PT-SP expulsa deputado suspeito de elo com o PCC por unanimidade
SÃO PAULO - O comando do diretório estadual do PT de São Paulo decidiu de forma unânime nesta sexta-feira expulsar do partido o deputado estadual Luiz Moura, suspeito de ligação com a organização criminosa PCC. O PT afirmou que a partir desta sexta-feira (4) o deputado não faz mais parte de seu quadro.
O diretório estadual reuniu-se pela manhã e referendou decisão tomada ontem pela Executiva estadual. Os 41 membros do diretório com direito a voto foram à reunião e votaram pela expulsão, em decisão unânime. O PT tenta evitar mais desgaste à imagem do partido e à candidatura de Alexandre Padilha ao governo estadual.
O parlamentar petista foi flagrado em investigação da Polícia Civil, em março, ao participar de reunião de perueiros em que havia suspeitos de integrar o PCC. Moura também é alvo de investigação do Ministério Público Estadual por supostamente participar de lavagem de dinheiro do crime organizado. O deputado foi sócio de uma empresa de transporte de passageiros suspeita de lavar dinheiro para o PCC, segundo apuração coordenada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco). Moura nega as acusações.
No começo de junho, o PT suspendeu o parlamentar por 60 dias para investigar o caso e negou legenda para que concorresse a um novo mandato como deputado estadual. Diante da gravidade das suspeitas, a executiva estadual decidiu conduzir a investigação.
Moura recorreu à Justiça para concorrer à reeleição e pediu até mesmo a suspensão da convenção do PT, que lançou Alexandre Padilha na disputa estadual. Por via judicial, o deputado conseguiu reverter a decisão do partido, obteve o número 13.800 para concorrer e mantém a campanha por um novo mandato.
Para evitar novas contestações judiciais, o PT deu prazo de 10 dias a partir do dia 18 para que Moura apresentasse sua defesa. O comando do partido disse que Moura não se defendeu da forma adequada e votou pela expulsão.
Além das denúncias de suposta ligação com o PCC, Moura tem um passado conturbado: foi condenado por assalto a dois supermercados em 1993, escapou da cadeia e viveu 10 anos como foragido.
Por Cristiane Agostine | Valor
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