Eclusas do Tucuruí, depois de três décadas foi conluída no governo Lula |
O novo governo que se instala no Pará
poderá se tornar, ao longo dos próximos quatro anos, ao mesmo tempo
agente e testemunha de uma verdadeira revolução na logística e na
infraestrutura de transportes no Estado, com previsíveis desdobramentos
em toda a Região Norte e na sua integração com as demais regiões do
país.
Não por acaso, já se fala inclusive na possível implantação, no Pará, de um megaestaleiro com a missão inicial de construir 12 navios, de que resultaria a geração imediata de aproximadamente oito mil empregos.
Não por acaso, já se fala inclusive na possível implantação, no Pará, de um megaestaleiro com a missão inicial de construir 12 navios, de que resultaria a geração imediata de aproximadamente oito mil empregos.
Se o estaleiro está, por enquanto, no
terreno das possibilidades, há que se destacar o efetivo início das
mudanças com a entrega, afinal, do sistema de transposição da barragem
de Tucuruí, no rio Tocantins. O projeto das eclusas, que teve sua
construção iniciada no governo João Figueiredo, na primeira metade da
década de 1980, só foi concluído ao apagar das luzes do governo Lula,
quase três décadas depois.
O próximo passo será o derrocamento dos
pedrais do rio Tocantins, num trecho de 43 quilômetros, entre Tucuruí e
Marabá. O projeto, com início previsto para 2011 e prazo de dois anos
para execução, garantirá a segurança da navegação, sem restrições, numa
extensão de aproximadamente 500 quilômetros até o porto de Vila do
Conde. A obra fará desse trecho da hidrovia do Tocantins o eixo de
escoamento de toda a produção do polo metal-mecânico que está se
instalando em Marabá, bem como da produção agropastoril e industrial
das regiões sul e sudeste do Estado.
No que diz respeito à malha rodoviária,
é praticamente certo que venhamos a ter finalmente concluídas, no
decorrer dos próximos quatro anos, as obras de asfaltamento das
rodovias Cuiabá-Santarém, no seu trecho paraense, e também da
Transamazônica. As duas rodovias federais de integração, ambas cruzando
áreas de grande potencial produtivo, esperam há décadas pela
consolidação. E, apesar das muitas promessas, repetidas a cada governo, o
asfalto só tem avançado, ano após ano, de forma lenta e espasmódica. A
esperança é de que esse roteiro comece a mudar agora.
Até hoje pouco explorado, aqui como em
todo o Brasil, o modal ferroviário deverá também ganhar impulso em
território paraense nos próximos anos. A Vale, que já vem investindo na
duplicação da capacidade da Estrada de Ferro Carajás, vai construir
novos ramais interligando a ferrovia principal às suas minas de cobre e
minério de ferro no sul do Pará. E, embora com futuro ainda incerto,
outra obra que começa a ser discutida é a possível construção do ramal
paraense da Ferrovia Norte-Sul para interligá-la ao porto de Vila do
Conde, no município de Barcarena.
Também como mera possibilidade, pelo
menos por enquanto, volta à mesa de discussões, quase quatro décadas
depois de haver sido descartado, o projeto da construção de um grande
terminal marítimo na costa paraense. O porto do Espadarte, em frente à
ilha dos Guarás, no município de Curuçá, era a opção desejada por todos
os paraenses para o escoamento do minério de ferro de Carajás, na
década de 1970. Os estudos de viabilidade do projeto estão sendo
realizados por iniciativa da mineradora Vale S.A.
Vila do Conde: capacidade triplicada
Enquanto algumas estão em desenho nas
pranchetas e outras começam a sair do papel, a Companhia Docas do Pará e
a Marinha do Brasil, através do Serviço de Sinalização Náutica do
Norte (SSN-4), avançam num projeto que poderá até mesmo triplicar a
capacidade de movimentação de cargas do porto de Vila do Conde, em
Barcarena. Se vierem a se confirmar os prognósticos mais favoráveis, o
porto paraense poderá se transformar até mesmo em alternativa ao
complexo portuário de São Luís para o transporte de minérios produzidos
no Pará. Inclusive o ferro de Carajás.
No segundo semestre de 2011, o estudo
será complementado com o levantamento no trecho que vai do Mosqueiro
até o porto de Vila do Conde. A última atualização batimétrica do rio
Pará data de 2002. O trabalho está sendo refeito agora, segundo
autoridades da Marinha e da CDP, porque há vários indicadores que já
permitem afirmar com razoável margem de segurança a possibilidade de
aprofundamento do canal.
O comandante Télio e a diretora da CDP,
Socorro Pirâmides, fazem a mesma avaliação sobre a possibilidade de
aumento do calado no Canal do Quiriri e ao longo do rio Pará,
possibilitando a entrada e saída de navios com maior capacidade de
carga em Vila do Conde. Para eles, o resultado será o crescente
desenvolvimento dos portos da região e o consequente aumento da
competitividade da economia paraense. Neste novo cenário, o porto de
Vila do Conde passaria a receber ou embarcar, inclusive, cargas que hoje
são movimentadas nos portos do Maranhão, Ceará, Pernambuco e Rio
Grande do Norte.
Leia a matéria completa no Diário do Pará, clicando
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