segunda-feira, 22 de novembro de 2010

MDS - Pobreza “custa” R$ 12,78

O Pará, que contribuiu com cerca de 1,8 milhão de votos para eleger Dilma Rousseff a primeira mulher presidente do Brasil, tem 45% da sua população vivendo com uma renda familiar per capita inferior a R$ 140. Segundo dados do Ministério do Desenvolvimento Social (MDS), com base nos números dos beneficiários do Bolsa Família, 630.303 famílias paraenses possuem renda de até R$ 70,00, o que os caracteriza extremamente pobres, indigentes, e 44.378 famílias possuem renda entre R$ 70,01 e R$ 140,00 (pobres). É a esse pedaço do País que mais interessa a promessa ambiciosa da sucessora de Lula de erradicar a miséria nos próximos quatro anos. E o desafio já tem conta calculada. O preço de um investimento real no combate à pobreza no País é de R$ 21,3 bilhões anuais, de acordo com cálculos do Centro de Políticas Sociais da Fundação Getúlio Vargas (CPS/FGV).

De acordo com o levantamento, para financiar essa meta o custo médio a ser rateado entre todos os paraenses é de R$ 12,78 ao mês. A cifra é R$ 3,45 superior ao cálculo médio da população brasileira (R$ 9,33). Já em comparação com Santa Catarina, Estado com o menor quadro de indigentes e pobres do País, essa diferença é de exatamente R$ 10,00 a menos. Com o 9º maior desafio de erradicar a miséria entre todas as unidades federativas, o Pará está praticamente pela mesma diferença dos catarinenses em relação a Alagoas, Estado que está no topo do montante a ser desembolsado.

Eliminar a pobreza no Estado nordestino custará em média R$ 22,21 a cada alagoano. Os valores mostram que a promessa da nova presidente não é tão custosa quanto indicavam as primeiras avaliações. Mas o estudo ressalta que essa conquista depende de duas premissas: o mercado de trabalho continuar se expandindo na velocidade dos últimos anos (algo considerado pelos especialistas como muito difícil) e o novo governo ampliar o gasto com o Bolsa-Família (onerando ainda mais o Orçamento).

O programa consome R$ 13,4 bilhões ao ano e atende 12,7 milhões de famílias. Isso equivale a 0,4% do PIB, o que é considerado pouco. No Pará, o valor estimado de benefícios do programa é na casa dos R$ 150 milhões.

O Liberal Digital.

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