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segunda-feira, 14 de setembro de 2009
Eleições - Marina Silva. A amazônia não é um santuário inviolável
Escrito por Josias de Souza às 22h22
A senadora Marina Silva (PV-AC) falou diário espanhol El Pais. Falou de sua candidatura ainda no condicional. Mas revelou-se uma presidenciável ambiosa.
A certa altura, o repórter perguntou a Marina: num hipotético segundo turno, votaria na condidata de Lula ou no rival do PSDB?
E Marina: "Não posso falar como candidata, mas acredito que o debate deve ser sobre ideias e que deve prevalecer a ética...”
“...[...] Do ponto de vista político, creio que, se eu me candidatar, será com a aspiração de chegar ao segundo turno".
Marina fez troça da avaliação atribuída a Lula –a de que ela iria à disputa presidencial como “candidata de uma nota só”. A nota da defesa do meio-ambiente.
Entre risos, a senadora diz que Lula "está sendo generoso porque me oferece um dos lemas de sua própria campanha, que era, esse sim, de uma nota só: ‘Lula-lá’.”
Manteria a política econômica do governo Lula? Ao responder, Marina recuou no tempo, para reconhecer méritos que atribui a FHC, o antecessor de Lula.
“Os processos são cumulativos”, disse ela. “Não existe espaço para processos niilistas em relação ao já conquistado...”
“...Existe um reconhecimento de que, nos últimos 16 anos, o Brasil conseguiu o equilíbrio fiscal e a estabilização da moeda...”
Tudo isso “...junto com a grande inovação introduzida por Lula, que foi a questão da distribuição de renda. Tudo isso deve ser preservado”.
Segundo Marina, pode-se “melhorar” sem destruir “tudo o que foi conquistado nos últimos 16 anos”.
E quanto à Amazônia? “Não é um santuário inviolável”, disse a futura candidata. Defende a combinação do desenvolvimento com a preservação ambiental.
"O problema de assumir a economia sustentável como estratégia é algo complicado e não existe até hoje em lugar nenhum do mundo...”
“...Nenhum partido assume completamente. O que eu e o Partido Verde estamos fazendo é inovador e não podemos satanizar os outros por não o terem feito ainda".
O discurso, como se vê, já é de candidata. Só falta ajustar o tônus. Em algum momento a senadora terá de se opor a alguém.
Não se chega ao segundo turno com esse discurso água-com-açúcar
Folha Online
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