Da Agência Brasil
A diminuição do volume de exportação dos recursos não-renováveis brasileiros resultou em ganhos ambientais para o país. A conclusão é do coordenador de Meio Ambiente do Fórum Mudanças Climáticas, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), José Aroudo Mota. Ele é responsável pela pesquisa Trajetória da Governança Ambiental, divulgada pelo Ipea durante o lançamento do Boletim Regional e Urbano.Em seu estudo, Aroudo apresentou uma série de dados sobre o que o Brasil deixou de exportar com a crise.
"Ela [a crise] resultou em impactos ambientais positivos, apesar de externalidades negativas como a perda de empregos e o impacto que teve nos níveis de crescimento econômico de determinadas regiões", disse o pesquisador.Segundo ele, o trabalho buscou mensurar os principais impactos causados pela crise em indústrias como a de alumínio. "O que deixamos de exportar, entre os 32 produtos pesquisados, representa uma economia de aproximadamente 562 mil kilowatts de energia, a partir do consumo evitado. Isso daria para abastecer uma cidade de 25 mil pessoas", acrescentou, referindo-se à exportação de alumínio.
A indústria do aço, segundo ele, deixou de exportar 740 milhões de quilos de aço bruto. "Isso significa uma redução de mais de 1 bilhão de toneladas em emissões de carbono, o que para o processo climático no Brasil é extremamente positivo", avaliou Aroudo."Na indústria de veículos, o Brasil deixou de exportar em dezembro 62,1 mil carros, e isso também implica em redução do consumo de energia e de aço. Ainda estamos mensurando o quanto, mas é evidente - e isso pode ser afirmado tendo por base dados oficiais de 2008 - que o meio ambiente teve ganho substancial em função da não-exploração de recursos naturais, tanto renováveis quanto não-renováveis".Aroudo disse que estão sendo preparados outros estudos, abordando as madeiras e o cimento brasileiros.
"Quando certificada, a madeira encontra dificuldades para entrar na Europa por decorrência da crise internacional", adiantou.
José Aroudo Mota, é prof. Doutor em Desenvolvimento Sustentável e Mestre em Administração financeira pela UnB. Professor do centro de Desenvolvimento Sustentável da UnB e pesquisador do IPEA, tem publicado diversos livros e artigos sobre o tema do mio ambiente, biodiversidade e mudanças climáticas. Um dos livros importantes é "O Valor da Natureza: economia e política dos recursos naturais" da editora Garamont.
3 comentários:
Bom dia!
Gostei do espaço de reflexões para um outro mundo possível.
Gostaria de dicas de livro que tenha um bom glossário sobre o tema 'desenvolvimento sustentável'.
Ou estaríamos na era do "decrescimento sustentável"?
Boa semana!
Lígia,
Corretissimo seu comentário sobre a nova visão do decrescimnento sustentável.
se vc faz essa pergunta é porque vc sabe do que fala, mas, se quer aprofundar sobre o tema o autor que muito bem trata o assunto é o Herman Daly e Latouche que fazem uma séria crítica ao modelo de crescimento. Veja o que ele diz:
O crescimento pelo crescimento torna-se o objetivo primordial, senão o único da vida, na sociedade capitalista, o que acarreta uma degradação progressiva do ambiente e dos recursos globais. Vivemos, atualmente, às vésperas de catástrofes previsíveis;
Boa noite.
Boa noite.
Agradeço sinceramente a dica.
Volto sempre.
Tenha uma excelente semana!
Postar um comentário