Pecuária, soja, energia e minérios: esses são os vetores estratégicos que norteiam a maioria dos atores privados e públicos na Amazônia brasileira. Os efeitos são bem conhecidos. Não se criam cadeias produtivas capazes de agregar valor ao que se faz localmente.
A esmagadora maioria dos estímulos sinaliza aos agentes econômicos vantagens de um comportamento predatório que já comprometeu nada menos que 15% da maior área de floresta tropical do mundo e que está na raiz de sua imensa pobreza. Apenas 12% dos domicílios na Amazônia são beneficiados por saneamento básico. O próprio poder público contribui de maneira significativa para esse quadro desolador, não só pelo financiamento de iniciativas pouco inovadoras, como a pecuária, mas também pela implantação de obras que acabam resultando em pressão ainda maior sobre a floresta e pela generalização do trabalho mal pago e pouco qualificado. Dos 73 milhões de hectares derrubados na Amazônia, 60 milhões voltam-se hoje à pecuária.
A mudança nesse quadro desolador felizmente já começou. Os mercados
de alguns dos produtos que dominam a ocupação da Amazônia submetem-se a
pressões socioambientais crescentes, que conduzem, muitas vezes, à
melhoria dos resultados de sua exploração, como no caso exemplar da
moratória da soja. Ao mesmo tempo, o maior controle sobre o desmatamento
bem como a ampliação de terras indígenas e de reservas florestais
contribuem para atenuar, de forma significativa, o ritmo da destruição
que marca, de forma trágica, a história da região até aqui.
Esses avanços, no entanto, não são suficientes para enfrentar o
grande desafio do século XXI em torno do qual se encontra a
possibilidade de construir nada menos que "um novo capitalismo jamais
imaginado pelos visionários de ontem". É à análise desse processo
incipiente que Jacques Marcovitch, professor da Faculdade de Economia,
Administração e Contabilidade (FEA), ex-reitor da Universidade de São
Paulo (USP) e coordenador de um dos mais importantes estudos sobre
aquecimento global no Brasil, a Economia do Clima, dedica seu novo
livro: "A Gestão da Amazônia: Ações Empresariais, Políticas Públicas,
Estudos e Propostas". Esse grande desafio do século XXI pode ser
descrito em torno de três eixos básicos.
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