaixo de um canteiro onde, no passado, ficava um letreiro com o nome do cemitério. Com cerca de3 m por 3m, o vão subterrâneo abrigava centenas de ossadas. No topo, dentro de sacos azuis típicos do serviço funerário, estavam ossos que provavelmente são das décadas de 80 e 90.
Cavando até 3 m de profundidade, peritos encontraram pedaços de ossos, misturados e em condições precárias.
'OBRIGAÇÃO DO ESTADO'
O presidente da Comissão de Mortos e Desaparecidos Políticos, Marco Antônio Rodrigues Barbosa, afirmou à Folha que a varredura em cemitérios é uma "obrigação do Estado brasileiro em dar uma resposta aos familiares".
Há, contudo, um labirinto judicial para se percorrer.
Em novembro de 2009, a Procuradoria apresentou à Justiça uma ação civil pública pedindo que a União fosse obrigada a fornecer recursos humanos e materiais para a Comissão realizar seus trabalhos.
Em fevereiro deste ano, a Justiça Federal concedeu uma medida liminar no processo, atendendo ao Ministério Público. A decisão foi cassada em abril pelo TRF (Tribunal Regional Federal), e a ação civil continuou.
Em julho foi assinado um convênio entre a comissão especial, a Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, o Ministério da Justiça e a PF para viabilizar as apurações.
Década bate recorde de temperatura; aquecimento é 'inegável', diz relatório
As últimas três décadas foram as mais quentes já registradas; anos 90 superam os 80 e 2000, os 90
Associated Press
Cientistas de todo o mundo estão
trazendo ainda mais provas de que há um aquecimento global em marcha. "Uma
revisão ampla dos principais indicadores climáticos confirma que o mundo está
se aquecendo e que a década passada foi a mais quente já registrada", diz
o relatório anual Estado do Clima. Compilado por mais de 300 cientistas de 48 países, o relatório diz que análises de dez indicadores que são "todos claramente e diretamente ligados ás temperaturas da superfície contam a mesma história: o aquecimento global é inegável".
Derel Arndt, do Ramo de Monitoramento Climático do Centro Nacional de Dados Climáticos dos EUA, destaca que a década de 80 tinha sido a mais quente de todos os tempos, mas que cada um dos anos da década de 90 havia sido mais quente que a média dos anos 80, o que fez dos anos 90 os mais quentes já registrados.
Mas agora sabe-se que cada um dos anos de 2000 a 2009 foi mais quente que a média dos anos 90, o que faz dessa década a mais quente.
O relatório, divulgado pela Administração Nacional de Atmosfera e Oceano (NOAA) e publicado como um suplemento do Boletim da Sociedade de Meteorologia dos EUA, focalizou dez indicadores de aquecimento, sete dos quais estão em elevação e três, em queda.
Em elevação encontram-se a temperatura média do ar, a taxa de vapor de água no ar, o conteúdo de calor dos oceanos, a temperatura da superfície do mar, o nível do mar, a temperatura do ar sobre o oceano e a temperatura do ar sobre a terra. Em queda encontram-se a cobertura de neve, as geleiras e o gelo sobre o mar.
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